Acidente de trabalho: negligência e falta de informação
Acidente de trabalho: negligência e falta de informação
A segurança em todos os seus aspectos sempre foi buscada pelo homem. Nos relacionamentos afetivos busca-se segurança, nas amizades também, os filhos vêem na figura dos pais o porto seguro, a segurança. Os animais também buscam segurança, são as leis que regem a vida controlando a natureza. Os seres irracionais e racionais trazem consigo o chamado instinto de conservação, que nada mais é do que mecanismos que lhes possibilitam viver com mais segurança fugindo dos perigos naturais impostos pela vida. Ou seja, a segurança é intrínseca e inerente às criaturas. Nos primórdios da humanidade, quando a razão e a inteligência tinham um pequeno desenvolvimento, o homem também procurava se proteger de seus predadores, ou seja, buscava a segurança. A própria atividade da caça era uma forma de segurança porque correspondia a necessidade básica da alimentação. Portanto, nada mais natural do que procurar também essa segurança na atividade profissional, porque só se sentindo seguro para desenvolver suas atividades é que o trabalhador produzirá mais e melhor, gerando riqueza à empresa e também à sociedade onde está inserido.
Todavia, essa realidade da segurança do profissional em seu local de trabalho anda distante, démodé, principalmente do Brasil. Pesquisas informam que a segurança do trabalhador é absurdamente negligenciada. Para se ter uma idéia, o Setor de Indústria lidera os acidentes de trabalho. As ocorrências são inúmeras, a cada hora trabalhada na indústria ocorrem 104 acidentes de trabalho. Os números não mentem, o Brasil se encontra na incômoda 6º posição em relação aos acidentes de trabalho, muitos inclusive com o óbito do trabalhador. Sim, caro leitor, perdemos apenas para Paquistão, Índia, El Salvador, Turquia e Peru. Uma triste realidade.
E detalhe significativo: no Brasil a taxa de informalidade é grande, indicando que nem todos os acidentes de trabalho são conhecidos e notificados. Portanto, discutir abertamente o assunto que versa sobre a segurança do trabalho é premente, porquanto os acidentes de trabalho se constituem em verdadeira mazela social, eclodindo na economia de forma a emperrar o progresso do país. Muito se fala nas grandes dificuldades e desafios que enfrenta o ser humano. A discussão em relação ao meio ambiente recrudesce, diálogos de lideranças políticas e sociais propõem reformas, campanhas são montadas visando combater as drogas, salientamos que todos esses assuntos são de suma importância e merecem debates, entretanto, reforçando, é preciso debater também a questão sobre a segurança do trabalhador. Os custos de um acidente de trabalho são incalculáveis, porquanto afeta além do físico, repercutindo-se no emocional do funcionário e de todo o grupo, sem contar os prejuízos materiais para empregador e empregado.
Se você, caro leitor, é empregado, conscientize-se da importância de utilizar o EPI (Equipamento de Proteção Individual) no desempenho de suas atividades. Trabalhe com segurança, planejamento, cuidado. Sua vida é preciosa demais para perdê-la por negligência. Exija que o empregador ofereça as condições necessárias para que você realize seu trabalho de forma segura.
Se você, caro leitor, é empregador, conscientize-se de que segurança é uma questão básica para que seu colaborador desenvolva em plenitude suas atividades. Os acidentes de trabalho causam grande dano à sua empresa, prejuízos materiais dos mais altos, além de comprometer principalmente a saúde de seu maior ativo: o funcionário.
Em parceria SESI e SEBRAE elaboraram uma cartilha para colaborar com a segurança do trabalho. Fica a dica para que empregado e empregador acessem o site das respeitosas instituições e se informem. É tarefa impossível abordar todos os quadrantes que envolvem a segurança e o acidente de trabalho em um simples artigo, entretanto, despertar a atenção das pessoas para essa questão é fundamental. Outra sugestão para a leitura é o livro “Segurança e Saúde no Trabalho”, publicado pelo SENAC, os autores são: Marco Antonio F. Costa e Maria de Fátima Barrozo da Costa.
Façamos nossa parte e com certeza ajudaremos o Brasil a se livrar da triste alcunha de ser um Campeão no quesito acidentes de trabalho.
Pensemos nisso.