IRONIAS DA VIDA — PRIMEIRA FASE
Prólogo
Imagine alguém que sempre evitou um certo lugar por medo de algo ruim acontecer, mas acaba encontrando o amor da sua vida exatamente nesse lugar.
Imagine, ainda, uma pessoa que trabalha arduamente para alcançar um objetivo específico, apenas para descobrir que a verdadeira felicidade estava em outro caminho que ela nunca considerou nem levou a sério. Esses são apenas exemplos das ironias da vida. – (Nota deste Autor).
A VIDA É E SEMPRE SERÁ IRÔNICA
As ironias nos lembram que a vida é cheia de surpresas e que, muitas vezes, não temos controle sobre o que acontece. Elas nos ensinam a aceitar o inesperado e a encontrar significado nas reviravoltas da vida.
ARNALDO TAVARES ENTREVISTA EUGÊNIO DUARTE
Arnaldo Tavares, 76 anos, tem inúmeras habilidades profissionais. Também é advogado, jornalista, técnico em computação, escritor e analista político.
Eugênio Duarte, 75 anos, é professor e um curioso autodidata, amigo de infância de Arnaldo, que o vê como um ancião com inteligência superior à de muitos diplomados.
Fazia um calor infernal quando o interfone da casa do Eugênio estrilou. O som estrídulo assustou Eugênio. – Bom dia, quem é? – Vociferou o impaciente ancião Eugênio.
– Sou o Arnaldo e quero falar com meu amigo Eugênio... Ele está?
Ao toque de um botão o pesado portão de ferro se abriu silenciosamente. Um silvo quase imperceptível se ouviu, simultaneamente, em três cômodos da casa. Isso sempre ocorre quando uma das entradas externas da casa é aberta.
“Cautela e canja de galinha fazem bem, não fazem mal a ninguém.” – Dizia Eugênio quando lhe perguntavam se ele cuidava de sua segurança e da família. Eugênio foi ao encontro de Arnaldo e o abraçou efusivamente.
– Ah! Esperava-o depois das dezesseis horas... Aconteceu algo que eu deva saber antes da nossa entrevista?
– Conforme acerto anterior estou aqui para entrevistar o amigo, mas cheguei antes da hora marcada. Algum problema?
– Não. Nenhum. Vamos começar. Antes, beba um refresco comigo. Gosta de jenipapo? O jenipapo é um fruto rico em fibras, vitamina C e flavonoides que ajudam a prevenir situações como envelhecimento precoce, doenças cardiovasculares, prisão de ventre e diabetes. (risos).
– Aceito o refresco de jenipapo para prevenir e diminuir o envelhecimento precoce. (risos).
16h:32min – O INÍCIO DA ENTREVISTA
– A vida é irônica? Pode me citar ao menos um exemplo? – Perguntou Arnaldo.
– O paradisíaco país conhecido por “Casa da Mãe Joana” tem por presidente um ex-presidiário que depois de passar quinhentos e oitenta dias recluso foi liberado e alguns meses depois, o agora cidadão por ser antes um criminoso condenado, concorreu as eleições presidenciais e, dizem as autoridades, que ele foi legalmente eleito.
Lula foi preso em abril de 2018 e libertado em novembro de 2019. Portanto, ele é considerado um ex-presidiário desde novembro de 2019, quando foi solto, após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou que réus só podem ser presos após o trânsito em julgado de todas as instâncias.
Ora, isso é o que está escrito na nossa Constituição Federal desde 05/10/1988. Por isso e por outras causas, ainda não compreendidas, Lula se tornou presidente da “Casa da Mãe Joana”.
Não quero discutir o mérito da questão, isto é, o fato de o STF só haver decidido que o cidadão Luiz Inácio não podia ser preso depois de mantê-lo 580 dias encarcerado. Observe-se que em 2016 o entendimento da egrégia Corte (STF) ia de encontro ao preestabelecido em nossa Carta Magna.
Ora, como é possível meus alunos saberem que réus só podem ser presos após o trânsito em julgado de todas as instâncias e o STF não saber (sabia) disso?
Não compreendo o “juridiquês”, mas vislumbro a cristalinidade do parágrafo que o STF só compreendeu após 31 anos depois de promulgada a Constituição Federal:
Segundo a Constituição, ninguém pode ser considerado culpado até o trânsito em julgado (fase em que não cabe mais recurso) e que a execução provisória da pena fere o princípio da presunção de inocência. – (Nota deste Autor).
Esse exemplo da prisão do senhor Luiz Inácio é apenas uma ironia da vida. Quer outro?
– Sim, por favor. Estou adorando esse seu estado de espírito. (risos).
– Uma afrodescendente foi nomeada para ser a ministra da igualdade racial e está acusando o seu colega, também afrodescendente, ministro dos direitos humanos, de assédio sexual.
O acusado se defende dizendo que está sofrendo perseguição perpetrado pela ministra da igualdade racial. Essa é ou não mais uma ironia da vida?
Detalhe: Ambos, acusado e acusadora, defendem com afinco as ideias do Partido dos Trabalhadores.
17h:47min – FIM DA ENTREVISTA
– Muito bem amigo. Estou satisfeito com suas palavras e cortesia ao me receber em sua casa. Agradeço o delicioso refresco de jenipapo, mas já é tempo de eu voltar para João Pessoa. Desejo chegar em nossa capital antes das 20 horas.
– Ah! Amigo... Estarei sempre ao seu dispor. Volte quando quiser e puder. – Disse Eugênio com um largo sorriso seguido de um abraço fraterno.
Observação: A conclusão deste artigo será feita na segunda fase.
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NOTAS REFERENCIADAS
– Textos livres para consulta da Imprensa Brasileira e “web”;
– Assertivas do autor que devem ser consideradas circunstanciais e imparciais.