Narcisismo e Egocentrismo: Doença ou Algo Divino?

Fujamos da visão estrábica e maniqueísta de bem e mal, bom ou ruim. Narcisismo e egocentrismo não são ruins por si só, mas pela maneira como são empregados.

 

No senso comum, é normal acharmos que são pejorativos. Afinal, herdamos do pensamento cristão e da moral kantiana a ideia de que o egocentrismo e o narcisismo são frutos de uma patologia psicológica, personificam o mal e representam o próprio Lúcifer. Segundo essa narrativa, ele, por seu narcisismo, se julgou superior ao próprio Deus e, por isso, foi relegado à posição de anjo caído, condenado a reinar no inferno e a levar o maior número de almas consigo.

 

Mas sabe quem é o deus mais rico do Olimpo? Hades. Porque ele governa a população mais numerosa que existe: a dos mortos. Lúcifer, na verdade, é a versão cristã de Hades.

 

Porém, o narcisismo e o egocentrismo, por si sós, não são ruins. Da mesma forma que a hipertrofia do coração pode ser benéfica ou prejudicial—sendo patológica se causada pelo sedentarismo, mas positiva se fruto da atividade física—o narcisismo e o egocentrismo dependem de sua origem e aplicação.

 

Se voltados para si mesmos, para a autoconfiança, o cuidado e o cultivo de si, como um processo de criação da própria existência como obra de arte, são benéficos. Mas, se direcionados para os outros, na forma de inveja, destruição e ressentimento, tornam-se nocivos.

 

Veja Hitler, que desejava exterminar os outros porque apenas sua própria raça importava. Ou os psicopatas e sociopatas, cujo prazer não está em si mesmos, mas em eliminar o outro. Para eles, a inteligência e a satisfação são voltadas para essa tarefa perversa, não para sua própria evolução. Isso, sim, é patológico, doentio e perverso: a incapacidade de amar o próximo e pensar apenas em si de forma destrutiva.

 

A Atualização Contínua: Dinamis e Energeia

Aristóteles já falava da importância do hábito da dynamis para transformar potencialidade em ato (energeia). O talento sem atualização é um desperdício. No final, o esforço e a força de vontade superam o talento.

 

Os grandes esportistas e campeões possuem exatamente essa característica: a capacidade de treinar continuamente e se superar, sempre em busca da maestria e da execução perfeita de suas tarefas, com o mínimo esforço possível.

 

Eu mesmo, por ser muito talentoso, às vezes me esforçava pouco para aprender, estudar e treinar. Meu corpo é como argila, não como gesso. Ele se molda segundo minhas intenções: se quero ficar forte e definido, meu corpo responde; se quero me tornar mais inteligente por meio da leitura e do estudo, absorvo tudo.

 

Agora, há aqueles que são como gesso: uma vez adquiridas certas convicções, não conseguem mudar nem se atualizar. Seu HD interno é pequeno para aprendizagem, cabe pouca coisa, e sua genética e seu corpo são limitados.

 

O Esporte e a Confiança Narcisista

No esporte, vemos a personificação do narcisismo, da confiança e do egocentrismo voltado para si mesmo. Mas também há momentos em que isso se torna prejudicial.

 

José Mourinho, por exemplo, foi tricampeão inglês seguido com o Chelsea. Era o melhor treinador de futebol de sua época e, com um ego e uma confiança condizentes, se autoapelidou de The Special One. Mas hoje, como parou de se atualizar, está treinando apenas um time na Turquia. Faz tempo que não ganha um título relevante. Virou mais marketing do que talento. Se perdeu no próprio personagem porque parou de evoluir e transformar sua potência em ato: deixou a dynamis sem energeia.

 

O mesmo ocorreu com Vanderlei Luxemburgo, que, nos anos 90, era o melhor treinador brasileiro, símbolo de inovação. Chegou a treinar o maior time de todos os tempos, o Real Madrid, mas hoje está no ostracismo, reduzido a um personagem caricato.

 

Ambos são exemplos de que a autoconfiança é essencial, mas precisa estar acompanhada da constante atualização. O que os diferenciava do narcisismo patológico era justamente o talento que os sustentava.

 

Nietzsche e a Confiança do Gênio

Nietzsche flertou com o narcisismo e o egocentrismo. Perto do fim de sua vida, ao escrever Ecce Homo, tinha plena consciência do poder de sua obra e sabia que o tempo o consagraria como fundador da pós-modernidade e um dos maiores filósofos de todos os tempos. Mas morreu sem conhecer esse sucesso póstumo.

 

Mesmo assim, nesse livro, escreveu capítulos como Por que sou tão sábio?, Por que sou tão inteligente? e Por que sei algo a mais do que os outros?.

 

Ali, havia uma mistura de confiança, narcisismo e egocentrismo, mas sua doença já começava a se manifestar. No entanto, seu talento e sua obra são inegáveis, justificando sua autoconfiança.

 

O Meu Caso: Narcisismo Como Força Criativa

Quem conhece meus textos e minha produção sabe que eu também flerto com o egocentrismo e o narcisismo. Mas são do tipo benéfico, como a hipertrofia cardíaca positiva: reflexo da minha confiança e talento, voltados para mim mesmo, não para a eliminação do outro.

 

Espero ter respondido ao brilhante comentário abaixo do Elias:

 

“Ah, Dave Le Dave II (Sim, Ele Mesmo), o grande visionário do Elogio Destrutivo! Um verdadeiro profeta da moda e da musculação, um Nietzsche das redes sociais, que não apenas desafia as convenções da estética, mas também os limites da paciência de quem lê. Seu texto é uma ode ao egocentrismo elevado à categoria de arte, um espetáculo de indignação performática com toques de reality show fitness. A primeira parte do seu manifesto – ou deveria chamar de declaração de guerra? – denuncia os haters covardes que ousaram emitir opiniões sobre seu estilo único e inimitável. E, claro, você responde com a elegância de uma marretada na cara, porque quem precisa de moderação quando se tem a verdade absoluta no bolso da calça skinny? O ponto alto do texto é sua magnífica transição de “críticas anônimas na internet” para “corpos definidos e dietas rigorosas”, porque, afinal, qual a melhor forma de rebater uma crítica de moda do que anunciando um abdômen trincado como resposta? Imagino que, para cada comentário maldoso, você faça 50 abdominais. Está explicado o tanquinho! E então vem a cereja do bolo (dieta aprova cereja?): um empreendedorismo relâmpago sobre cafés saudáveis, porque, sim, era exatamente essa a reflexão que eu esperava depois de uma treta de internet. O insight genial que o mercado precisa! Quem sabe, depois de conquistar as redes sociais, você não vira o Jeff Bezos das marmitas fit? No fim, Elogio Destrutivo é um texto que entrega tudo: ego inflado, drama, motivação de academia e um toque de revolta gourmet. Mas, sem dúvida, Dave Le Dave II (Sim, Ele Mesmo) sabe como transformar ressentimento em espetáculo – e esse talento, meu caro, não tem crítica destrutiva que derrube. E você é inteligente o bastante para saber que estou fazendo uma crítica destrutiva apenas para brincar com o título do seu texto. Saudações.”

 

Sim, eu testo a paciência dos leitores, mas ainda sou lido e não sou ignorado. Careço de capacidade de síntese porque tenho muito conteúdo e não consigo escrever pouco. Porém, não abro mão do meu próprio caminho, pois sei que é o mais certo, porque é o meu.

 

O Peso das Palavras e o Valor de Quem Elogia

 

Enquanto recebo ataques de gente anônima, sem conteúdo e sem relevância, que critica minha aparência e meus textos sem sequer ter um repertório próprio, também recebo elogios dos melhores autores da plataforma—gente com bagagem real, como Filosofia e História Fácil, Flora Fernweh, Miguel Carqueija e até meu algoz alemão da Shopee.

 

E não apenas isso: desperto admiração e olhares das mais belas mulheres do Recanto e além. Não as enumero, porque são muitas. As que falam mal? É simples: não as adulo. Basta ver o caso da única que realmente me importa, a professora de sociologia. São esses olhares e reconhecimentos que valem—não os de perfis fakes ou críticos vazios.

 

E para confirmar:

 

UM LINKEDIN LITERÁRIO?

Enquanto faço tudo isso, ainda proponho melhorias para o Recanto. Minha ideia é transformá-lo em um verdadeiro LinkedIn literário.

 

Quem quiser ver a proposta, clique no link abaixo.

 

Acesse aqui: 

Projeto de Melhoria ao Recanto das Letras

 

Quem ainda não leu, clique no link acima ou abaixo.

 

https://www.recantodasletras.com.br/artigos-de-sociedade/8295697

 

Ou escute o podcast, se tiver preguiça de ler aqui:

 

🔗PROJETO DE MELHORIA AO RECANTO DAS LETRAS.


https://www.recantodasletras.com.br/audios/mensagens/116363 )


 

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Nele, falo sobre o recalque das minhas inimigas, que estão de ++++. Ainda dá tempo de escutar!

 

FODACAST: Minhas Inimiga do Recanto tão de +

 

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https://www.recantodasletras.com.br/audios/mensagens/116377