Internet desbanca TV aberta e lidera investimentos publicitários no Brasil em 2024

No segundo trimestre de 2024, a internet alcançou um marco histórico no mercado publicitário brasileiro, superando pela primeira vez a TV aberta como o principal destino de investimentos em publicidade. Esse feito representa uma virada na mídia nacional, quebrando um domínio que se manteve inabalável desde os anos 1970.

De acordo com o estudo Cenp-Meios, realizado pelo Cenp (Fórum de Autorregulamentação do Mercado Publicitário), a internet captou 39,6% dos R$ 6,035 bilhões investidos em propaganda via agências de publicidade entre abril e junho deste ano. Enquanto isso, a TV aberta, que por décadas reinou absoluta nesse ranking, ficou com 37,4% dos investimentos. Essa mudança reflete um cenário onde o digital não apenas complementa, mas redefine a estratégia de marketing das empresas.

A ascensão da internet como líder em investimentos publicitários é impulsionada por diversos fatores, incluindo a ampla adoção de plataformas de mídia social, streaming e e-commerce, que oferecem uma segmentação mais precisa e mensurável para os anunciantes. A capacidade de alcançar públicos-alvo com maior exatidão e a possibilidade de ajuste em tempo real das campanhas publicitárias tornam o meio digital uma escolha atrativa e eficiente para marcas de todos os tamanhos.

Outro aspecto crucial é o comportamento do consumidor, que passou a dedicar mais tempo a dispositivos conectados, como smartphones e tablets, do que à TV tradicional. Esse consumo multiplataforma impulsiona formatos de publicidade inovadores, como vídeos curtos, anúncios interativos e conteúdo patrocinado, todos com alta capacidade de engajamento e personalização.

Embora a TV aberta ainda mantenha uma relevância significativa, especialmente em grandes eventos ao vivo e na penetração em áreas onde o acesso à internet é limitado, o cenário atual aponta para uma transição inevitável em direção ao digital. A tendência é que essa liderança da internet se consolide e expanda, à medida que novas tecnologias e formatos publicitários continuem a evoluir.

Esse marco histórico no mercado publicitário brasileiro não é apenas uma mudança de liderança, mas também um indicativo das transformações profundas nas preferências de consumo de mídia e nas estratégias das marcas para se conectarem com seu público. A partir de agora, o desafio para a TV aberta será reinventar-se e adaptar-se para competir em um mundo cada vez mais digital e conectado.

Para entender o impacto dessa mudança, vamos aos números do segundo trimestre:

1. Internet: R$ 2,391 bilhões (39,6% dos investimentos) – liderando o ranking com uma forte presença em sites, redes sociais e plataformas de streaming.

2. TV Aberta: R$ 2,256 bilhões (37,4%) – apesar da queda, ainda mantém uma fatia significativa do mercado.

3. Mídia Exterior: R$ 667 milhões (11%) – continua relevante com sua presença nas ruas e espaços públicos.

4. TV por Assinatura: R$ 334 milhões (5,5%) – enfrenta desafios com o crescimento das plataformas de streaming.

5. Rádio: R$ 252 milhões (4,2%) – uma mídia tradicional que ainda encontra seu espaço.

6. Jornal: R$ 94 milhões (1,6%) – refletindo a diminuição do consumo de mídia impressa.

7. Revista: R$ 26 milhões (0,4%) – ainda em queda no cenário digital.

8. Cinema: R$ 16 milhões (0,3%) – impactado pelas mudanças nos hábitos de consumo de entretenimento.

Apesar da liderança da TV aberta ao longo do primeiro semestre, com 39,5% de market share contra 38,2% da internet, a virada veio com um crescimento expressivo do digital. Comparando os dois primeiros trimestres, a internet disparou com um aumento de 44% nas receitas, enquanto a TV aberta cresceu apenas 16%. Esse avanço digital evidencia a migração dos investimentos para onde o público está cada vez mais presente: no online.

Esse movimento não só redefine o panorama publicitário no Brasil, mas também indica uma nova era onde a conectividade e a personalização da comunicação são fundamentais para alcançar e engajar os consumidores. A mudança é clara: o futuro da publicidade é digital, e ele já chegou!

Para aprofundar seus estudos sobre a ascensão da internet como líder em investimentos publicitários no Brasil, aqui estão algumas fontes recomendadas:

1. Cenp-Meios: O relatório Cenp-Meios é a fonte principal para dados sobre investimentos publicitários no Brasil. É publicado pelo Cenp (Fórum de Autorregulamentação do Mercado Publicitário) e fornece insights detalhados sobre as tendências de investimento por mídia. O relatório está disponível no site oficial do Cenp.

- Site: https://www.cenp.com.br

2. IAB Brasil: O Interactive Advertising Bureau (IAB Brasil) é uma organização focada em impulsionar o mercado de publicidade digital. Eles publicam relatórios e guias sobre tendências digitais, que incluem dados sobre investimentos publicitários em internet.

- Site: https://iabbrasil.com.br

3. eMarketer: Esta plataforma oferece relatórios e artigos sobre tendências globais de marketing digital e publicidade. É uma excelente fonte para comparar o crescimento do investimento em publicidade digital no Brasil com outros mercados.

- Site: https://www.emarketer.com

4. ABAP (Associação Brasileira de Agências de Publicidade): Fornece estudos e análises sobre o mercado publicitário brasileiro, incluindo o impacto das mídias digitais.

- Site: http://www.abap.com.br

5. ComScore: Oferece relatórios detalhados sobre o consumo de mídia digital, comportamento do consumidor online e insights sobre o mercado publicitário digital.

- Site: https://www.comscore.com/por

6. Kantar IBOPE Media: Fornece dados de audiência e tendências de mídia, incluindo a performance da TV e de plataformas digitais no Brasil.

- Site: https://www.kantaribopemedia.com

7. Google Ads e Facebook Business: As plataformas de anúncios do Google e Facebook são fontes diretas de dados sobre investimentos publicitários em suas respectivas redes. Elas frequentemente publicam insights e relatórios de mercado sobre publicidade digital.

- Site: https://ads.google.com

- Site: https://www.facebook.com/business

Essas fontes oferecem uma base sólida para entender o panorama da publicidade digital no Brasil e como a internet desbancou a TV aberta em investimentos publicitários.