A CONSCIÊNCIA NEGRA É PARA LIBERTAR
No Dia da Consciência Negra, 20 de Novembro, muito mais do que ficarmos no passado infame, sempre insistentemente lembrado pelo eurocentrismo, nós temos que avançar e libertar o Brasil dos preconceitos e do doentio racismo.
Consciência Negra para nós, e falo com propriedade por não ser um homem caucasiano, é autonomia, educação, desenvolvimento humano, identidade e pertencimento às nossas origens e a nossa Nação.
Hoje, não por coincidência, estamos recebendo uma 'Grande Nação Não Branca', asiática, oriental, como é a origem dos nossos povos originários, até hoje massacrados pelo racismo e vítimas de genocídio endêmico, que sempre se relacionou com a África, sobretudo, a África oriental, banhada pelo oceano índico e pelo mar vermelho, onde comerciantes e povos africanos e chineses, dentre outras nações do oriente e médio oriente, intercambiavam especiarias, produtos diversos, serviços e culturas.
A África não é só o berço da humanidade e um continente provedor, de mão-de-obra servil para a escravização, mas o continente de várias civilizações desenvolvidas, do Egito à África do Sul, da Etiópia a Angola, do Kilimanjaro ao Saara, muitas culturas, muitas diversidades, etnias e potencialidades diversas, que não serão 500 anos de colonialismo exploratório, predatório e racista europeu que irão apagar, cancelar ou nos diminuir, seja na nossa ancestralidade africana, seja a nossa vigorosa e sábia afrodescendência.
Sou um brasileiro afro-árabe-ítalodescendente, filho de três culturas, que tem a consciência do que representou o Egito, o Grande Império Otomano, a Mesopotâmia, a Pérsia, o Reino de Gana, que foi um dos maiores reinos da África, sendo um império rico, principalmente em ouro, que se desenvolveu perto do deserto do Saara, e Roma, berço sul, junto com a Grécia, do que se tornaria a Europa civilizada e colonialista-imperialista.
O Reino de Gana foi fundamental para o comércio entre o mar Mediterrâneo e o interior da África, e teve seu apogeu entre os séculos VII e IX. A extração de ouro e o comércio de outros produtos, como sal, tecidos, cavalos e tâmaras, permitiram a integração econômica do reino com as regiões do norte da África, o Egito e o Sudão.
Outros exemplos de uma África, que precisamos tomar consciência e pertencimento, pois é a nossa verdadeira história, que nada remonta à escravização patrocinada pelo pré-capitalismo europeu:
- Cartago, que existiu de 814 a.C. até 146 a.C.
- Núbia, que existiu de 780 a.C. até 350.
- Império do Mali, que existiu de 1230 até 1670.
- Império de Oyo (Iorubás), que existiu de 1300 até 1835.
- Império Songai, que existiu de 1460 até 1591.
- Império Zimbábue, que existiu entre os anos de 1200 e 1400, no litoral da África Austral.
Portanto, nossa história afro-ancestral e afrodescendente é rica, cheia de intercâmbios comerciais, industriais, civilizacionais, culturais e de serviços, que nem mesmo o colonialismo racista da Europa conseguiu destruir.
O Brasil, uma nação negra, indígena e miscigenada, inclusive, com povos asiáticos, precisa se libertar de sua maior ignomínia, 'a escravização', de indígenas e povos africanos e seus descendentes, que gerou as nossas mazelas, os preconceitos, a pobreza, a miséria, a fome e o racismo, que neste Dia da Consciência Negra, e em todos os dias, precisa ser combatida, para que possamos superar o nosso atraso civilizacional e alcançarmos o nosso pleno desenvolvimento, como Nação Multiétnica e Multicultural.
A China está nos abrindo e ofertando a maior oportunidade de nossas vidas, da vida deste país, neste 20 de Novembro de 2024, e auguro que nossas elites políticas dirigentes, empresariais, intelectuais e a sociedade civil organizada não desprezem a real chance de nos tornarmos a Grande Nação do Sul Global, neste século XXI.
Oxalá é Grande!
Alah é Magnânimo!
Jesus tem Poderes!
A China tem Confúcio, Mao Tsé Tung, Xi Jinping, Dragão e um Grande Povo!
Shalom, Salamaleico, Amém!
Ubuntu!
Libertas Quae Sera Tamen!