Viagens de bike (Sonhando com o Maranhão – Parte III)
Dia de Feira
Chegamos em Itabuna um dia antes do que havíamos planejado, e isso porque Eliana não tem lá muita afinidade com a cidade de Ilhéus, fato que a fez abrir mão de dormir na terra de Gabriela, mesmo lá tendo o hotel Opaba (aquele das finas dos aviões que passam quase raspando o teto!!!) que ela gosta muito... do hotel, não das finas, que fique bem entendido!
Após descansarmos e dormimos como duas pedras, acordamos na manhã do dia seguinte, um Domingo repleto de Sol, já próximo das onze horas; peguei Eliana pela mão e lá fomos nós nos metermos em meio à muvuca da feira do bairro da Califórnia. Dia de feira é sempre dia de festa e, depois de nos desembaraçarmos de umas quatro dezenas de poças de lama e outros detritos básicos, alguns com formato bem suspeito, começamos a apreciar a riqueza de frutos, legumes e verduras que a Bahia põe a nossa disposição: cupuaçus, graviolas, mangas em profusão, pimenta de cheiro, malagueta. Coentro (tudo que uma feira nordestina tem) e muitas outras... Em meio a algaravia dos vendedores, cada um apregoando mais alto as qualidades de seus produtos, vimos uma banca de peixes: qual não foi a nossa surpresa ver que poderíamos comprar um bagre de rio pesando em torno de seis quilos por apenas oito reais... e não era o quilo, como pensei a princípio, mas a peça!!! Peguei aquele peixão, quase do tamanho de Eliana, e saímos da feira, (vai que o peixe não fosse de verdade!!!) com um monte de saquinhos pendurados aonde podia, (a essa altura já com braços e mãos lotados de coisas que havíamos comprado) eu ainda incrédulo pela existência de preços tão baixos como os que se praticavam ali.
Tomamos o nosso café da manhã (na realidade mais um almoço, pela quantidade e pelo horário...) nos regalando com o suco de cupuaçu que havíamos preparado, e nos pusemos a planejar a sequência de nossa jornada. Resolvemos que no dia seguinte, Segunda-Feira, nós iríamos até Ilhéus, (eu queria passar na casa de minha prima Marlene e reencontrar o meu amigo Djalma) passando por Banco da Vitória, localidade que Eliana ainda não conhecia e que me é muito querida... (ainda me lembro dos bailes da adolescência, dos guaiamuns no quintal da casa de tia da Glória, das folhas de taioba) Teríamos de abrir mão de viajar até o Gurupá, empreendimento que deixamos para realizar em outra de nossas viagens.
Como é de praxe acontecer para quem está em férias o Domingo passou voando: deu apenas para trocar algumas palavras com a minha irmã Cili, visitar meu velho amigo Olávio, verificar horários e trajetos de ônibus para Feira de Santana (de onde pegaríamos o ônibus da Itapemirim para o Maranhão) e preparar nossas coisas para o passeio que faríamos no dia seguinte...