Além do Horizonte
Ainda quando criança, imaginava eu que o mundo terminava na linha do horizonte. Depois, na carroceria de um caminhão do meu tio, ultrapassei uma serra que encurtava mais a distância daquela linha imaginária. E, como diz Roberto Carlos, descobri que “além do horizonte deve ter algum lugar bonito pra se ver.” O tempo passou e eis que tive o privilégio de pisar o solo de cada estado brasileiro. Conhecei meu Brasil de cabo a rabo. Mas, para isso, não foi mais na carroceria daquele caminhão. Sempre olhando de cima, graças à evolução do transporte aéreo. Assim, quase sempre, o destino era a capital dos respectivos estados, com pequenos roteiros turísticos para o interior.
Diferentemente daqueles que conheceram o país, dirigindo seu próprio carro, não tive a noção exata da grande extensão territorial do Brasil. Por cima, tudo fica perto. Vence-se a distância com maior rapidez. Hoje, vejo que os que foram por via rodoviária aproveitaram muito mais a beleza das encantadores paisagens brasileiras. Entretanto, como diz o provérbio, “agora é tarde Inês é morta”. Dirigir a longa distância já me causa uma sonolência, em decorrência da idade, podendo por em risco a minha própria vida. Assim, as companhias aéreas ainda são beneficiárias desta minha condição. Facilmente ultrapasso a linha do horizonte. E quanta beleza realmente existe para ver, como afirma o nosso Rei.