O SENHOR DOS SONHOS...

Os diminutos sonhos humanos jamais poderão ser comparados à imensidão dos sonhos de Deus. Mas houve um homem que ousou alcançar o inalcançável e sonhar os sonhos do Senhor para a sua geração. Descubra quem foi o servo de Deus conhecido como “o senhor dos sonhos”...

Por Deivinson Bignon

“E dizia um ao outro: Vem lá o tal sonhador!” (Gênesis 37.19).

Os sonhos humanos nem sempre são compatíveis com os sonhos de Deus. Os sonhos de Deus estão sempre além das melhores expectativas humanas. Nós ousamos sonhar apenas com o que está ao alcance da nossa limitada visão, mas Deus enxerga além do que podemos imaginar, alargando os estreitos horizontes de nossa experiência terrena.

Entretanto, o que fazer quando há evidências de que os sonhos de Deus divergem frontalmente dos sonhos do homem? Pode um ser mortal atingir a meta proposta por alguém que é eterno? A mente humana perscrutará algum dia os sonhos de Deus?

No dia 28 de agosto de 1963, numa manifestação de protesto em Washington, Martin Luther King pronunciou o seu histórico discurso “Eu tive um sonho”. Sua voz vibrante rasgou a mortalha do preconceito racial, erguida por seres humanos que não sonhavam os sonhos de Deus. Os evangélicos daquela nação orgulhavam-se de conhecer o Senhor e de servi-lo todos os fins de semana. Mas só um pastor evangélico teve coragem suficiente para pagar o amargo preço de dizer a todos que o seu coração sangrava pelos direitos dos negros. Teria ele ousado sonhar o sonho de Deus? No dia 4 de abril de 1968, Luther King foi assassinado com um tiro, em Memphis.

O sonho de Luther King foi maior do que a sua frágil vida. O seu sangue fertilizou as bases do futuro dilaceramento de um regime totalmente anticristão, tristemente perpetuado por uma nação que se dizia cristã. Quantas vozes sonhadoras como a deste herói da resistência negra ainda se atrevem a bradar em nossa geração atual?

A Palavra de Deus está repleta de sonhos e sonhadores. Os heróis da Bíblia, entretanto, não se descortinam diante de nós como semideuses perfeitos, mas apenas como seres humanos que, embora falhos, venceram sua própria mediocridade pela fé e romperam todas as barreiras que se levantaram contra os propósitos de Deus. Vários destes personagens sonharam os sonhos de Deus, mas só um marcou a sua geração como o “senhor dos sonhos”.

Em Gênesis 37.19, transcrito no início deste artigo, José do Egito é chamado com deboche por seus irmãos de “sonhador”. Em hebraico, a expressão ba’al halom significa literalmente “senhor dos sonhos”. É como se eles tivessem dito: “Lá vem o grande sonhador, o senhor de todos os sonhos!”.

O curioso é que José realmente sonhava os sonhos de Deus. No versículo 8, as Escrituras registram o ódio dos seus irmãos por causa dos sonhos estranhos. Até mesmo o seu pai Jacó espantou-se com os sonhos esquisitos do seu filho predileto (verso 10).

Inocente da inveja inconseqüente e mortal de seus irmãos, José ousou falar sobre os sonhos. Ele pagou um preço altíssimo para poder sonhar os sonhos de Deus.

Em Jeremias 23.28 está escrito: “O profeta que tem sonho conte-o como apenas sonho; mas aquele em quem está a minha palavra fale a minha palavra com verdade. Que tem a palha com o trigo? – diz o SENHOR”. Este versículo traz a nós uma lei muito importante sobre a proclamação das palavras de Deus.

Quem ousa falar em nome de Deus deve ter certeza absoluta de que suas palavras sejam mesmo o trigo substancial da mensagem de Deus, e não a palha dos devaneios do coração do profeta. Caso haja alguma dúvida, o profeta deve ser honesto e relatar seu sonho apenas como sonho, sem valorizá-lo como um oráculo de Deus.

“Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Não deis ouvidos às palavras dos profetas que entre vós profetizam e vos enchem de vãs esperanças; falam as visões do seu coração, não o que vem da boca do SENHOR” (Jeremias 23.16).

José sabia falar a linguagem dos sonhos. Por isso, Deus se revelou a ele e confidenciou o seu futuro. Um futuro de prosperidade no qual até os seus pais e seus irmãos se inclinariam diante dele. Por ser um filho justo e íntegro diante do seu pai, José foi perseguido pela inveja dos seus irmãos. Teve por isso sua túnica de várias cores, símbolo de autoridade, roubada e manchada de sangue para que seu pai pensasse que ele havia morrido. Apesar disto, José possibilitou que a história de Israel fosse uma história de glória e libertação. A história de José nos ensina sobre a fidelidade dos sonhos de Deus, que quando são implantados em nosso coração superam os reveses e transformam a nossa história.

Existem aqueles que se dizem irmãos, mas são verdadeiros assassinos dos sonhos que Deus colocou em nosso coração. Precisamos estar atentos, pois os sonhos de Deus jamais morrerão em nós. Não podemos deixar que o Espírito de Deus se extinga em nosso ser: “Não extingais o Espírito” (1 Tessalonicenses 5.19).

Há pessoas que só se preocupam com o que vão comer no dia seguinte. São mesquinhas e desprovidas de sonhos. Temos que passar pela vida com a visão de que ela é eterna e que as sementes que plantamos hoje, nós colheremos nos próximos 5, 10, 20, 40 anos e na eternidade.

O sonhador sempre irá colher nos anos futuros o que está semeando hoje. José passou por apertos, injustiças e até prisões, mas seus sonhos foram suficientes para que até seus ossos passassem 400 anos no Egito, atravessassem o deserto com Moisés, por 40 anos, e fossem enterrados na Terra Prometida, com Josué – “Pela fé, José, próximo do seu fim, fez menção do êxodo dos filhos de Israel, bem como deu ordens quanto aos seus próprios ossos” (Hebreus 1.22).

Isso é que é visão! Ele desfrutou da prosperidade dos seus sonhos em vida, mas nem a morte fez os seus sonhos pararem de semear boas sementes. Então, creia que nós somos uma geração de sonhadores e construa uma cultura de sonhos realizados na unção do Espírito Santo de Deus.

Seja você também o “senhor dos sonhos” de Deus!

Paz e bênçãos!

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Integrante do Comitê Estadual (RJ) de Referência e Apoio ao Ano da Bíblia no Brasil, Deivinson Gomes Bignon é mestre em Ciências da Religião com especialização em Bíblia e é formado em Letras (Português e Literaturas); exercendo as seguintes atividades: pastor auxiliar da Igreja Evangélica Congregacional de Vila Paraíso, professor, conferencista, escritor e cartunista. Autor dos livros “Voltando para a Bíblia” (2002) e “Recados do céu: a ética profética de Deus para as grandes questões da nossa época” (2007).

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