PELAS RUAS DE MARRAKECH
Diário de viagem de uma viajante solo.
Sempre é bom mudar o roteiro, isso serve para viagem e também para a vida.
Isso costuma acontecer muito comigo quando nunca estive em um determinado lugar. Começo a pensar naquele lugar onde nunca estive, com uma frequência de imaginação, vibrações e sentimentos positivos.
Ano passado, em 2023, estive em Portugal e me bateu um desejo enorme de conhecer um país vizinho, e este lugar é Marrocos, ao norte da África.
Antes disso, fiz algumas pesquisas, como de praxe para uma boa virginiana detalhista hahahaha.
Conversei com algumas pessoas e, na qualidade de viajante solo, os comentários que obtive foram sempre negativos, como do tipo: ah! Cuidado, é muito perigoso viajar para o Marrocos sozinha, pois no cenário atual existe a possibilidade de tráfico de mulheres para a máfia internacional, como para a Rússia, por exemplo.
Para quem é movido pelo que dizem sobre os astros dos signos, que uma das qualidades de um virginiano é a teimosia, inclusive minha mãe adora falar isso.
Criei coragem e fui, sozinha mesmo, e seja o que Deus quiser!
Viajar sozinha vai além de não ter um(a) parceiro(a) de viagem, viajar sozinha é um exercício constante de autoconhecimento, um ato de coragem, de liberdade, de apreciar a sua solitude, de colocar seus sentimentos em prática, sejam eles medos ou inseguranças.
Quando pisei meus pés naquele país, obtive vários mix de sentimentos e o principal que veio à minha mente foi: CORAGEM.
De fato, coloquei minha bravura em prática ao estar em um país novo e, ao mesmo tempo, completamente religioso, muçulmano, com influências espanholas e francesas.
Uma nação desordenada no sentido esplendido e encantador, com pessoas e uma culinária surpreendente, como os vários pratos de tagines que experimentei.
Marrakech, você foi magnífica comigo em todas as sensações, seus labirintos de cores vibrantes, sabores exóticos, vibrações, músicas e danças na praça Jemaa El-Fna, onde a magia acontece a partir dela.
Sentei-me com os locais, conversei, dei risadas genuínas, ofereceram-me Té de menta como boas-vindas, uma espécie de chá de hortelã (como se fosse o cafezinho do nosso Brasil).
Experimentei um suco de watermelon, e ouso a dizer que esse suco foi o mais incrível que havia provado, entre tantos outros.
Apreciei o pôr do sol em um rooftop (terraço) entre milhares espalhados por Marrakech, me apaixonei a cada passo que dava pela medina, pelos quadros da Frida Kahlo, cavalos africanos, pelos tapetes coloridos e até mesmo a parte da negociação de preços com os marroquinos foram fascinantes para mim, até que me perguntaram: você é brasileira, não é? Nossa, os brasileiros estão de parabéns na negociação, são muito espertos (pessoas inteligentes).
Marrakech, conhecida como a cidade vermelha, você me inspirou a ser uma mulher mais forte, a encarar o mundo, seja sozinha ou acompanhada. Você me surpreendeu, você me impressionou, você me acolheu, me alimentou, me fez corajosa em andar pelas ruas de Marrakech sozinha tarde da noite. Você me fez explorar o desconhecido, me fez dançar, me fez confiar em pessoas estranhas que cruzaram o meu caminho.
Marrakech é esse lugar mágico que parece ter saído de um conto de fadas, que carrego em minha memória todos os dias e sonho em poder vê-la o mais brevemente possível.
Eu ainda tenho muito que falar de Marrakech, mas isso deixamos para um segundo encontro.
Até a próxima!
10 de setembro de 2024