Praias Gauchas. Pinhal, Cidreira, Magistério, Tramandái, Imbé, Capão e Torres.
Como gaúcho nascido e criado no coração do Rio Grande sou suspeito pra falar, ainda mais por ser louco por mar, mas vamos lá. Desde a mais miúda infância, meu pai tinha a mania de socar a família no carro (Brasília, Variant, Passat ou o possante que fosse) e se ir “pras praias”. De inicio teve o bom gosto e sorte de poder nos levar para Santa Catarina (Garopaba e Laguna), até meus 10 anos de idade, depois algumas idas a Capão da Canoa e por fim, minha tia que morava em Porto Alegre, inventou de morar em Balneário Pinhal, e dai até meus 20 e poucos anos, foram os mares que conheci. Muita chuva, muito tempo ruim, aquele mar gelado, de cor marrom escura, carinhosamente apelidado de “chocolatão”. É o gaúcho é um forte... Passa oito meses do ano abaixo de mal tempo, frio, geada, garoa e chuva, dai quando se vai “pras praia”, a cosa não é muito diferente, mas enfim, já que tá que vá. Praia é bom, até quando é “masomeno”. Então vou começar por Bal. Pinhal, com seu centrinho clássico, com aquele parque de diversões, que esta lá instalado a uma porção de anos, e seus singelos monumentos de abelhas. Pinhal pra mim é uma contradição, uma praia que se orgulha em ser cidade do mel. Mel e praia? Nada a ver (como diz o gaúcho), mas enfim. De bom tem as dunas de areia, que rendem uma boa tarde de diversão, pra quem quer se sentir criança, e sair com areia até dentro dos ouvidos (mas vale a pena), tem o Túnel Verde um bonito caminho de arvores, em torno da estrada de acesso a cidade; tem o restaurante Gabriela que fica na avenida Itália (a principal), que é o mais tradicional e tem bons pratos, mas o meu preferido é o Canto do Pescador, que fica mais afastado no centro, no bairro de Pinhal Sul, um lugar muito aconchegante, onde o fregues recebe toda hospitalidade do proprietário sr. Zé e sua esposa, e da pra curtir nos finais de semana shows de artistas locais, dando alguma palhinha (normalmente algum aposentado, de boa vontade, mandando ver no pop e Roberto Carlos), mas o ambiente é muito descontraído, e os pratos ótimos, o meu preferido é a muqueca de peixe, que não deve em nada para as do nordeste, e além disso da pra comprar peixe no local, sempre frescos, pescados pelo próprio Sr. Zé. Mais pra frente encontramos a praia de Cidreira, pouquinha coisa maior que Pinhal, com um centro maior, e mais organizado, onde se destaca a concha acústica do centro, onde no verão frequentemente passam shows (uma na adolescência presenciei até o um show do Latino, mas não sei realmente se isso é bom ou ruim...), na praça em torno junta bastante gente, além de existirem muitos lugares para fazer lanches, tem até uma franquia do “Cachorro Quente do Rosário” (segundo a lenda, o melhor cachorro quente de Porto Alegre), e também outro parque de diversão, que a décadas esta instalado ao lado da praça da concha. Cidreira possui um calçadão na orla do mar, bem largo, que da bem pra uma caminhada no fim de tarde, ou um chimarrão; e como Pinhal, tem suas estatuas de abelhas, Cidreira tem suas estatuas de camarões, espalhadas por toda cidade, indicando o estadio municipal (um camarão jogando bola), o quartel da brigada militar e posto de saúde (um camarão fardado de brigadiano e outro de enfermeira). Saindo de Pinhal pro lado oposto a Cidreira, existe a praia de Magistério, ouvi falar que tem esse nome pelo fato de nos antigamente, muita professora aposentada comprou casa lá. É um praia bem pequenininha, menor que Pinhal, sem lá grandes atrações de melhor que Pinhal só achei um artesanato muito grande, que fica ao lado da rodoviária, chamado Canto da Toca, é uma loja de dois andares repleta de quinquilharias, que pra quem gosta rende uma boa distração. Ok. Voltamos a Cidreira, vamos em direção a Tramandaí, uma das praia mais badaladas do Rio Grande, ao lado de Capão e Torres (na minha modesta opinião). Tramandaí sim é bem maior, com uma vida noturna bem mais agitada, repleta de restaurantes, lojas e feiras de verão na avenida principal, e a orla com um amplo e comprido calçadão, que no verão é palco de muitos shows e eventos. Na beira mar ficam também dois bonitos cartões postais da cidade, o pier, local onde alguns associados de um clube de pesca vão pescar e se o turista pagar, pode andar até a ponta, acima do mar, e no outro extremo, há a ponte que da acesso a Imbé. Imbé é uma prainha colada a Tramandaí, e sua maior atração é a vida noturna agitada, e o braço morto do rio, lugar onde uma lagoa se encontra com o mar, proporcionando um gostoso banho aos turistas, e onde muita gente gosta de pescar, fora isso no calçadão ao redor, existem uma grande variedade de bares e restaurantes com comida boa e de bom preço. Há e como não podia faltar, logo passando a ponte em Imbé também tem um parque de diversões permanente, mas esse tem até uma “Montainha Russa” (que eu lembre apenas Tramandaí não tem um parque fixo como atração, que eu lembre...). Saímos de Imbé vamos a Capão da Canoa, onde o forte é o centrinho, que é um “fervo” no verão, juntando muita gente jovem, em suas lojinhas, bares e restaurantes (que no verão ficam abertas até as 3 horas da manhã), além disso a cidade tem uma das melhores infraestruturas do literal gaúcho (se não a melhor), com shopping, uma pracinha com mini-golfe, dentre outras boas atrações noturnas. Capão da Canoa oferece também excursões para dois dos melhores parques aquáticos do estado a Fazenda Acqua Lokos e o Marina Park (que quem passa por Capão não pode deixar de conhecer). Em 2010 tive a oportunidade de conhecer ambos. Sendo que o Acqua lokos é maior, tem piscina com ondas, piscina térmica, que rendem um delicioso banho, uma montanha Russa de madeira, e outra menor que passa por dentro d'agua, local pra churrasco, pedalinhos, local para banho de sol, além de inúmeros toboáguas. O Marina Park é um pouco menor, e tem menor área verde, mas também tem uma ótima estrutura, que além de muitos toboáguas, possui com piscina térmica e saúna.
Para finalizar chegamos em Torres, a praia mais ao norte do litoral gaúcho, é com certeza a com maior beleza natural, com seus enormes morros, apelidados de “guaritas”, e sua água geralmente mais limpa que de todo resto do litoral, até mesmo por fazer divisa com o estado de Santa Catarina. Estivemos por lá em 2011, e deu bem para aproveitar o lugar, curtir bons passeios, uma vista realmente exuberante do altos das guaritas, e também curtir uma ótima tarde na lagoa do Violão, que também rende uma ótima vista e um gostoso passeio. Comemos um saboroso risoto de siri, no restaurante ao lado do Grande Hotel, na região central da cidade, e degustamos um enorme prato de frutos do mar no restaurante Recanto do Pescador. Torres tem uma vida noturna bem agitada com vários barzinhos com musica ao vivo, e para quem gosta de compras, tem lojas de todo tipo. Bom... Resumidamente este é o litoral norte gaúcho de minhas andanças e lembranças, e que se de cara é meio fechado e desconfiado, é simples, singelo e honesto, como todo bom gaúcho.