Sobre o falso e o verdadeiro idealismo, e uma armadilha irracional comum ao "mais inteligente"

Ideal é tudo o que é considerado o melhor, o mais adequado e/ou o mais "certo". Mas o ideal também depende de contexto e, portanto, não é tudo o que parece ideal que, de fato, é. É por isso que podemos dizer que existe um idealismo verdadeiro e um falso, em que o primeiro se consiste no ideal que se adequa ao realismo corrente ou contextual, enquanto o idealismo falso aparenta ser o mais adequado, mas mostra-se irrealista na prática ou ainda na teoria. Pois se existe uma forte correlação entre inteligência e idealismo, não parece ser com o idealismo verdadeiro, mediante o padrão relativamente comum de pessoas dotadas de altas capacidades cognitivas, pelo menos em seu aspecto quantitativo, estimado por testes de QI, que adotam crenças político-ideológicas irrealistas. Eis a armadilha que esse grupo está mais propenso a cair, na aparência ou estética de um ideal que não se vincula rigorosamente com a realidade. Tal como de se acreditar que a escola ideal precisa ter uma instalação perfeita e estar cheia de recursos disponíveis para o aprendizado, como os livros e computadores, desprezando que a capacidade de aprendizado de um ser humano, primariamente falando, depende menos das circunstâncias em que ele se encontra e mais do seu próprio potencial e, então, como resultado, não adiantaria fazer essas reformas em uma escola pensando que, a partir delas, haverá uma melhoria generalizada de desempenho acadêmico, se o seu "corpo estudantil" não corresponder, em média, às expectativas almejadas. Outro exemplo: defender por uma política de imigração em massa acreditando que qualquer grupo de imigrantes é plenamente integrável a uma determinada sociedade, com base nos idealismos de igualdade e solidariedade, quando a realidade das diferenças de comportamento entre indivíduos e grupos humanos mostra o oposto. Pois pode ser que muitos dos indivíduos "mais inteligentes", em termos quantitativos, sejam praticamente "projetados" para funcionar a partir de perspectivas e espectativas idealistas* e isso os torne mais vulneráveis a adotar crenças irrealistas, (*que também são excessivamente otimistas), e que, de qualquer maneira, refletem uma maior irracionalidade, de auto projeção dominante de aspectos do indivíduo: traços de personalidade, estilo cognitivo e/ou circunstâncias pessoais, enfim, da própria subjetividade sobre a percepção da realidade, prejudicando uma abordagem racional plena.