Impressões de um ex-Beduíno: Morro da Borrússia, Osório/RS, fev.2013:

Osório de chegada nos apresenta uma bela visão, o Parque Eólico, com seus cataventos agigantados de 100 metros de altura cada. São uma beleza por si só, empalidecendo a paisagem em tons de cinza fosco. Logo em frente se vê o morro da Borrússia, com suas antenas de rádio e TV. Seguindo as placas subimos um asfaltado mas tortuoso caminho, peral a cima. Curvas fechadas e estonteantes, naquela escalada íngreme, onde se anda no máximo a 30 km/h.

Apesar do caminho ser um tanto difícil, a curiosidade era grande, para conhecer um morro de colonização alemã em pleno litoral gaúcho.

A Primeira parada é na Igreja Santa Rita de Cassia, com cruzes de madeira, cravadas em frente, a igreja por fora possui estilo rustico, com tijolos avista, e reboco descascados, mas por dentro é bem-afeiçoada, limpa e sóbria, sem maiores extravagancias. Quase em frente a igreja encontramos uma joia rará, o restaurante do Dodô, um casario estilo alemão, não devendo nada para os de Gramado-Canela. Ao nos aventurarmos no recinto, ficamos encantados com a decoração, cheia de quadros, enfeites e todo tipo de antiguidades: mesas de xadrez, pianos, estantes com telefones antigos, e inumeráveis outros enfeites, mas a abundancia ao contrário de embaralhar a vista, oferece um manjar aos olhos. Restaurante de arquitetura alemão rustica, com mesas de madeira, penduradas por correntes. A gastronomia é fartissíma, tendo como carro feche pratos alemães, carne de porco, linguiça com queijo, torresmo, e um série de iguarias de dar água na boca. O pessoal da casa é muito prestativo e simpático com a clientela, e a simplicidade e cortesia do anfitrião impressionam. No dia o vimos atendendo o bufete, e depois servindo chá e/ou café aos clientes. Após o almoço, uma vasta oferta de sobremesas, mouse de chocolate, de maracujá, entre outras tantas. Ficamos quase duas horas nos deleitando com o ambiente e a deliciosa comida. E ao sair o diferencial da casa. Qual não foi nossa surpresa a nos ser ofertado um redário, para sestearmos. Sim ao lado e aos fundos do restaurante existem redes, para os clientes descansarem após os excessos da refeição. Pois diante daquele banquete todo, é impossível não cometer excessos. Ao todo ficamos umas 4 horas no lugar, juntando refeição e soninho nas redes, embalados pelo som do córrego que passa por trás do estabelecimento, e da brisa do morro. Refeitos e já com saudade, passamos no armazém ao lado do resturante, onde pudemos comprar feijão, vinho, dentre outros quitutes tipicos. Seguindo viagem subimos mais morro, agora estrada de chão mesmo, para desbravar uma das cascatas, onde há um balneário muito arborizado, com entrada paga; R$ 5,00 por cabeça. Nada como um bom banho de água de cachoeira para tirar a preguiça. Depois no caminho de volta descemos para o mirante, que nada mais é que um enorme andaime, de madeira, com uns quatro ou cinco andares de escadarias, fortemente reforçado com aço, a beira do precipicio. Local este que nos ofertou a visão de toda Osório, assim como dos “jardins de cataventos” (parque eólico). Ao lado do mirante existe uma tratória de massas, que dizem ser muito boa também, com amplas janelas voltadas para a mesma paisagem que se vê do mirante. Existem outros restaurante no local, e uma pista de voo livre, que acabamos não conhecendo. De todo o lugar para nós a cereja do bolo foi o restaurante, que até hoje sem sombra de duvida foi o melhor que já fui nestas minhas andanças, não apenas pelos pratos, mas pelo ambiente simples e requintado ao mesmo tempo, que o tornam extremamente aconchegante, e deixam o viajante sem vontade de ir embora.

FSantana
Enviado por FSantana em 02/04/2013
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