(IV) 1. COMO CONHECER A VONTADE DO PAI.
I. CONHECENDO A NOSSA SITUAÇÃO ESPIRITUAL.
Se formos filhos rebeldes, ou egoístas com certeza desprezamos o Pai e não temos o desejo de conhecer Sua vontade, pois não temos o menor desejo de agradar-lhe.
Quando buscamos conhecer o plano de Deus para nossas vidas a maioria das vezes, não estamos buscando conhecer a vontade de Deus, mas sim uma formula para o sucesso de nossas vidas.
Muitas vezes temos dificuldades em nosso viver, e para todas elas o Pai já tem suprido o escape, a provisão, a força. Mas, existem dificuldades que são provas (testes) tentações, a respeito das quais Deus nos forneceu somente princípios gerais afim de por a prova (trazer a luz) a real situação (condição) do espírito de cada um.
Quando uma esposa ama seu marido os sentimentos que ela tem por ele: o amor, a fidelidade, a confiança, a amizade, fazem que em uma determinada circunstância em que mesmo que ele não tenha manifestado o seu desejo ela sem sombra de duvida agira de maneira que o que quer que faça agradara ao seu amado marido. Ora isto precisa ser exercitado. Deus quer que passemos por este exercício. “Se os teus olhos forem bons todo o teu corpo será luz” Mateus 6: 22.
A maioria de nos gostaria de possuir algo como um livro de receitas, para consultar a respeito da vontade de Deus, muitos pensam que a Bíblia seja um livro assim, pelo simples fato de a lermos já teríamos a soluções, as respostas e tudo o mais. Apesar de a Bíblia ser o nosso manual de fé e pratica, a coisa toda não é bem assim. Note bem fé você lê e crê, e na pratica exerce os princípios que Deus colocou ali, ou seja, os dois mandamentos que resumem toda a lei. “Amaras a Deus de todo o teu coração, e o próximo como a ti mesmo” Mateus 22: 36-40.
Não existe, no entanto nenhum meio de conhecer a vontade de Deus, que não esteja diretamente relacionado com o estado do espírito de cada um.
Além disso, nos muitas vezes, aos nossos próprios olhos somos por demais importantes, a ponto de nos enganarmos, quanto à vontade de Deus a nosso respeito. Talvez, a um questionamento nosso, que Deus não pretenda responder, (no sentido de atender) porque a vontade Dele é que ocupemos uma posição que aos nossos olhos seja insignificante ou não nos dê o lucro (posição) vantagem desejada.
Às vezes, procuramos descobrir a vontade de Deus nas circunstâncias em que a Sua única vontade é que não nos envolvamos nelas. Circunstâncias, nas quais a nossa consciência, caso estivesse em ação nos teria acusado (alertado) ocasionando assim nossa retirada, da circunstância fosse qual fosse o resultado.
Embora seja a nossa própria vontade que nos leve a estas circunstâncias gostaríamos, mesmo assim, de ter a satisfação de sermos guiados por Deus (ou aprovados por Deus em nossos próprios caminhos) pratica esta que demonstra o nosso espírito de querer tirar proveito sempre, e não o de procurar agradar ao Pai em tudo.
Com certeza não teríamos dificuldade em reconhecer a vontade de Deus, se estivéssemos mais próximos Dele. Pode ser que mesmo assim Deus não manifestasse logo a Sua vontade a fim de gerar em nos uma ampla dependência Dele. Principalmente quando temos a tendência para agir conforme a nossa vontade. “Se os teus olhos forem bons todo o teu corpo será luz” Mateus 6:22.
Portanto, se o teu corpo não for luz, também o teu olho não é bom. Talvez você diga que este consolo é um consolo muito modesto, mas eu te digo que para mim é um grande consolo, pois, o meu único desejo é o de possuir bons olhos, para ter luz e andar com Jesus.
“Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele". [João 1:7] “Se alguém andar de dia não tropeça porque vê a luz deste mundo, mas se andar de noite, tropeça, porque nele não luz” [João 11: 9-10] O principio é sempre o mesmo “Quem me segue não andara em trevas, mas terá a luz da vida” [João 8:12] você não pode desvencilhar-se dessas regras da moral dos cristãos “Por esta razão, nos também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda sabedoria e inteligência espiritual, para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus” [Colossences 1:9-10]
A reciprocidade dessas duas verdades: conhecer a vontade de Deus para faze-la, e faze-la para poder conhece-la é de suma importância para a alma (espírito). É preciso conhecer bem ao Senhor Deus para ama-lo adequadamente, afim de que desejemos agrada-lo e servi-lo adequadamente. Quando assim o fizermos o conheceremos mais e melhor. “E peço isto: que o amor abunde mais e mais em ciência e em todo conhecimento para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros e sem escândalo algum até o dia de Cristo” [Filipenses 1:9-10] e ainda “Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido” [I Coríntios 2:15]
Assim, é a preciosa vontade de Deus, que a nossa possibilidade em reconhecer a Sua vontade esteja diretamente condicionada ao estado espiritual, e o nosso estado espiritual é definido pela nossa intimidade (proximidade) com Deus. Poderia até ser confortável estipular uma diretriz para a nossa consciência, para que ela nos dirigisse sem que fosse preciso nos corrigir em algum aspecto, se isto fosse feito seriamos robôs. Se você pretende descobrir a vontade de Deus sem usar o auto-julgamento (sem conhecer o que de fato esta em teu coração) a sua intenção não é boa. E infelizmente isto é o que mais se vê.
Um crente pode ter duvidas ou incertezas a respeito de certa decisão, outro, mais espiritual do que ele, não vê nenhuma dificuldade, e fica surpreso com as duvidas do primeiro chegando, assim, a entender que essa duvida são devidas ao estado da alma (espírito) daquele. “Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe” [II Pedro 1:3-11]
A) DIREÇÃO POR CIRCUNSTÂNCIAS.
Deus é fiel, deu-nos a promessa de mostrar o caminho de uma maneira direta. Se estivermos perto de Deus, entenderemos o Seu querer por meio de um simples gesto seu: seu olhar.
Ele nos adverte para não sermos como a mula ou o cavalo, que não conhecem a vontade, os pensamentos e os desejos do seu senhor, por isto com cabresto e freio são retidos, dominados. Mas isto ainda é melhor do que cair nas mãos do inimigo. Mas que é triste sermos dirigidos pelas circunstâncias é. Este procedimento divino é um ato de Sua infinita misericórdia para conosco.
Temos de diferenciar entre definir o que deva ser feito em determinadas circunstâncias, e o simples ser guiado por elas. Quem se deixa guiar por circunstâncias, está obscurecido no que diz respeito a reconhecer a vontade de Deus. Nessa maneira de agir não reside, absolutamente, nenhuma energia da moral, visto que são forças exteriores que determinam os procedimentos que se fazem necessários. Pode, acontecer que não sei de antemão o que deva fazer, pois não sei com que circunstâncias ou situações vou me deparar, e, conseqüentemente não posso tomar nenhuma iniciativa. No momento, porém, em que as circunstâncias aparecerem, saberei com convicção absoluta e divina o caminho segundo os pensamentos de Deus e a intenção do Seu Espírito.
Isso predispõe ao mais elevado grau de espiritualidade, e, não é estar sendo guiado por situações, mas significa estar sendo dirigido por Deus, em meio a situações. Estando mais próximos a Deus teremos a capacidade para decidir prontamente o que devemos fazer, tão logo nos defrontarmos com as circunstâncias.
B). DIREÇÃO POR MEIO DE IMPRESSÕES E SENTIMENTOS.
Quanto a impressões e sentimentos pessoais, estou certo de que Deus os promove e suscita dentro de nos. Em tais casos, no entanto, temos que ter clareza absoluta a respeito do assunto. Na oração, Deus pode afastar certas influências da carne. Uma vez afastadas, há espaço para impulsos espirituais os quais então envolvem a alma toda. Dessa maneira, Deus nos permite sentirmos a importância de uma tarefa, que até então talvez, estivesse oculta sob um espaçoso desejo que muito nos ocupava.
Sentimentos provenientes de Deus não permanecem obscuros ou duvidosos, pois Deus não Deus de confusão, os sentimentos provenientes de Deus são totalmente explícitos, claros. Não duvidem de que Deus muitas vezes opera impressões e sentimentos em nosso espírito quando andamos com Ele e damos ouvidos à Sua voz.
C). EMPECILHOS EM NOSSO CAMINHO.
Quando se diz que satanás nos Poe empecilhos no caminho, não significa que Deus não os tenha permitido. São causados muitas vezes pelo acúmulo de males provindos de circunstâncias, que nos envolvem para servirem para nosso bem.
Não deveria, no entanto, acontecer que agíssemos sem conhecer a vontade de Deus. A única regra que talvez pudéssemos estipular é: nunca fazer algo quando, não se sabe com certeza qual é à vontade, o desejo de Deus.
À vontade de Deus deveria ser para nos tanto o motivo, quanto à diretriz para os nossos atos, enquanto à vontade de Deus não estiver em ação, não haverá motivo para a existência da nossa vontade. Quando você age sem conhecer a vontade de Deus, você fica exposto a circunstâncias. Com efeito, Deus fará com que tudo coopere para o bem dos seus filhos, mas por que temos de agir sem sabermos a Sua vontade?
Se faço algo com a plena certeza de que é da vontade de Deus fica claro que se alguma coisa me impede na caminho, só pode ser uma provação para a minha fé, e não deveria deter-me. Nesse caso somente a falta de fé irá deter-me no caminho segundo Deus. Porque quando não nos mantivermos perto do Senhor, cientes da nossa dependência Dele, faltar-nos-á fé para realizar aquilo para que havíamos tido fé suficiente para começar a fazer.Certamente, quando formos rebeldes e desleixados, Deus na Sua misericórdia, com
certeza irá nos advertir (repreender) usando de alguma circunstância que venha nos deter, se é que lhe daremos atenção “Enquanto os simples passam e sofrem a pena...” [Provérbios 27: 12]
Pode ser que Deus permita que, onde há muito trabalho e atividade satanás nos ponha empecilhos no caminho para nos atrapalhar e Deus use isto para fazer-nos mais e mais dependentes Dele.
Porém, Deus nunca permite a satanás influenciar-nos, senão segundo a carne. Quando não somos vigilantes, e nos distanciamos de Deus, daí e só daí é que satanás nos prejudica. No primeiro caso, a influência de satanás é somente uma provação para nossa fé, e que vem nos guardar de algum laço, ou mesmo nos advertir do perigo de nos exaltarmos, ou seja, passa a ser um instrumento na mão de Deus, para nos corrigir. Explico: Deus permite a satanás inquietar o nosso espírito fazendo com que o nosso homem exterior sofra, para que o interior fique guardado do mal. [II Coríntios 12:6-10]
Outra razão para nossa correção pela intervenção de satanás pode ser os nossos “Se” e “Porém”, que nos detêm, ou mesmo a nossa desatenção, que possa ter aberto a satanás uma porta (legalidade) entre nos e Deus, para penetração de duvidas e aparentes dificuldades, já que a nossa visão ficou ofuscada. “Mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca” [I João 5: 18]. Com uma palavra: trata-se da nossa situação moral. Quando surgir uma pergunta que não soubermos responder prontamente, havemos de descobrir que tal pergunta nem sequer teria surgido se a nossa alma estivesse em boa posição, e, se sentimentos verdadeiramente espirituais nos tivessem guiado e guardado. A única coisa que nos resta fazer, em tal caso, é humilhar-nos diante de Deus.
II. PRINCÍPIOS PARA A NOSSA ORIENTAÇÃO.
Examinemos a escritura com a finalidade de verificar se ela nos transmite princípios que sejam próprios para nos orientar. A única condição para tanto é uma disposição clara do nosso espírito.
A regra: deveríamos fazer o que o Senhor Jesus teria feito. É excelente, onde e quando puder ser aplicada, a dúvida, porém, é se em muitas dessas ocasiões estamos nas circunstâncias nas quais Ele se achava.
Como próximo meio de se orientar é útil dirigir a si próprio a pergunta: de onde surge essa inclinação ou esses pensamentos, que me levam a tomar tais decisões?
Temos constatado que essa auto-análise soluciona mais da metade das dificuldades ou dúvidas do cristão sincero. O que ainda resta de dificuldades e dúvidas, é fruto da nossa própria precipitação ou de pecados do passado. Quando um pensamento procede de Deus, e não da carne, precisamos somente nos dirigir a Deus e Ele nos orientará, no que diz respeito á realização. Há casos nos quais, embora já existam razões ainda necessitamos da Sua orientação, Ele em Sua graça quer nos ensinar obediência e nos mostrar quanto tempo temos perdido, andando obstinados, em nossas próprias atividades. Porque “Guiará os mansos retamente, e aos mansos ensinará o seu caminho” [Salmo 25: 9].
Lembre-se sempre de que a sabedoria de Deus está a nossa disposição para guiar-nos nas veredas da Sua vontade, quando, porém, nossa própria vontade estiver em ação, Deus não pode estar conosco. Isso é essencial. É o mistério da vida de Cristo.
BY PASTOR VALDECI DO NASCIMENTO OLIVEIRA.