"Colei da Internet"
Na semana passada assisti a uma reportagem na tv sobre trabalhos escolares. Muita conversa, muita reclamação dos professores e nenhuma solução.
A iniciação aos trabalhos de pesquisa nas escolas é de suma importância, tendo como objetivo implantar a vontade da busca do conhecimento e explorar a criatividade de cada cidadão. Mas não podemos fingir que não estamos em uma nova era, além de sabermos que o mundo está dividido em dois: aquele que tem acesso à internet e aquele que não tem (que está ficando, a cada dia, menor). Lutar contra o avanço da tecnologia chega ser, a meu ver, uma reação estúpida e retrógrada.
Como dizer a um aluno que ele não pode simplesmente “colar” seus trabalhos escolares da internet. Não podemos e não devemos.
Depois de várias tentativas de diálogo com meus alunos, resolvi me unir a eles. Não ensinando a “colar” os trabalhos, mas sim a fazer uma sinopse de tudo o que conseguiram ler na busca da tal “cola”.
Exigir do aluno que ele faça a conclusão do trabalho, é querer ler absurdos como: “foi um trabalho interessante, gostei muito”. E ele está certo, é uma conclusão clara.
Mas se, ao invés de conclusão, você pedir a opinião sobre o assunto, e o resultado, por escrito, de um debate dentro do grupo, (com um ensaio prévio em sala de aula ), irá conseguir avançar um pouco mais para sobrepor essa barreira.
Seminários, cada vez mais frequentes nas escolas, também ajudam a despertar o interesse do aluno, pois crianças e adolescentes são competitivos (pré-seleção natural da espécie humana) e acabam por gostar do “jogo”. Afinal, qual a função da escola? A escola tem a função primária, de preparar o jovem para o mercado de trabalho. Isso sem falar nas outras tantas funções que hoje são delegadas ao ambiente escolar. Portanto, não querer que um aluno “cole” sua pesquisa da internet chega a ser incompreensível.
Para solucionar esse pequeno problema, basta uma complementação didática: pesquisa na internet, sinopse, registro do debate e seminários.
Se não conseguimos lutar contra o mundo da internet, é melhor nos unirmos a ele.
Boa sorte, professores!
editor de texto: Arnaldo Agria Huss