NICHO - É BOM LEMBRAR

NICHO - Local em que as pessoas católicas guardavam as imagens de seus santos de devoção. Podendo ser no armário ou na estante, como também em cavidade de parede. Hábito trazido por portugueses ao Brasil, principalmente visto no Norte e Nordeste do País. Era uma maneira de trazer o seu santo de devoção da igreja para a sua casa. Na época Colonial,

nas fazendas e Engenhos de açúcar quando não tinha igreja, havia uma parte do casarão construída como se fosse uma igreja, dando-lhe o nome de capela ou oratório. Era ali que celebravam os batizados, casamentos, aniversários e outras festas religiosas. Nas residências do povo rural tinha também Nicho, só que era uma caixa de madeira em formato de igreja, dentro o santo da casa, o padroeiro da família, faziam festas e romarias na

igreja e na residência. Na Capital ou cidade grande, o povo católico obedecia a essa tradição, além de ter estante ou armário Nicho, tinha outra encravado na parede da frente da casa. Mostrando assim, a imagem do santo de fé do dona da residência, o padroeiro maior.

No Pelourinho, em Salvador/Ba. ainda existe em alguns casarões ou solares, cavidade na coluna principal no formato oval. Ali era depositado a imagem e a lamparina acessa diariamente. Com o passar do tempo, essa cavidade, foi sendo abandonada por seus proprietários, isto porque

a imagem era roubada do local. Deram mais preferência aos Nichos internos havia família que tinha em cada quarto um Nicho de madeira com várias imagens. Como também, neste local havia um compartimento secreto para guardar jóias ou dinheiro. Na época, procuravam restaurador de santo, chamado de "santeiro", verdadeiro artista, também designado como "toreuta" arte de confeccionar em madeira.

Hoje, temos ainda erguido a "Cruz do Pascoal" ou "Oratório do Pascoal"

construído em pilar octogonal, revestido em azulejos português, em cima um oratório de quatro lados, protegido com vidros branco transparentes, dentro tem uma imagem de Nª.Sª. DO Pilar e sobre uma cruz. Essa construção remonta de 1743 seu benfeitor Pascoal Marques de Almeida, morador do distrito, rua do Passo.

A devoção, a Fé, leva o povo a perenizar um local, uma imagem, como se fosse um pedaço de si mesmo. Passando de uma geração a outra uma ingênua tradição que ficou na incredulidade de hoje. O hábito e a tradição do povo, só é duradoura quando o povo acredita e tem Fé. A continuidade prosseguirá com a tradição quando os valores culturais são

requeridos. Com o tempo, novos hábitos surgirão, o povo esquece os antigos, quem perde é a tradição, o folclore, a cultura regional. É necessário que algum órgão governamental faça a sua parte de preservar a memória do povo. O Brasil é rico em Folclore, cada Estado da Federação e em cada município existem várias tradições e hábitos culturais dos mais expressivos, alguns são mudáveis rapidamente, outros mantém raízes profundas na mente da sabedoria popular.

Vamos preservar o que temos hoje em tradição cultural para que amanhã nossos descendentes possam saber.

Batacoto.

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Enviado por batacoto em 11/07/2017
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