Não jogue lixo aqui, seu imundo...
Isto estava escrito, literalmente, numa placa em um terreno baldio, num dos bairros periféricos da minha cidade, e hoje, passando por lá, não pude deixar de notar.
O descaso e o desleixo com a sujeira e a imundície em nossas cidades, com gente jogando lixo em qualquer lugar, é tão grande que a tradicional placa “não jogue lixo, por favor,” ou “proibido jogar lixo”, não adianta mais, é preciso agora apelar para algo mais contundente.
Na realidade, a maioria das pessoas não tem noção dos malefícios que nos trazem os lugares sujos e insalubres. Grande parte das doenças da humanidade tem relação direta com a higiene e com o acúmulo e a má administração do lixo.
O que se vê em alguns lugares de nossas grandes cidades é uma sujeira muito grande, pela má administração do lixo, tanto pelos moradores, como pelas autoridades públicas, encarregadas da coleta, seleção, armazenamento e dispensa dos resíduos produzidos pela sociedade em geral.
Os resíduos residenciais, comerciais, industriais, hospitalares e tóxicos, são em tão grande quantidade que as dificuldades de descarte desse material já é um problema de grande magnitude para os governos no mundo inteiro.
Nos países desenvolvidos do primeiro mundo, a reciclagem já é uma realidade e inclusive se ganha muito dinheiro com isso, nos outros países, como o Brasil, apenas se está engatinhando em reciclagem, mas já há algumas empresas investindo nisso.
Higiene na sociedade é uma questão de cultura e cultura se aprende na escola.
Lembro-me que quando menino, a professora sempre perguntava se a gente tinha escovado os dentes, penteado o cabelo, lavado o rosto, limpado as unhas, éramos corrigidos se jogássemos algo no chão ou se entrássemos na sala de aula sem limpar os pés na soleira. Embora os professores façam isso, muitas crianças não cultivam esses hábitos, ou por falta de condições econômicas ou porque os próprios pais em casa, não lhes fazem a cobrança devida.
Na realidade, o primeiro passo para que possamos viver com mais higiene tem que ser dado pelas autoridades, com melhores planos de saneamento básico e saúde, criando quem sabe, uma disciplina a mais nos currículos escolares, onde a higiene, a saúde e o cuidado pessoal com o lugar onde vivemos, seja obrigatória e valha nota, desde os primeiros anos de estudo.
Viver em lugares limpos é essencialmente importante para a saúde das pessoas.
Em um país como o nosso, onde a pobreza atinge a metade da população, mas falo de pobreza mesmo, de viver em barracos, não ter sapatos, nem roupas adequadas, fazer apenas uma parca refeição por dia, não ter água em abundância pra tomar banho duas vezes ao dia, não ter dinheiro pra comprar utensílios de higiene pessoal, como sabonete, pasta de dentes, desodorante e etc., grande parte dos brasileiros vive desta maneira, em “bairros” onde não há saneamento básico, nem água tratada, nem ruas calçadas, onde o esgoto corre a céu aberto, nestes lugares, não há como ensinar nem manter a higiene, é poeira na seca e barro até a canela, na época das chuvas, sem contar com inundações que trazem todo tipo de doenças, justamente por causa do acúmulo de lixo, só com grande esforço da população e das autoridades se poderá fazer alguma coisa para que tenhamos um ambiente mais limpo e seguro.
Tem que haver um maior investimento governamental para a questão dos resíduos em geral, fala-se tanto na questão ambiental, mas só se pensa na Amazônia e na devastação da floresta, uma de nossas maiores preocupações no futuro, serão os atuais lixões, que contaminam o solo, o subsolo e os lençóis freáticos comprometendo a água potável.
Quem sabe pudéssemos colocar uma grande placa no Brasil:
Não roubem mais aqui, corruptos imundos!!!!!