Visões de Pelotas.RS. Inverno de 2011.
Pouco conhecia de Pelotas até 2011, havia estado lá até então em três rápidas oportunidades, na formatura de um amigo, em um evento de faculdade, e umas férias onde conseguimos um ap. Emprestado e passamos uma semana lá, e as únicas lembranças que tinha era de tomar um delicioso café num tal café Aquários, e curtir boas festas no João Gilberto, boate/barzinho/etc. Eis que em 2011, me surge a oportunidade de trabalhar por três meses em Pelotas, e lá me fui de mala e cuia pra Princesa do Sul. E realmente foi um ótimo período, de crescimento profissional, novas amizades, e desbravar melhor a cidade e arredores. E o que posso dizer de Pelotas? Bom vejamos... Pra mim vindo de Santa Maria, uma cidade entre morros e cheia de altos e baixos, andar por Pelotas a principio foi estranho, pois, a cidade é completamente plana, onde se anda por léguas, sem uma subidinha ou descida, ótima para quem gosta de correr ou andar de bicicleta, fora isso venta muito, venta, venta, sempre venta, talvez pela proximidade da “Praia do Laranjal”, que chamam de praia, mas é a Lagoa dos Patos, cercada de areia, mas é bem legal, uma imensa área, com um calçadão bem construído, com infraestrutura de botar a maioria das praias gauchas no chinelo, tem umas arvores bem bacanas, tipo “barba de pau”; lugar ótimo para tomar um “chimas” no fim de tarde, ou algum fruto do mar, mas se for fazer isso fuja do centro comercial, pois, é muito inflacionado, fora isso o laranjal parece um retrato, com aquela água sem ondas, vários quiosques e arvores que se repetem, tu vai andando e a paisagem se repetindo, mas é bem tranquilo e calmo, fora da temporada de verão, é claro, pois nessa época todo mundo da região, vai ferver na noite do laranjal, cheia de barzinhos. Voltando a Pelotas, lembro dos doces maravilhosos, realmente faz jus a fama, da capital do Doce no estado. Onde se encontram doces em toda parte, principalmente no centro, o que me fez ganhar muitos kgs nesses três meses (mas isso não vem ao caso). Outra “cosa” que gostava de fazer era visitar a Brascon, uma das maiores lojas de roupas da cidade, é bem central, com preços e marcas variadíssimos, onde nas promoções se consegue produtos de marca por 20% do valor original, como diz o gaúcho, me fardei. Alias Pelotas é um bom lugar para se comprar roupas e tênis, com preços bem acessíveis, a alimentação é outra coisa barata, pelo menos quando estive lá. Se consegue um prato feito com uma carne, por R$ 5,00, as vezes até um buffet, com uma carne por esse preço, e a comida é bem boa; como eu estava parando no bairro Areial, seguido ia no restaurante sabor gostoso, um restaurantezinho perto do Foro, e me fartava comendo; um feijão bem temperado, varias carnes e saladas, e a sexta-feira era o dia mais esperado, quando tinha peixe a milanesa, muito bom. Quase sempre que dava, após sair do trabalho e ia dar uma andada pela cidade, admirar sua arquitetura antiga, herança da colonização portuguesa, e visitar seus pontos turísticos como a Praça Pedro Osório, Praça 7 de Setembro, ver a Caixa d'agua de Ferro, na praça Piratinino de Almeida, que é uma grande construção de ferro, pintada em vermelho vivo (muito bonito); visitei também o parque da baronesa, onde tem um museu; lugar bucólico, com uma ampla vegetação, onde da para caminhar e passear, e imaginar como era a vida da nobreza que vivia nessa região nos séculos passados, outro ponto histórico interessante é a tal Igreja Cabeluda, bem próxima a Praça Pedro Osório, uma igreja Anglicana estilo gótico, toda coberta, por um tipo de trepadeira, chamada Hera, que cobrem a igreja como se fossem uma longa cabeleira. Para quem gosta de Igrejas, outro bonito lugar de se admirar é a Catedral Metropolitana, próxima ao centro, enorme, com seus domos de cor azul. Além das belezas arquitetônicas, Pelotas tem lugares bacanas para se ir, como o restaurante Cruz de Malta, com mais de uma filial na cidade, onde se pode comer um grosso filé, uma linguiça de porco, dentre ouras iguarias, sendo as mais destacadas as carnes, além de tomar uma boa torre de shop; um ótimo lugar para happy-hour ou um jantar com a prenda (mas vá de guaica cheia); se estiver com menos grana, e quiser comer um bom xis, recomendo o xis do Circus, em frente a universidade católica, vale a pena; ou se não, da pra ir em algum dos infindáveis cachorrões da av. Bento Gonçalves, onde me admirei em comer um xis “fofão”, R$ 20,00 (e poucos reais), do tamanho de uma calota de automóvel, que consiste em 4 ala minutas com ovo, no meio do pão de xis, no dia comemos em quatro pessoas, e deu bem. Mas meu lugar preferido para tomar um café, ou cerveja, é o Café Aquários, realmente um lugar único e democrático, onde muitos cidadãos de cabelo branco se encontram para bater um papo de manhã cedo ou no final de tarde, além de universitários, e todo tipo de gente dos mais moderninhos, a velha guarda da cidade, lugar onde eu gostava de sentar pra tomar um café ou ceva, e ficar admirando as pessoas, vendo a vida passar, curtindo uma gostosa nostalgia, além do café ser excelente, moído e passado na hora, um dos melhores que já experimentei (o expresso de preferencia). Quanto a noite Pelotense, não sei dizer muito, pois em todas vezes que fui lá acabei no João Gilberto, e desta vez novamente; agora tem até restaurante, começa lá pelas 19 horas, com bons pratos e musica ao vivo, na maioria das vezes, pop, depois das 22 horas rola uma banda de rock, até umas 2 horas por aí, e depois forro, pagodão, etc. O lugar é muito descontraído, onde pode se ver três tipos de público na mesma noite, no inicio muitos casais e muita gente de cabelo grisalho; no meio muitos universitários para curtir um rock, e na madruga o pessoal do pagóde e do sertanejo universitário (de minha parte fiquei até acabar o rock), mas pra meu gosto o ambiente é perfeito, onde todo mundo pode se sentir a vontade, e no meio da noite da pra ver gente dos 18 aos 70 anos curtindo a festa, sem preconceito. Acho até que as duas coisas que mais sinto falta de Pelotas é do Café Aquários e do João Gilberto, e acho uma pena não ter nada nem parecido em minha cidade. Três meses é um bom período para se conhecer um lugar e pude até fazer programas de Pelotense como ver um jogo de futebol do Pelotas (mas na cidade a maioria é Brasil), além de visitar Rio Branco no Uruguay que faz fronteira com a cidade de Jaguarão/RS, que fica mais ou menos a uns 150 km de Pelotas. Rio Branco é mais um lugar para compras, e é bem menor que Rivera, mas tem coisas legais, principalmente o Pórtico de entrada que é imenso e fica sobre um rio; além de ser o lugar onde comi um dos melhores churrasco de minha vida, um churrasco de costela de novilho (não sei se se chama assim), “cosa dotro mundo”, isso que nem foi em uma churrascaria chic, e sim num restaurantezinho, de buffet por kg, na avenida principal. Ainda deu para visitar a cidade vizinha a Pelotas, Rio Grande, ver a bonita Igreja do Centro, grande com estilo gótico, alias o centro de Rio Grande perto do porto é bem legal, com praças bonitas, e deu pra comer baldes de isca de peixe enormes e bem baratas, comemos tanto peixe, que eu e minha mulher ficamos dois dias enfastiados; deu ainda para ir a praia do Cassino olhar os molhes, ver a construção do novo porto, mas o mar não deu pra encarar, pois naquele outubro ainda não estava tão quente. Em 2012 voltei para mais 2 meses de trabalho em Pelotas, mas aí foi quase só repetir os passeios já feitos. Em síntese o que posso dizer de Pelotas é que uma terra buena barbaridade, que não merece em nada a fama nacional que tem, pois, “viado” vi muito pouco, nada diferente de cidades como Santa Maria, Caxias, ou Porto Alegre, e aconselho que se visitar Pelotas não invente de falar pra um Pelotense que Pelotas é terra de viado, que periga apanhar, pois, eles não aceitam essa brincadeira. Por fim ficou a impressão de que Pelotas é uma grande cidade pequena com seus mais de 500.000 habitantes, que não perde a simplicidade e jeito de interior, cheia de historia e nostalgia, que apesar dos problemas tem muito a oferecer, e que com um pouco mais de investimento pode se tornar um interessante polo turístico de nosso estado (não só na Fenadoce).