Igreja Matriz de Santa Rita – Santa Rita/Paraíba
Inscrita no livro de tombo da Paróquia de Santa Rita, volume 01, p. 52 e 53, a igreja está localizada na parte alta e central da cidade, na atual Praça Getúlio Vargas. Sua característica atual em nada lembra a sua estrutura inicial vindo a passar por algumas reformas. A primeira grande mudança em seu espaço físico deu-se no ano de 1929 com a construção do campanário por parte do Monsenhor Abdon Melebeu que faleceu antes mesmo do término das obras.
Segundo contam populares e alguns pesquisadores, Monsenhor Melebeu foi vítima da falcatrua de algumas pessoas de dentro da igreja que se dizia honestas e integras. Em uma das quermesses promovidas pela paróquia para arrecadar fundos para a construção da torre sineira, o Monsenhor Melebeu confiou o dinheiro arrecadado a uma distinta senhora da qual aproveitando-se daquele dinheiro afanou o ganho e não deu satisfação de nada. Perturbado com o fato, Melebeu tentou reaver o dinheiro, mas a senhora afirmou nunca ter visto tamanha quantia. As pessoas passaram a acusar o pobre padre de ter sido ele o culpado por afanar o valor arrecadado na quermesse. Em uma de suas missas, de forma calorosa, Melebeu declarou a todos o que havia ocorrido e sobre a sua inocência além do golpe que havia sofrido. Não contendo a emoção foi vitimado por um ataque cardíaco, levando a mão ao peito e morrendo ali mesmo sob o olhar atônito de todos.
Tempo depois o Monsenhor foi realmente inocentado e toda a confusão foi desfeita, pena que tarde demais. As obras da torre só foram concluídas em 1932, quando retomadas pelo Monsenhor Rafael de Barros Morais.
Ainda antes do termino da torre, no ano de 1931 a igreja passou por mudanças internas como a substituição de altares de madeira por altares de alvenaria, além da destruição dos altares laterais e parte da ornamentação do altar-mor por ordem do Padre Paulo Koellen, representando assim um atraso e uma perda irremediável a estrutura e beleza da igreja matriz de Santa Rita, ficando apenas na lembrança dos mais antigos.
A fundação do templo também propiciou ao surgimento do comércio local, como a primeira feira livre que surgiu entre os anos de 1822 e 1823 na lateral da igreja.
Em seu interior destacam-se a nave e os corredores laterais ao estilo da Catedral Basílica das Neves em João Pessoa. Segundo o historiador Santarritense, Siéllysson Francisco da Silva, autor do livro Santa Rita - A Herança Cristã do Real ao Cumbe, além da imprudência de Padre Paulo, outros párocos talvez movidos pela falta de senso de patrimônio e de preservação da memória também cometeram deslizes assim como o padre Josenildo, que crente por estar modernizando o ambiente dispensou um “ lindo sacrário em metal, oferta do industrial Jorge Coelho da Silva(...) para substituir por um mais moderno, feito de madeira, que ocupou a lateral esquerda, onde antes havia o altar do Imaculado Coração de Maria.”
( SILVA, 2007, p. 77).
O templo passou também por algumas reformas após a construção do campanário assim como a do ano de 2000 e a mais recente em 2012. Nesta última, o local passou por uma série de reparos por parte da paróquia de Santa Rita sob a orientação do “Padre Berg. O visual do altar-mor faz uma alusão à pintura Rococó, com o aspecto de marmorização da pintura. Grades de ferro também foram instaladas na área de entrada antes do vestíbulo ( abaixo do campanário) que formava um terraço aberto. Tal medida veio a ser tomada em proteção ao templo que estava servindo de área para encontros amorosos, uso de entorpecentes e abrigo noturno a viciados que depredavam portas e deixavam a entrada da igreja suja e mal cheirosa.