Células-tronco: uma vitória da sociedade
O Supremo Tribunal Federal finalmente decidiu pela constitucionalidade da lei que prevê o uso de embriões para pesquisas científicas.
Isso não significa que as pesquisas tenham ou venham a apresentar resultados, mas que, a partir de agora, constitucionalmente assegurados, os cientistas dedicar-se-ão com mais afinco e esperança de encontrar soluções para os problemas das pessoas, sem medo de serem maltratados por supostos cristãos.
Que cristianismo é esse defendido pela igreja tradicional? É o cristianismo que coloca a igreja como única fonte de salvação. De modo que, se a pessoa não conseguir se curar de doenças, de males e afins, apenas a igreja lucra com isso. Lucra, obviamente, financeiramente. A igreja tradicional vê na desgraça do outro uma maneira de se manter viva. No fim da noite, o líder dessa igreja invariavelmente agradece a Deus não por sua vida, pela paz, mas sim pela guerra, pela desgraça, pelo ódio e, principalmente, pela existência do demônio. Se o demônio deixa de existir, que inimigo combateria o líder religioso? Que finalidade continuaria tendo sua igreja?
A decisão do Supremo Tribunal Federal, decisão bem apertada, diga-se de passagem, não reflete o anseio da sociedade. Embora alguns ministros não possam esclarecer seus votos herméticos e contrários à constitucionalidade da lei, cristãos de verdade votariam a favor de uma lei que prevê um incentivo à vida. É só perguntar às dezenas de pessoas que já se enchem de felicidade ao pensar que poderão voltar a praticar atividades que, em outras situações, seriam impensáveis.
Verdade que muitas das pessoas que lutaram para a sentença da constitucionalidade da lei não verão os bons resultados. Mas só de abrirem mão de suas vidas cotidianas para lutar em prol da coletividade e da posteridade, essas pessoas entram no rol da história destinado aos heróis.
A constitucionalidade da lei é uma vitória da sociedade, a ser comemorada por todos nós!