Mykonos, a ilha do vento

Diversas são as surpresas que aguardam o viajante que chega a Mykonos, uma das ilhas do arquipélago das Cíclades, no mar Egeu, Grécia. A ilha dista 160 quilômetros de Atenas. A primeira delas é a beleza do lugar, onde as casinhas brancas estabelecem um magnífico contraste com o mar azul. Quando você desce do navio e respira aquela atmosfera mágica, o coração dispara e os olhos giram, como que querendo ver toda a beleza ao mesmo tempo.

Depois, outros fatores ajudam no processo de deslumbramento: a hospitalidade do povo, a simplicidade da cidade que se comprime em suas ruelas estreitas e tortuosas. Saindo-se da capital Iora, vai-se às praias de Águios Iânis (São João), Ormós e Psarou cujo toque indelével de magia nos dá, ao partir, o desejo de voltar. Mas o que mais chama atenção em Mykonos é o vento.

Não se trata de uma ventania, um minuano gaúcho, mas uma brisa suave e constante, que favorece os esportes náuticos e a pesca, amenizando os efeitos do calor do verão grego. Dizem os locais que em Mykonos venta por volta de 300 dias por ano. Tanto assim que um dos cartões-postais da ilha são os moinhos de vento. Há também crepúsculos de tirar o fôlego. Temos várias fotos dessa beleza, ao entardecer das 9 horas (no verão anoitece bem tarde).

Voltando ao vento, os versos de Homero, desde o século IX a.C. já falavam em “hé aura Mykonos kê to meltami” (a brisa que dança em Mykonos). Inúmeros artistas, poetas, pintores e compositores fizeram do vento de Mykonos o mote de sua produção artística.

A ilha, de 85km2 foi colonizada pelos egípcios, fenícios e venezianos. A partir de meados do século XX tornou-se a meca de artistas e intelectuais de todo o mundo. Uma das curiosidades de Mykonos é Petrus, um pelicano adotado como mascote da ilha. Trata-se de uma ave grande, com envergadura superior a um metro, que anda livremente pelas praias, mercados e ruas da cidade. Como se trata de uma cultura de quase cem anos, suspeita-se que com a morte de um pelicano, outro seja colocado em seu lugar. Tirei várias fotos com ele. A mitologia grega afirma que Mykonos foi um dos filhos de Apolo.

Depois que voltei de lá, entronizei a ilha como um dos meus ícones, autêntico “sonho de consumo”. Não tem um dia em que eu não pense na ilha e nos seus ventos inesquecíveis. É uma saudade que, mesmo que faça sofrer, é gratificante, pois estive lá. Pior se alimentasse o devaneio de conhecer um lugar que nunca houvesse visitado. Um de nossos desejos é um dia ir morar lá, Carmen e eu. A beleza e o clima da ilha favorecem o lazer, o dolce far niente, o banho de mar, a exposição ao sol e o desfrute da gastronomia típica de cultura grega (camarões, lagostas e bom vinho).

Meu projeto, viável ou não, é viver lá, abrir um negócio, na linha da gastronomia, grelhados e doces, mesinhas na rua, algum artesanato, sei lá. Duvido da viabilidade porque ainda há muitos nós que nos prendem ao Rio Grande. Um dia, quem sabe?

Antônio Mesquita Galvão
Enviado por Antônio Mesquita Galvão em 03/06/2008
Código do texto: T1017470