ITAPOÃ

Sentado sobre a areia branca, o vento morno acariciando meu rosto.

Fazendo música em conjunto com as fortes ondas e as espumas banhando meus pés. E o sol, deixando na terra os seus últimos raios

vespertinos. Fazendo um tapete brilhante nas águas de Iemanjá.

A jangada que vem ao longe com o jangadeiro a cantar.

O céu, beleza alaranjado, perde a visão do horizonte multicolorido que faz presença viva no esplendor de Itapoã.

Volto a lembrar da nossa História. E tudo faz crer que o Cabral também

sentou-se em uma de nossas praia e por longos momentos a perplexidade tomou-lhe conta, fazendo posse das terras e apaixona-se pelo nosso tropical.

Oh! belezas mil...

E os cantos de Caymmi foram poucos para cantar.

Os tapetes de Genaro foram pequenos para pintar.

Os desenhos de Caribé não tiveram espaço para tanta beleza.

Os livros de Jorge Amado foram poucos para descrever.

Oh! Só vendo pra crer... só vendo pra crer.

Na Ita morre seu canto, das ondas que vem do mar.

Das folhas do coqueiral o vendo não cansa de cantar.

Oh! Perene visão, que não se pode esquecer.

Que inspira uma doce canção da terra querida da gente.

Itapoã que encerra seus mistérios, dos mitos do Candomblé e dos segredos de Iemanjá. Seus cantos já foram longe, das filhas de fé

cantando com atabaque e afoxé. Dos búzios se ouvem os cantos das ondas que vem do mar.

E a noite chega, desmanchando com sua negritude o majestoso quadro

Caminho em silêncio... e aspiro profundamente o forte cheiro da maresia que envolve o ar.

Batacoto.

batacoto
Enviado por batacoto em 21/04/2017
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