Saiba por que furacões e ciclones recebem nomes

A prática de nomear furacões e ciclones tropicais começou para facilitar a comunicação pública e a disseminação de alertas. Antes, tempestades eram identificadas por números ou termos técnicos, o que dificultava a compreensão, especialmente em momentos de emergência. De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), nomes são muito mais fáceis de lembrar, o que melhora a notificação pela mídia e aumenta a preparação das comunidades afetadas.

Como os Nomes São Escolhidos?

As tempestades recebem nomes após atingirem ventos constantes de 63 km/h. No Atlântico Norte, Caribe e Golfo do México, são usadas listas pré-definidas de nomes masculinos e femininos em ordem alfabética. Cada nome é atribuído cronologicamente ao longo do ano, começando com a letra "A". Em 2024, por exemplo, os primeiros furacões foram chamados de Alberto, Beryl e Chris. Alguns desses nomes, como Milton, ganham mais destaque na imprensa quando a tempestade causa impacto significativo.

Variedade de Nomes por Região

O padrão de nomeação varia de acordo com a região. No Atlântico Norte, a lista inclui nomes de pessoas, enquanto no oeste do Pacífico Norte e no norte dos oceanos Índico, os nomes podem ser inspirados em flores, animais ou adjetivos. Essa diferença reflete as culturas locais e busca garantir que os nomes sejam familiares e fáceis de lembrar.

Ciclos e "Aposentadoria" de Nomes

As listas de nomes são recicladas a cada seis anos, o que significa que, em 2030, os mesmos nomes usados em 2024 voltarão a aparecer. No entanto, nomes de tempestades extremamente devastadoras são "aposentados" para evitar associações negativas no futuro. Exemplos disso incluem furacões como Katrina (EUA, 2005), Irma (Caribe, 2017) e Haiyan (Filipinas, 2013). A decisão de retirar um nome é tomada em reuniões anuais da OMM, com base no impacto humano e econômico da tempestade.

Diferença Entre Furacão, Ciclone e Tufão

Embora "furacão", "ciclone" e "tufão" descrevam o mesmo fenômeno meteorológico — uma tempestade tropical intensa —, o uso dos termos varia de acordo com a localização. "Furacão" é utilizado no Atlântico e no leste do Pacífico, "tufão" é comum no oeste do Pacífico, e "ciclone" é usado no Oceano Índico e no sul do Pacífico.

Temporadas de Furacões e Ciclones

Furacões e ciclones seguem temporadas específicas, que variam conforme a região. No Atlântico Norte, por exemplo, a temporada vai de 1º de junho a 30 de novembro, período durante o qual os nomes da lista são usados conforme as tempestades surgem.

Curiosidades Históricas

Antes de existir um sistema organizado, os furacões recebiam nomes arbitrários, muitas vezes baseados em eventos históricos ou em objetos. Um exemplo é o furacão Antje, nomeado em 1842 após destruir o mastro de um navio com o mesmo nome. Hoje, o foco é dar nomes fáceis e familiares para que as pessoas possam se preparar adequadamente.

Nomes Neutros e Culturais

As listas de nomes são culturalmente diversas e evitam referências políticas ou religiosas para evitar controvérsias. A OMM garante que os nomes sejam neutros e acessíveis às pessoas nas regiões afetadas.

Conclusão

O objetivo principal de nomear tempestades é a clareza e a eficiência na comunicação. Embora os nomes possam parecer aleatórios ou comuns, eles seguem um sistema pensado para ser prático e reconhecível para as pessoas nas regiões afetadas. Desde o início dessa prática, o sistema tem mostrado que a adoção de nomes simples facilita a disseminação de alertas e salva vidas.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) é uma agência especializada das Nações Unidas, fundada em 1950 e que se tornou parte da ONU em 1951. Ela se ocupa de questões meteorológicas, climáticas e hidrológicas, promovendo a cooperação internacional para monitorar e melhorar previsões do tempo e o entendimento climático.

Saiba mais:

https://news.un.org/pt/news/topic/climate-change