"Sonhar não custa nada"

Era sábado chuvoso, sou melancólica por natureza, acho lindo a chuca cair e molhar meu rosto, minha roupa, depois eu me troco toda satisfeita.

Caminhando pela cidade certo dia encontrei um folder da Argentina no chão, a cidade era Bariloche, isso foi em 1972.

Sonho de menina. Trinta e seis anos se passaram e ainda não conheci a minha Bariloche.

As coisas não são simples como pensamos ou sonhamos. O não tentar é sempre frustante. Embora pareça simples pedir uma viajem, não é a mesma coisa como degustar um sanduiche e sair por aí.

A vontade é tanta de conhecer essa cidade que até hoje quardo esse folder, velhinho, quem sabe eu vou mesmo.

E, não sei qual a relação que faço entre Bariloche e Campos do Jordão, também não conheço essa cidade, talvez seja as flores e o frio.

Toda vez que chove e eu estou em um ônibus, eu me vejo indo para Bariloche e choro.

Choro com vontade de ir, de vir, de estar lá e de ver as flores, correr entre elas, sentir seu perfume, tirar fotos e guardar.

Se eu não sonhar vou morrer, por isso acho importante não deixar morrer um sonho, porque "um sonho que se sonha só não é sonho mas um sonho que se sonha junto pode se tornar realidade".

Choro quando alguém está arrumando sua mala pois sei que vai viajar e eu vou ficar, sonhar é viver e viver é sonhar.

Enquanto viajamos o pensamento voa, delira, vagueia, vai e volta sem sair do lugar.

E sonhar não custa nada não é mesmo!

TELMA BEZERRA