OS PERIGOSOS BASTIDORES DO LAZER E DO TURISMO

O recente e lamentável acidente no Hopi Hari, o que ceifou a vida duma jovem brasileira residente no Japão que fazia turismo de férias pelo Brasil, me incentivou a escrever sobre um assunto bem velho e delicado, as perigosas situações turísticas e de entretenimento que por vezes tenho observado aqui pelo nosso país e que infelizmente não se restringe apenas no que tange aos assuntos duma pasta administrativa federal que conta até com um MINISTÉRIO para o seu melhor desempenho, e que custa dinheiro ao povo.

Não dá só para "relaxar e gozar", como já nos foi sugerido.

Fato gritante é a falta de manutenção e de fiscalização de todo o equipamento turístico e de lazer pelo país afora a começar pelos aeroportos.

Certa vez entrei numa aeronave aqui no país aonde , por um buraco dum encaixe da lateral, se enxergava todo seu revestimento laminado como se fosse um papel alumínio. Claro, me assustei com aquilo e perguntei do que se tratava.

A resposta foi "não tem problema' e realmente tudo indica que não tinha, eu estou aqui para contar a história. Durante a viagem aquilo trepidava o tempo todo...

É de fazer medo o que tem por aí...e nenhuma autoridade enxerga e os recentes e tão incidentes acidentes com os "jet-skis" também são exemplo da negligência na fiscalização do todo.

Às vezes basta observar de perto a situação de deterioração dos meios e do imenso perigo aos quais os turistas são expostos, inclusive nos passeios que fazem parte dos próprios pacotes de viagens ou daquelas aventuras que são vendidas por ocasião das estadias turísticas nos locais de destino.

Na grande maioria das vezes, tudo IMPROVISADO no maior AMADORISMO, sem fiscalização e manutenção algumas.

É A NOSSA CARA...

Nos pacotes que oferecem passeios de barco então, só Deus! PARA SALVAR, sinceramente, alguns parecem que pedem para nos afundarmos para sempre e muitos dos que se dizem responsáveis sequer orientam os turistas a colocarem seus coletes salva- vidas.

Recentemente para acessar uma praia do nordeste brasileiro, uma que, em nome da PRESERVAÇÃO (mas não da manutenção!) se paga caro por dias de permanência na terra, era preciso descer por uma escada que se encontrava toda enferrujada entre as altas rochas maciças que rodeavam a areia.

Despencar das alturas por uma oxidação rompida do ferro seria a emoção mais provável daquele passeio mas só alguns a temiam.

Afinal, ou se descia ou se descia. Acidentes a parte não pareciam preocupar os tais "responsáveis" e a fiscalização era ao "Deus fará".

Pessoas idosas e obesas corriam um risco enorme de acidentes e os monitores sequer pareciam preparados para tal percepção ou prevenção.

Chorumelas a parte, o que importa por aqui é o lucro em tudo e sem gastos com manutenções.

O lucro das empresas de turismo, o lucro dos parques, o lucro dos passeios improvisados e amadores oferecidos por todos os cantos a espreitarem os TURISTAS, clientes entusiasmados e distraídos.

Tudo que gera lucro corre leve e solto...até a próxima tragédia sair na mídia.

Depois que acontece como aconteceu no Hopi- Hari todo mundo jura que tudo estava em perfeita ordem e com a devida manutenção.

Só uma dúvida: se o tal do brinquedo perigoso, o Torre Eiffel, estivesse com uma só cadeirinha com problema, como de fato estava, a fiscalização não deveria obrigá-lo a estar totalmente interditado para uso?

Ou o lucro da empresa está acima da preservação das vidas?

Por aqui a resposta é mais que óbvia, nem precisa pensar muito para responder.

A vida no nosso país não tem muito valor, é a esta triste conclusão à qual todo o nosso cenário nos faz chegar..

É um salve-se quem puder em tudo e o melhor caminho turístico ou de lazer é tentar não se arriscar por aqui.

De olho bem vivo, quanto mais longe do perigo não fiscalizado...melhor.

Porque tudo termina em pizza, mesmo a vida, quando infelizmente ela termina num acidente anunciado.