SOCIALISTAS “INDIVIDUAIS” NO BRASIL
O grande exemplo de coerência do socialismo brasileiro, não parte de grandes ações coletivas e que buscassem de fato a construção de uma sociedade socialista, como foi a Revolução Russa e mesmo a revolução cubana capitaneada por Castro e Che Guevara e que teve o mérito de derrubar o ditador Fulgêncio Batista que tinha todo apoio do poderoso governo americano. Por mais defeitos que se coloque em Cuba e criticas que se faça a Fidel Castro, ele se tornou um ícone na história do socialismo e Cuba conseguiu um grande avanço no sistema de educação, saúde pública, esporte e em outras áreas e, é claro sofreu um grande baque com a queda do socialismo real a partir da Perestroika e Glanost de Gorbatchev, bem como a queda do “muro”, a Globalização da Economia e a formação dos blocos da ALCA e Mercado Comum Europeu mostram claramente que nenhum sistema de economia e sociedade sobrevive de forma isolada. No Brasil os exemplos de coerência são individuais: Apolônio de Carvalho o corumbaense que tinha a noção exata da ideologia que abraçou e sabia perfeitamente que o socialismo não se limitava ao território brasileiro, por isso lutou armado na Espanha e na França contra o fascismo e recebeu o título de Marechal na Espanha e Coronel na França, paises onde podia entrar e sair sem passaporte até sua morte.
Outros exemplos foram a meu ver os Capitães Lamarca que morreu no sertão nordestino pro sua ideologia, Luis Carlos Prestes o principal dirigente comunista brasileiro, que chegou a ocupar o terceiro posto mais importante na organização internacional dos partidos socialistas e comunistas, depois dele veio dirigentes socialistas do movimento sindical como Batistinha do Rio de Janeiro, Rafael Martinelli de São Paulo e também vários jovens estudantes, jornalistas e trabalhadores menos conhecidos e que acabaram sendo presos, torturados, exilados e até mortos em varias ditaduras que permearam nossa história. Como o Estado Novo de 1937 a 1945 e a Ditadura de 1964 até a eleição Direta/Indireta de 1985 que elegeu um presidente morto e no lugar dele colocaram o líder da ditadura na Câmara Federal o Presidente José Sarney que até hoje assombra o Congresso Nacional, como um Zumbi da ditadura ressuscitado e devidamente democratizada e um dos principais aliados do governo de esquerda lulista, aliás, mais Lulista que petista, uma vez que a chamada esquerda do PT foi quase totalmente defenestrada do partido após a chagada do partido de Lula ao poder.
Pela metodologia de Estado, coerente com o modelo capitalista internacional e perfeitamente adaptado a era da Globalização da Economia e com o fim das chamadas “guerra de guerrilhas” hoje fora de moda e a vergonha de se declarar socialista ou comunista, sepultaram qualquer possibilidade socialista no Brasil, pelo menos por alguns séculos e séculos amém.
Fica em nossa história na verdade uma pequena parcela de dirigentes sindicais que de fato defendiam os trabalhadores, poucos políticos nobres de fato que ainda defendem princípios e ousam defender os interesses do povo e aqueles ícones registrados em nossa história e na história da humanidade. No Brasil o sistema que de fato defende um processo coletivo da sociedade, acabou sendo individualizado.