NÓS MATAMOS ISABELLA!

No último dia 29 de março, um crime bárbaro chocou o Brasil. Uma criança de apenas cinco anos de idade foi arremessada do 6º andar do edifício London, na cidade de São Paulo.

Durante esses trinta dias, a mídia, exaustivamente, acompanhou os fatos em uma cobertura jornalística jamais vista: transmissões ao vivo, entrevistas, simulações, furos de reportagens...

A sociedade, por sua vez, não ficou calada. Acompanhou tudo de perto e, sensibilizada com os fatos, ainda clama por Justiça.

Mas, afinal, quem matou a pequena Isabella?

A maioria de vocês afirmarão de pronto: sem dúvida, foram o pai e a madrasta.

Porém, se existe um pai, existe também um avô e uma família que criou um Alexandre Nardoni mimado e disposto a negar até o fim, um fato incontestável. Por que a família o protege? Por que protegemos nossos filhos e não deixamos que eles respondam por seus erros? Será que passamos a mão na cabeça de nossos filhos pelo fato de também nos sentirmos culpados por termos sido omissos quando de suas criações?

Se há uma madrasta, também existe um casamento desfeito. Por que os casamentos não dão mais certo? Por que a sociedade aceita passivamente tantas separações e divórcios? Tantas madrastas, tantos padrastos? O casamento não deveria ser para sempre? Os filhos não deveriam ser criados por seus pais, dentro de um lar?

Se existem atualmente tantos crimes bárbaros, existem também a falta de amor e fé da humanidade. Será que nos afastamos de Deus? Como podemos esquecer as valiosas lições que Cristo nos deixou? Aquela conversa de amarmos uns aos outros era pura balela?

A pequena Isabella se foi. Não deveríamos estar orando por ela, ao invés de pedirmos na bandeja a cabeça de seus algozes? Onde foram parar nossos valores?

No final da história, chegaremos à conclusão de que Isabella não foi morta simplesmente pelo pai e madrasta; pelo avô ou pela família; por um casamento desfeito; pela falta de Deus em nossas vidas.

Nós a matamos!!! Todos somos culpados pelo crime. O que faremos agora? Quantas Isabellas ainda morrerão?

Chegou a hora de não mais falarmos de morte, mas sim de vida. Existem no Brasil milhares de Isabellas prontas a serem jogadas pelas janelas. Cabe a cada um de nós fazermos a nossa parte e, quem sabe, com a infinita misericórdia de Deus, possamos salvar tantas outras Isabellas.

PAULO JUNIOR
Enviado por PAULO JUNIOR em 26/05/2008
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