Expectativa de herança da geração Z pode não se concretizar com decisões dos Baby Boomers

Os herdeiros das gerações Y (nascidos entre 1982 e 1994) e Z (nascidos entre 1995 a 2010) aguardam ansiosamente uma “grande transferência de riqueza”, estimada em US$ 90 trilhões, por meio da herança de seus pais. No entanto, muitos podem se decepcionar, já que só um quinto dos baby boomers (nascidos entre 1946 e 1964) pensa em deixar algo para trás.

Um estudo recente da Northwestern Mutual com mais de 4,5 mil adultos revela que a maioria não espera deixar uma herança significativa. Atualmente, a riqueza dos baby boomers, que detém mais da metade da riqueza dos EUA, está fortemente atrelada aos seus imóveis, com muitos resistindo em reduzir seus patrimônios.

Esse cenário explica por que um alto percentual da Geração Z e dos millennials antecipa depender de herança para atingir estabilidade financeira e uma aposentadoria confortável. No entanto, a esperança de uma herança substancial pode ser frustrada, já que apenas cerca de 20% dos baby boomers considera deixar um legado.

A tendência é que, em vez de herança, os filhos e netos encontrem instruções para funerais nos testamentos dos pais e avós. Isso porque mais da metade dos baby boomers entrevistados optou por não deixar herança, e apenas 11% têm como objetivo financeiro primordial proporcionar algo para seus descendentes.

O estudo não investigou as razões para essa postura, mas emerge um movimento crescente de pessoas que aspiram a "morrer com zero", gastando sua riqueza em vida e evitando deixar saldo bancário ao falecer. Muitos preferem presentear entes queridos com experiências memoráveis, como viagens, e investir em causas beneficentes.

A filosofia é clara: "Faça o bem agora, não espere até morrer". Além disso, com o custo do envelhecimento em ascensão, muitos baby boomers estão se preparando para despesas de saúde na aposentadoria, sugerindo que parte significativa da esperada transferência de riqueza possa ser direcionada a cuidados médicos.

Apesar dessa tendência, os jovens continuam contando com o apoio financeiro dos pais. Pesquisas indicam que um terço dos jovens que planejam adquirir uma casa espera auxílio dos pais para a entrada, e a geração Y é mais propensa a receber essa assistência.

Além disso, o apoio financeiro dos pais aos filhos adultos vai além da compra de imóveis, com um terço dos millennials na casa dos trinta anos ainda dependendo dos pais para custos cotidianos e lazer, como assinaturas de streaming.

Esses dados pintam um quadro complexo onde a herança tradicional pode não ser a norma, mas o apoio financeiro intergeracional continua sendo uma realidade significativa.