SOMOS MESMO TODOS IGUAIS ?

Creio que o problema começou com essa coisa de que todos somos iguais. Igualdade entre ricos e pobres, homens e mulheres, negros e brancos e por aí vai. Coisa de franceses e colonos americanos**.

Passou-se a difundir o conceito de que a igualdade era algo a ser buscado, que era um direito de todos, que poderia ser obtida em uma sociedade ideal e igualitária. E com isso, instaurou-se (ou, no mínimo, agravou-se) o caos, uns tentando chegar a “igualdade”, outros tentando manter a “desigualdade”.

Penso que nunca houve nada tão absurdo. Seria como fazer terraplanagem em todas as montanhas do mundo para deixá-las iguais em forma e altura. O resultado do equívoco foi morte, dor e amargura. Tudo porque não se reconheceu, como por vezes ainda não se reconhece, uma realidade básica: SOMOS TODOS DIFERENTES.

Negros nunca serão iguais a brancos, nem que seja só pela cor da pele, que, em geral os distingue. Mulheres nunca serão iguais aos homens, nem que seja pela distinta configuração do órgão reprodutor. E, pasmem, ricos nunca serão iguais a pobres, nem que seja pelo grau de requinte de paladar acostumado a iguarias e à subsistência, respectivamente.

Ah, mas se não são iguais quer dizer que há um melhor do que o outro?

Exatamente. Individualmente considerados, cada caso é um caso.

Sim, nós seres humanos, somos todos diferentes e o caminho é reconhecer e aceitar isso. Até Jesus Cristo disse certa vez que os pobres sempre existiram. Aliás, o Apóstolo do Cristo aceitava a existência de escravos e disse que estes deveriam ser obedientes aos seus amos. Quer desigualdade maior? (conf. João: 12:8 e Colossenses 3:22)

Sim, a desigualdade existe e é normal. Por isso, precisamos é aprender a bem viver com ela, juntos, em sociedade, e em paz.

Só porque eu sou negro e ele é branco, eu homem e ela mulher, eu rico e ele pobre, nós não precisamos nos odiar. Aliás, não devíamos nem mesmo ser apáticos em relação às necessidades do outro.

Assim, a receitinha básica é TOLERÂNCIA, RESPEITO, CONSIDERAÇÃO. Podemos viver juntos a despeito de nossas diferenças. A beleza da humanidade está na diversidade que enriquece nossa experiência de vida.

Meu amigo é diferente de mim, mas é do peito. Minha esposa é diferente de mim, mas eu a amo. Meu patrão é diferente de mim, mas….bem não precisamos exagerar na amabilidade neste caso… mas posso ser honesto, justo e trabalhador.

Lógico que sempre haverá aquele que quer se aproveitar da diferença para se sentir superior e humilhar outrem. Mas isso é uma anomalia psicossocial, que não se combate com o discurso de igualdade.

Até a lei induz a erro, ao dizer que ‘todos são iguais perante ela’, sendo hodiernamente pacífico que o melhor é tratar ‘desigualmente os desiguais’.

Igualdade me lembra um baixinho louco, com bigode esquisito e fala assertiva, que seduzia as massas com imponentes desfiles de milhares de “iguais” com indumentária absolutamente idêntica (nos mínimos detalhes), marchando com precisão milimétrica e saudando com seu braço em riste, em perfeito uníssono, seu füher. O insano matou milhões de semelhantes nossos (Notem: semelhantes e não iguais).

Nós, os humanos normais, ao contrário, somos e seremos sempre e inexoravelmente diferentes, graças a Deus.

** Apesar de que disso já cuidavam Platão e Aristóteles (PLATÃO. Leis, VI 757; ARISTÓTELES.Política. III 9 -1280a)