Abnegação, eis o conflito!
Marcos 8:34-38 – “Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá-la-á. que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Que daria um homem em troca de sua alma? Porque qualquer que, nessa geração adultera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na gloria de seu Pai com os santos anjos.”
Certa vez alguém me fez a seguinte pergunta: O que é ser crente? Ou, o que é ser cristão? E a minha resposta é sempre a mesma: Ser crente é crer em algo ou em alguém. Ser cristão é ter uma vida plena em testemunho. É ser um seguidor de Cristo. Testemunhar sua graça. Andar como Ele andou (1Co.11.1).
Testemunha, no original grego, corresponde a “marturia” ou “martures”, ofício confiado aos profetas em testificar acerca de eventos futuros, ou, “marturomai”, na voz ativa: afirmar, declarar solenemente, protestar. Daí o termo “protestante”.
Esta e uma das grandes particularidades da fé crista. Na verdade, ser cristão não é apenas seguir algumas idéias religiosas ou tornar-se fiel de uma determinada igreja. Ser cristão é estar disposto a seguir uma pessoa, seguir a Jesus Cristo.
As palavras de Jesus Cristo registradas em Mt.10.34-39; 16.24-28 e Lc.14.25-27, têm um sentido desafiador. Muitos tomam para si este desafio e se apresentam dispostos a fazer o que Cristo lhe ordena, como por exemplo: “ser uma testemunha até aos confins da terra”.
Eis o grande desafio: Abnegação.
Grandes multidões sempre se formavam para ver e ouvir o Mestre Galileu, e é numa dessas ocasiões que o Ele lança o desafio (v.34 a 37). Um desafio que envolve a cruz pessoal de cada um (ego). Um desafio que envolve a vida (salvar, perder). Um desafio que envolve a vida eterna.
Muitas pessoas são atraídas a Cristo por causa da sua Palavra, entretanto, poucas têm disposição de renunciar a tudo por amor a Cristo.
De outra feita Jesus havia falado que era o pão da vida, muitos se escandalizaram e o abandonaram (Jo.6.66).
Eis o grande desafio: Abnegação, Renúncia e Entrega Total.
Jesus conclui chamando a atenção para o fato de que seus discípulos sejam compromissados com suas palavras (v.38), e concluímos que diante desse desafio de renúncia, há muito pouco da mente de Cristo em nós. Quão distantes estamos dos apóstolos.
Quão distantes estamos de Cristo. Há muito pouco em nós da graça, da compaixão, da humildade e do amor de Cristo. O seu choro sobre Jerusalém é algo do qual pouco conhecemos. Ele “buscava o que estava perdido”, e disso somos péssimos imitadores. Ele “ensinava as multidões”, coisa que para nós é penoso demais. Os dias em que jejuava, as noites em ficava em vigília e oração, são modelos que nós ainda não ousamos imitar.
Nós não devemos buscar e esperar descanso e facilidade num mundo onde aquele que amamos enfrentou apenas dores e sofrimentos.
O desafio foi lançado: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”.
Que Deus nos abençoe!