DICAS PARA QUEM VAI VIAJAR AO PERU - MACHU PICCHU - LIMA - AREQUIPA - NAZCA - CUZCO

1º dia – De Belo Horizonte – até Lima – Capital do Peru.

O primeiro trecho desta viagem foi feito de avião. Usei a TAM para nos transportar e as passagens me custaram 30 mil milhas do Programa Fidelidade da companhia aérea. Em geral o custo efetivo de uma passagem deste tipo, em classe econômica, fica em R$ 1.300,00 com as taxas de embarque. O voo entre Belo Horizonte e São Paulo é simples e dura um pouco mais de uma hora, mas de Guarulhos até Lima, a bordo de um Airbus A-320, é um pouco mais maçante e entediante; dura em média 6 horas e meia e dependendo do trajeto e do horário, você desfrutar de uma excelente vista do alto da Cordilheira dos Andes.

Já em Lima, ainda no aeroporto Jorge Chavez, aluguei um CHIP de CELULAR para facilitar a comunicação com o Brasil. A moça que me ofereceu o serviço disse que ele me custaria U$ 5,00 por dia e U$ 1,50 por minuto de ligações para o Brasil. A utilização para internet ilimitada e custo zero para receber ligações. Este serviço de aluguel de CHIP é uma roubada; e isso eu explico no final!

Do aeroporto até o HOTEL BOHEMIA (Avenida Francisco Bolognesi 707 – Barranco); o taxista, muito educado e esperto, afirmou ainda na origem que a tarifa única custa 50 Nuevos Soles, ou cerca de R$ 43,00; mas na porta do hotel, notando que eu não tinha a moeda local, informou nova tarifa, bem mais cara, se eu fosse pagar em Dólar ou Reais. Outra situação incômoda ocorreu no Hotel Bohemia. Na reserva, para duas pessoas, ficou grafado que era numa cama de casal. Quando avisei que eram duas camas de solteiro, a recepção tratou de alterar e cobrar mais U$ 17,00. Um detalhe engraçado: o hotel estava vazio. Na internet há informação de que este hotel é um 3 estrelas, mas quando cheguei, notei de imediato que a classificação é enganadora; e a administração: muito esperta!

Hospedado e arrependido, tratei de retirar o carro reservado. Escolhi a empresa brasileira LOCALIZA, porque era a única que fazia locação com quilometragem livre; todas as outras consultadas oferecem uma franquia de no máximo 250 km e cobram até U$ 0,25 por km excedente; mas como eu estava no Peru quase tudo que parecia previsível acabava se tornando imprevisível, também tive surpresas na Localiza. A primeira surpresa foi não haver o carro reservado. Escolhi pelo custo X benefício um Toyota Yaris 1.4, mas na sede da locadora fui informado que não havia disponibilidade. Eles me ofereceram a opção do único carro disponível, um Kia Optma por um custo maior, U$ 480,00 por uma semana de aluguel; e caso eu não aceitasse, infelizmente, ficaria sem carro. A segunda surpresa ocorreu no retorno; e esta história eu cito no final do texto!

Dirigir em Lima é uma batalha para poucos seres humanos. Confesso que de todas as cidades do mundo que eu já dirigi, Lima é a mais louca; a mais conturbada e a que mais confunde o GPS. Advirto a quem se arriscar numa aventura como esta que evite o trânsito caótico de Lima. Os taxis metropolitanos são uma das poucas coisas baratas da cidade e há milhares deles buzinando o tempo inteiro. Vá de taxi e economize tempo, dinheiro e sua paciência!

2º dia – De lima a Nazca – As linhas misteriosas de uma cultura muito antiga.

Sai de Lima pela manhã em direção a Rodovia Pan-americana. Meu destino: Nazca; a cidade onde há as linhas terrestres que ninguém consegue explicá-las. O GPS apontava para o Sul e orientado por ele comecei esta aventura. Sair de Lima é relativamente fácil se você tiver um GPS com mapa local. A Rodovia Pan-americana neste trecho é magnífica; duplicada, praticamente reta e quase 100% plana. De Lima até Playas las Totoritas são quase 200 km margeando um deserto de areia e dunas enormes; tudo bem pertinho da estrada e ao alcance dos pés de cada pessoa que desejar fotografar. Existem 4 postos de pedágio e cada um custa em média R$ 5,00.

Nestes 200 km iniciais, pude contemplar belezas diferentes do que estamos acostumados a ver no Brasil. Para quem dispuser de um pouco mais de tempo, visite de preferência, Punta Negra e La Capilla; dois lugares mágicos que ficam as margens da Rodovia Pan-americana Sul, mas a viagem precisa prosseguir.

A rodovia é a mesma, mas o cenário muda. Quando deixei as Playas las Totoritas comecei a subir o maciço dos Andes numa das regiões mais inóspitas do Peru. Pouco tempo depois já estava em Chincha Alta, uma cidade que fica no meio do deserto, produz uvas de excelente qualidade e foi devastada por um terremoto. A impressão que tive é que Chincha Alta é uma mega cidade, mas na verdade são várias cidadelas emendadas umas nas outras ao longo da rodovia. Se um dia você, leitor, viajar pra lá, aproveite para abastecer o combustível do carro, pois o deserto não nos oferece muitas opções de postos de combustível.

Gasolina no Peru tem três classificações; uma de péssima qualidade, que eles usam para os carros carburados e muito velhos; uma intermediária que eu usei; e outra de octanagem superior e absurdamente cara. A cobrança é feita em galões (1 gal = 3,6 l); e cada galão custa em média R$ 14,44; ou algo em torno de R$ 4,01 por litro.

De Chincha Alta até Nazca é uma aventura sensacional, combinando entre o deserto de areia e o deserto pedregoso. Em outubro, quando estive lá, a temperatura não passou dos 25 graus. Costuma ser muito frio e muito quente; dependendo da ocasião e horário da visita. A Cordilheira dos Andes manda pra baixo muita água de boa qualidade através de alguns rios; e onde estas águas escorrem formam-se comunidades muito antigas e relativamente prósperas. A visão desértica é abrandada por alguns Oasis verdes no meio do cenário cinzento. Se for parar nesta região para comer alguma coisa e quiser economizar, peça por pescados ou frangos, porque a carne vermelha é escassa e cara. Por dia nesta região o turista desembolsa em média, R$ 30,00 por refeição!

Passei por Ica, capital do Departamento de mesmo nome e após muitas curvas e subidas, uma descida e um vale fértil me apresentou Nazca. As linhas famosas no mundo inteiro podem ser vistas através de voos com pequenos aviões, mas antes de chegar à cidade há um mirante com uns 50 metros que, após pagar 2 Soles, me permitiu ver uma delas bem de perto. A região entre Ica e Nazca é bem rica em sítios arqueológicos do povo Ica, que é mais antigo do que o povo Inca. Vale a pena ficar pelo menos dois dias em Nazca. Nesta primeira noite eu fiquei no Hotel La Encantada, mas também não o recomendo. O preço foi diferente do que reservei; e o estacionamento, que eles chamam de “cochera”, na reserva havia informação que eles dispunham, mas chegando lá, o estacionamento é em outra rua num galpão quase abandonado. O café da manhã não existe e o preço da diária em apartamento simples é R$ 145,00.

3º dia – De Nazca a Cuzco – Subindo forte a Cordilheira dos Andes.

Em Nazca olhe para cima e veja uma pequena parte da Cordilheira dos Andes; um deserto de pedras e montanhas; é pra lá que tive que subir. A primeira impressão é que é muito alto, mas na verdade é muito mais alto do que se consegue enxergar. Saí de Nazca antes das 8 da manhã e sem ter comido qualquer coisa, pensei que fosse chegar numa cidade e encontrar um café da manhã. Ledo engano!

A velocidade do carro não passava de 40 km/h e pela frente eu tive que romper mais de 2,7 mil metros de altitude. Seria muito fácil se eu pudesse subir reto, mas a estrada, muito bem conservada, era estreita e eu via apenas os inúmeros penhascos num caracol interminável. Abaixo de mim Nazca ia ficando cada vez menor até que desapareceu completamente. Eu não parei de subir por pelo menos três horas sem ver carros, pessoas ou vestígios de cidades. Quase no alto cheguei num lugarejo chamado Piatambo que fica a 2.790 metros. O ar começou a ficar rarefeito e dali em diante, muitas outras surpresas viriam a se revelar.

Meu próximo ponto foi Puquio, mas até lá, tive que vencer mais desafios encima dos Andes. Aproveitei para comer o que eles sugerem aos peregrinos dos Andes, milho com queijo. Um detalhe importante é que o milho tem grãos enormes e são os mesmos que os Incas antigos faziam suas iguarias; e o queijo não é feito de leite de vacas, mas de lhamas.

Retomei a subida íngreme da cordilheira em direção a Puquio; no meio do caminho uma nevasca e a virada completa do clima. Deixei os 19 graus de Piatambo para menos 5 graus no ponto mais alto da cordilheira naquela região. Depois que passei pela reserva ecológica de Pampa Galeras, um santuário de proteção as Vicunhas, atingi 5.720 metros de altura. Ventos fortes balançavam o carro e a neve veio repentinamente cobrindo tudo e deixando a paisagem branquinha como algodão. Tive que parar para traçar nova estratégia de como sair dali sem traumas, pois eu não esperava esta mudança naquele ponto. Eu fui pego de surpresa, sem roupas adequadas e quase sem combustível.

Somente para lembrar; o ponto mais alto do Brasil fica no Amazonas; é o Pico da Neblina que atinge 3.014 metros; o a mais alto do Peru é monte Huascarán há 6.768 metros. O pico mais alto do mundo é o Everest que atinge 8.850 metros. Eu atingi quase o dobro do Pico da Neblina e 65% do Everest!

No ponto mais alto de minha viagem fiquei sem ar e uma espécie de delírios leves e sonolência preparavam meu corpo para uma sensação surpreendente. Parado no acostamento, enquanto a neve cobria até boa parte do pneu, notei um caminhão vindo à mesma direção e aproveitei o momento para segui-lo em meio à trilha que ele fez na estrada. Dirigi com neve por cerca de 2 horas num altiplano interminável; e de repente, como tudo que sobe tem que descer; a descida com chuva e penhascos ainda maiores do que os primeiros após Nazca. O Pânico foi geral, mas a emoção teve que dar lugar à prudência. Desci em baixa velocidade por mais de 2 horas até chegar a Puquio, uma cidadezinha estranha na base da cadeia de montanhas. Almoçar em Puquio não foi tarefa muito fácil, pois os dois únicos restaurantes do lugar fecham aos domingos; e o único lugar aberto servia apenas Trutas quase cruas fritas em óleo usado pelo menos outras 1000 vezes.

Tem um ditado que diz: cachorro com fome come até sabão! Em Puquio comi trutas quase cruas com arroz; salada horrível; água de abacaxi e uma gelatina com gosto de detergente. Paguei cerca de R$ 35,00 e continuei a aventura. Eu já havia percorrido 600 km desde Lima, mas parecia que havia sido 6 mil km. Meu próximo destino teria que ser Abancay, antes de chegar a Cuzco. Muitas outras surpresas viriam e eu somente sonhava em sair daquela região estranha.

Faltavam mais 265 km até Abancay e pela condição da estrada, tudo indicava que seria fácil e simples, porque já não havia mais subidas e descidas abissais; mas a chuva na base da cordilheira e a noite chegando me fez permanecer ainda mais prudente e lento. Cheguei em Abancay por volta das 8 da noite e quase fiquei lá para dormir, porque as informações eram desencontradas. Alguns diziam que até Cuzco eu teria que percorrer mais 190 km; fácil, porque seriam mais umas duas horas em média, mas na estação rodoviária uma agente de transportes me disse que o ônibus faz em 5 horas. Confesso: fiquei com medo, mas resolvi encarar o desafio; mais um...

O tanque estava abarrotado de gasolina; eu já havia comido frango frito com batatas; o horário local marcava 21:00h; chovia fino e lá estava o Kia Optima na estrada em direção a Cuzco. Uma subida de mais de 120 km com uma estrada miserável e sem acostamento me fez saber, pelo pior modo possível, porque 190 km se gastavam mais de 4 horas de carro. Quando finalmente as curvas e penhascos deram uma trégua, veio os buracos e trechos da estrada sem asfalto. Todas as placas advertiam do alto risco e desabamento de encostas. Quase uma hora da manhã do 4º dia eu estacionei o carro na Plaza de Armas no centro de Cuzco; e agradeci a todos os deuses incas por ter chegado vivo!

Quando você for a Cuzco, observe bem o mapa e veja onde fica seu hotel. O que eu reservei Casa de Campo de Cuzco fica numa ruela sem saída, escondida até mesmo dos taxistas. Mesmo estando de carro, fiquei por mais de uma hora procurando este hotel e quando finalmente cheguei nele, descobri que o estacionamento prometido não havia; e o pior: para deixar o carro, somente podia ser a uns 300 metros dali, porque na rua estreita transitavam taxis. Fiquei chateado, mas deixei o carro num lugar estratégico que não incomodava ninguém.

Eu havia deixado para trás 1.100 km desde Lima. Moralmente era a metade da viagem, mas verdadeiramente ela nem havia começado. Os fortes completam o percurso; os fracos desistem; e eu não sabia bem o que eu era, porque me equivoquei com as informações.

4º dia – Acordando em Cuzco, a capital do Império Inca.

Acordar, andar, viver e curtir Cuzco é algo meramente único e extraordinário. Tudo na cidade, exceto os milhares de turistas, me remetia aos tempos da colonização espanhola. Os traços da civilização inca foram apagados, mas o clima interno fazia uma breve alusão aos tempos do maior império das Américas. Um dia inteiro em Cuzco para preparar a subida a Machu Picchu. Tudo precisa ser meticulosamente programado, porque num vacilo, você não chega lá.

Para chega a Machu Picchu você precisa reservar o ingresso do parque; depois tem que pagar pela reserva; depois tem que conciliar o trem que o levará até a estação de Aguas Calientes; e também pagar pela passagem de ônibus de Aguas Calientes até o santuário. São três operações distintas e quase incompreensíveis. Muita burocracia, dúvidas e preços altíssimos de cada serviço. Se você escolher uma agência para fazer tudo, com certeza irá pagar mais de U$ 100,00 a mais, mas será mais fácil. Todas as reservas minhas foram feitas por um funcionário do hotel e ao final eu lhe paguei de gorjeta 40 Soles.

5º Dia – Chegando e ficando em Machu Picchu

Como tudo é confuso é diferente, para você ir de Cuzco a Machu Picchu é uma tarefa complicada. Em Cuzco tem uma enorme malha férrea, mas nenhum trem sai de lá para Aguas Calientes. Apesar de ser muito perto, cerca de 80 km, a estrada também não dá condições de se chegar ao pé da montanha onde fica o santuário. Existem outras cidades com estações; eu escolhi sair de Poroy; bem pertinho de Cuzco. Tive que acordar 5 da manhã para apanhar o trem que sai as 7:20h; e para percorrer 80 km o trem gasta 3 incríveis 3 horas até Aguas Calientes; depois mais 20 minutos de ônibus, mais uma vez subindo a montanha, chega-se ao paraíso inca, Machu Picchu!

Fiquei o resto da manhã entre um muro e outro das ruelas do santuário inca; almocei frutas que comprei em Aguas Calientes e bebi água das fontes históricas. O trem saiu da estação às 5:30h e somente chegamos em Cuzco depois das 21:00h; tempo suficiente para degustar um vinho na companhia de novos amigos que conheci no trem; e voltar ao hotel para dormir, pois o dia seguinte prometia novas e reveladoras aventuras.

6º dia – Deixando Cuzco em direção a Arequipa – Um vulcão ativo nos Andes.

Nenhum mapa, GPS ou pessoa é capaz de afirmar com exatidão como se dirige de Cuzco até Arequipa. Todas as informações sejam do Google ou da Poilicia Caminera (equivalente a Polícia Rodoviária Federal) não dão conta de nada neste trajeto. Pelo Google são três possibilidades perpendiculares e muito próximas; e pela rodovia não há uma placa se quer para informar. É uma bagunça generalizada e eu tive que sair na sorte; e quase me dei mal...!

40 km depois de Cuzco a primeira confusão. Uma bifurcação me fez perder 15 minutos após a escolha errada. Mais adiante, em Sicuani, outra confusão: a policia informou que a estrada era muito boa, mas na verdade era uma desgraça. 50 km de pura pedra e subindo mais uma vez ao altiplano do maciço do Andes. A viagem não adianta e as paradas são muitas para coleta de poucas e desencontradas informações. No povoado de Hector Tejada há três estradas que levam ao mesmo lugar. Qual será a melhor estrada? Na dúvida, segui meu instinto e este foi meu erro, pois nem tudo que parece é!

Um pouco mais de velocidade, uma estrada de cascalho firme e um carro longo; quase me matou em terras peruanas. Mais uma vez tive que parar para reavaliar e acabei escolhendo voltar para apanhar outro ponto da rodovia. Meu mapa informava apenas que eu tinha que escolher entre as rodovias 34J, 34E e 34SG; e nenhuma delas apontava a qualquer cidade num raio de 100 km. Foi o pior momento da viagem; eu tinha que escolher o mais rápido possível; porque a noite iria chegar logo!

Quando finalmente encontrei uma cidade, um trabalhador da rodovia me disse com segurança que eu teria mais 80 km de estrada de cascalho e que neste trajeto eu gastaria cerca de 4 horas; foi batata! 4 horas depois de muita tensão saí da rodovia abandonada e cheguei novamente a Pan-americana, o suprassumo das estradas. Uma hora e meia depois eu desembarcava em Arequipa, a cidade que acorda aos pés de um vulcão meio adormecido, mas que já matou muitas pessoas há pouco tempo!

Para ficar em Arequipa, sem estar na programação oficial, tive que acessar a internet e escolher um hotel; perferi o Dreams Hotel Boutique (Calle Luna Pizarro, 103 – Vallecito). Um hotel de excelente nível, com preço justo e uma cozinha de primeiro mundo. Uma pausa para degustar um excelente scotch e comer uma carne vermelha preparada ao mais alto nível. O Dreams Hotel foi minha melhor experiência no Peru!

7º dia – De Arequipa a Lima – Voltando a Nazca

Certeza mesmo eu não tinha, porque tudo no Peru, em relação a estradas é uma caixa de surpresa; mas a promessa foi de uma estrada diferente. Na minha frente 1.100 km de regresso a Lima, que seria feito todo pela Rodovia Pan-americana; e após vencer este trajeto, seria encarar o voo chato da TAM até São Paulo e voltar pra casa em Belo Horizonte. No meio do caminho, novamente, Nazca!

De Arequipa a Nazca são 545 km de cenários inacreditáveis; com direito a mais uma vez passarmos pela costa do Pacífico. Quase todo o trajeto é feito com vista para o mar e na maioria das vezes, do alto de paredões de pedra ou margeando dunas que ultrapassam 400 metros de altitude. Três túneis esculpidos no meio de dunas e retas planas com mais de 50 km, em dias de vento forte mostra a migração de toneladas de areia do deserto que formam novas dunas em questão de dias.

8º dia – Chegando a Lima

Outra noite em Nazca e a preparação de mais 565 km que eu já conhecia até Lima. A viagem deveria ser tranquila, mas eu não podia esquecer: minha viagem foi ao Peru e nada é previsível; tudo muda e sempre em desvantagem para o visitante. Na hora de entregar o carro, na Localiza, o endereço informado simplesmente não estava correto e por pouco não fiz a minha viagem virar um inferno. Rodei por duas horas no centro de Lima buscando o endereço que a Localiza me passou; e depois de muita confusão e telefonemas, descobri que naquele endereço jamais funcionou a Localiza; eles grafaram nos papeis da locadora um endereço errado e o pior: num lugar distante de onde de fato eles estão sediados. Loucura? Engano? Ou um motivo para ganhar mais dinheiro com o atraso na entrega?

Para celebrar a última noite em Lima, fiquei no bairro de Miraflores, no simpático Hotel Suites Larco 656 (Av. Larco 656 – Miraflores). Um hotel que é apontado em catálogos como 2 trelas, mas que na verdade, pela localização, estrutura e atendimento, no mínimo pode ser classificado como 3 estrelas. Paguei R$ 180,00 por um quarto duplo literalmente; dois quartos agregados num só, com internet boa e rápida e na melhor localização de Miraflores.

9º Dia – O adeus ao Peru

Livre do inferno do trânsito de Lima e a caminho do aeroporto, minha penúltima surpresa desagradável foi na hora de entregar e pagar o CHIP que aluguei na chegada. A lojinha me disse um preço exorbitante e não quis me mostrar à lista de ligações que corroborasse com o valor cobrado; o jeito foi sair do Peru registrando um boletim de ocorrência na polícia local e me recusar a pagar. Por causa do fuso horário de 4 horas a menos, saí de Lima pela manhã e seis horas depois já era noite em São Paulo. Para encerrar os horrores de uma viagem linda e conturbada, fiquei sabendo pela TAM que meu voo até Belo Horizonte, primeiro passaria em Salvador e depois de 14 horas de espera por uma conexão eu conseguiria desembarcar em casa; e por fim, minha mala foi arremessada e destruída por funcionários da TAM!

Finalmente, os conselhos para haver uma viagem maravilhosa ao Peru!

A você que chega a Lima, jamais alugue um chip de telefone. Nunca alugar carro na Localiza. Não ir de carro de Lima a Cuzco, prefira ir de avião. Pergunte sempre se os lugares onde você vai visitar aceita cartão de crédito. Argua cada atendente de hotel sobre preços e condições antes de se hospedar. Não acredite na orientação da polícia local. Nunca viaje com a TAM; prefira a LAN que pertence a TAM, mas os funcionários da TAM são deselegantes e ao menor sinal de problema eles te deixam na mão. Desembarcando em Lima, pague apenas o que foi combinado com o taxi; e se depois que você ler tudo isso ainda resolver a fazer o mesmo, que Deus te proteja!

Carlos Henrique Mascarenhas Pires

Fotos, mais de 1000, desta viagem; e vídeos, você pode ver em meu blog www.irregular.com.br

CHaMP Brasil
Enviado por CHaMP Brasil em 01/12/2012
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