Álvaro Lins. Mais um mau caráter do conhecimento público.
Confesso, sem o menor constrangimento, que mais uma vez fui enganado por alguém que me ludibriou pelo discurso. Parece mentira, mas não é. Como pode um sexagenário que se diz esclarecido, ter acreditado num ignóbil de terno e gravata, somente por que se dizia chefe de polícia e procedeu a uma palestra elegante e de maneira convincente?
No ano de 2003, quando eu ainda exercia a função de repórter do jornal Folha Democrática, eu assisti, no Centro Cultural de Miguel Pereira, a uma palestra sobre segurança pública proferida pelo então chefe de Polícia Álvaro Lins que, entre outras promessas, declarou ter a resolução para exterminar o tráfico e dar fim à criminalidade no Rio de Janeiro. Como uma criança inocente que espera um presente em seu aniversário, eu me mantive crédulo.
Hoje, dia 30 de maio de 2008, ao assistir o jornal vespertino da Rede Globo, perplexo, cientifiquei-me do lamentável equívoco, ao escutar do repórter que o Sr. Álvaro Lins havia sido preso em sua residência, acusado de formação de quadrilha, evasão de dinheiro (roubo, propriamente dito) e outros crimes.
A principal intenção ao publicar este artigo não é outra senão a de extravasar a revolta que se acometeu em mim, por jamais ter acreditado que aquele envolvente palestrante não passa de um grande mau caráter.