Sionismo virou sinônimo de nazismo?
Começo ressaltando que o sionismo e o nazismo são movimentos distintos; no entanto, é possível encontrar aspectos de convergência entre os dois.
Além do fato de que tanto o sionismo quanto o nazismo defendem a ideia de um Estado etnicamente puro e de uma identidade nacional específica, culminando na eliminação de outras etnias por meio do genocídio sistemático, há outra semelhança a ser mencionada: a utilização do nacionalismo e da retórica populista para mobilizar as massas. Tanto o sionismo quanto o nazismo apelaram para o sentimento de pertencimento e identidade nacional para alcançar seus objetivos políticos. Ambos os movimentos utilizaram técnicas de propaganda, mobilização de massa e controle da mídia para disseminar suas ideias e angariar simpatizantes.
Estima-se que durante o período do Holocausto, seis milhões de judeus foram mortos. A estimativa de palestinos mortos desde a criação do estado de Israel em 1948 até os dias atuais ultrapassa esse número.
Crianças, mulheres e idosos não foram poupados pelo regime nazista e atualmente Israel replica a mesma crueldade.
Nesta semana, Israel bombardeou o maior supermercado da zona intermediária de Gaza, onde havia refugiados desarmados buscando abrigo, de acordo com as ordens do próprio estado de Israel.
Os alemães cercavam e aprisionavam judeus, matando-os envenenados ou asfixiados. Os judeus hoje cercam e aprisionam os palestinos em Gaza, matando-os em bombardeios.
O estado de Israel foi construído em cima da higienização social do território que eles invadiram.
O estado de Israel carrega a cruz do genocídio, uma vez que, para ser constituído, foram necessários dois genocídios:
1° O genocídio deles mesmos na Alemanha, visto que a Segunda Guerra Mundial criou as condições necessárias para dar força ao sionismo e criar o estado de Israel (não é à toa que ele foi fundado três anos após a queda do Terceiro Reich em 1945).
2° O genocídio do povo palestino que habitava o território de Israel há centenas de anos.
Isso não para por aí! Israel pretende expandir e, no futuro, a Cisjordânia, Síria, Líbano e Egito podem virar seus alvos.
Assim como atualmente nos perguntamos como o Holocausto aconteceu e ninguém fez nada, no futuro também nos perguntaremos como deixamos Israel dizimar a Palestina e ninguém fez nada.
Quanto ao surgimento de grupos extremistas como o Hamas, uma vez que o Estado de Israel oprime, persegue, segrega e ataca um povo, gerando também miséria, mortes e violência, é natural e espontânea a ascensão do extremismo. Lembrem-se: violência gera violência. O Hamas é um monstro criado por Israel, é uma consequência, é uma reação.
Não sou a favor do Hamas, apenas estou ressaltando que sua atuação está intrinsecamente ligada à postura histórica do estado de Israel.
Um pensamento que sempre expresso é o seguinte: a vida não é uma novela onde existe o vilão e a vítima. O vilão segue sendo vilão do início até o fim da novela, e a vítima também. Na vida real, uma hora ou outra, o oprimido vira opressor, a vítima vira vilão. E as contradições que são geradas nesses processos se voltam contra os sujeitos.
Os judeus, de vítimas, viraram opressores, e talvez pela primeira vez na história, anti-semitas, anti-sionistas e até mesmo neonazistas sejam vistos não mais como vilões, e sim como heróis.
A vida é isso, oscilar entre o bem e o mal. A história muda, os justos viram injustos e os injustos viram justos.
O sionismo atua de forma tão cruel quanto o nazismo. Netanyahu é tão bárbaro quanto Hitler.