O HOMEM EMBRIONÁRIO
"O que perturba as pessoas não são os fatos, e sim as opiniões sobre os fatos" - Epicteto (filósofo estóico da Grécia antiga, 50-127).
Nada mais verdadeiro ocorre hoje com as opiniões sobre a liberação, ou não, das pesquisas com as células-tronco embrionárias humanas. E a perturbação ocorre porque se dividiram em dois campos opostos as opiniões sobre esse fato: os que são a favor e os que são contra. E se armou um palco para a controvérsia: ciência contra religião. Destacam-se os argumentos científicos dos que são favoráveis à liberação, e os religiosos dos que são desfavoráveis a esta. Ora, a ciência não é uma entidade ‘viva’ que tenha opinião; ela é o conhecimento que está nos cérebros dos cientistas; nos livros de ciência e nas revistas científicas. O mesmo vale para a religião, confundida com a Igreja Católica (e as demais confissões cristãs?). E é baseado neste fato (pesquisa com os embriões) que surgem as opiniões de doutos e leigos para argumentar a favor da pesquisa, amparada no pensamento científico (sem peias?), em combate contra as ‘trevas’ (pensamento religioso/católico). A batalha ‘razão contra a fé’ está, pois, assim posta.
A razão sem as peias ditadas pela moral e pela ética (ambas manifestações do instinto de sobrevivência de uma sociedade), pode conduzir à impiedade, que muito bem pode ser representada pela frase ‘os fins justificam os meios’. Já a fé, aquela que nada examina, tudo aceita, a chamada fé cega, pode conduzir ao fanatismo. Somente a fé raciocinada é capaz de enfrentar a razão em todas as épocas da humanidade, através da harmonização razão/coração, raciocínio/sentimento. Raciocínio, sim, mas ético e moralmente correto.
Se diz, comumente, que o todo contém as partes. Ocorre, porém, que a parte contém o todo. O exemplo disso pode ser visto na holografia (fotografia feita com luz de laser). Assim, a célula tronco embrião contém o poder de regeneração da adulta como esta contém o daquela. De fato, o que se observa é que as células adultas de um paciente têm dado resultados espetaculares na recuperação do doente, comprovando o que há muito se diz: cura-te a ti mesmo.
E agora? Se ganhar o ‘não’, restará aos do ‘sim’ a consolação de que as pesquisas com as células tronco ditas adultas estão dando resultados animadores quanto à regeneração de órgãos. Porém, se ganhar o ‘sim’, então, àqueles que têm por norma a fé raciocinada (a que incorpora os avanços do conhecimento científico que respeitam a ética e a moral (religiosa), para os quais a vida (alma, espírito) se manifesta no embrião desde a sua formação inicial), façamos pelo ‘homem embrionário’ um réquiem, segundo lemos em Lucas 23:46: ‘...Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.’ Quem viver, verá.
Moacir Índio da Costa Júnior
físico e docente (aposentado) da UFRGS
"O que perturba as pessoas não são os fatos, e sim as opiniões sobre os fatos" - Epicteto (filósofo estóico da Grécia antiga, 50-127).
Nada mais verdadeiro ocorre hoje com as opiniões sobre a liberação, ou não, das pesquisas com as células-tronco embrionárias humanas. E a perturbação ocorre porque se dividiram em dois campos opostos as opiniões sobre esse fato: os que são a favor e os que são contra. E se armou um palco para a controvérsia: ciência contra religião. Destacam-se os argumentos científicos dos que são favoráveis à liberação, e os religiosos dos que são desfavoráveis a esta. Ora, a ciência não é uma entidade ‘viva’ que tenha opinião; ela é o conhecimento que está nos cérebros dos cientistas; nos livros de ciência e nas revistas científicas. O mesmo vale para a religião, confundida com a Igreja Católica (e as demais confissões cristãs?). E é baseado neste fato (pesquisa com os embriões) que surgem as opiniões de doutos e leigos para argumentar a favor da pesquisa, amparada no pensamento científico (sem peias?), em combate contra as ‘trevas’ (pensamento religioso/católico). A batalha ‘razão contra a fé’ está, pois, assim posta.
A razão sem as peias ditadas pela moral e pela ética (ambas manifestações do instinto de sobrevivência de uma sociedade), pode conduzir à impiedade, que muito bem pode ser representada pela frase ‘os fins justificam os meios’. Já a fé, aquela que nada examina, tudo aceita, a chamada fé cega, pode conduzir ao fanatismo. Somente a fé raciocinada é capaz de enfrentar a razão em todas as épocas da humanidade, através da harmonização razão/coração, raciocínio/sentimento. Raciocínio, sim, mas ético e moralmente correto.
Se diz, comumente, que o todo contém as partes. Ocorre, porém, que a parte contém o todo. O exemplo disso pode ser visto na holografia (fotografia feita com luz de laser). Assim, a célula tronco embrião contém o poder de regeneração da adulta como esta contém o daquela. De fato, o que se observa é que as células adultas de um paciente têm dado resultados espetaculares na recuperação do doente, comprovando o que há muito se diz: cura-te a ti mesmo.
E agora? Se ganhar o ‘não’, restará aos do ‘sim’ a consolação de que as pesquisas com as células tronco ditas adultas estão dando resultados animadores quanto à regeneração de órgãos. Porém, se ganhar o ‘sim’, então, àqueles que têm por norma a fé raciocinada (a que incorpora os avanços do conhecimento científico que respeitam a ética e a moral (religiosa), para os quais a vida (alma, espírito) se manifesta no embrião desde a sua formação inicial), façamos pelo ‘homem embrionário’ um réquiem, segundo lemos em Lucas 23:46: ‘...Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.’ Quem viver, verá.
Moacir Índio da Costa Júnior
físico e docente (aposentado) da UFRGS