A partir da verdadeira "justiça social", segregação e discriminação podem ser moralmente justificadas
Também no sentido de necessárias, afinal, ao menos em relação à segregação, ninguém deveria ser obrigado a conviver, ainda mais se for com pessoas cronicamente "problemáticas'... Nesse texto, apresentarei rapidamente uma maneira de solucionar esse problema de convívio forçado e injusto, sem cair na tentação do "racismo', mas com uma ressalva que problematiza ainda mais as narrativas dominantes sobre o tema...
Bairros exclusivos para os "mais educados"??
Mais educados não apenas ou unicamente no sentido acadêmico, mas especialmente em termos de polidez, empatia, inteligência emocional, enfim, de capacidade real de convívio respeitoso... Então, seriam construídos ou estabelecidos "condomínios fechados" que excluiriam aqueles que não conseguem conviver socialmente de maneira educada ou, moradores de qualquer bairro poderiam escolher apenas aqueles que comprovadamente conseguem fazê-lo com consistência... Portanto, nada mais justo do que segregar quando existem razões lógicas que justifiquem tal ato. E que, nesse caso, ainda se consistiria em uma auto segregação, menos passível de recriminação moral coerente.
Mas mesmo quando, aparentemente, não existe uma razão lógica para a segregação, tal como no caso de fazê-lo com base em aspectos físicos ou raciais, todo indivíduo, em uma sociedade que respeita seus direitos mais básicos, está no direito de se segregar, se quiser, ou de se associar com quem ele desejar, e isso inclui até mesmo o critério da etnia ou raça, invalidando a associação absoluta da ideia de racismo com a de segregação racial que tem sido estabelecida como um dogma moral desde a segunda metade do século XX. Mesmo no caso mais famoso, que aconteceu durante o regime do Apartheid, na África do Sul, se as questões mais objetivamente discutíveis ali foram: a imposição da segregação racial a nível nacional, sem deixar para a livre escolha de indivíduos e grupos, e a administração rudimentar do governo sul africano em relação aos territórios destinados à população negra, além da repartição muito desigual de terras.
Se a "verdadeira justiça social" não sacrifica injustamente certos grupos, pela criação de bodes expiatórios, para supostamente corrigir equívocos históricos cometidos contra indivíduos de grupos marginalizados, até porque processos sociais de marginalização não costumam acontecer de maneira unilateral, como se fossem sempre ou absolutamente injustos, o que quase nunca é o caso.
E quanto à discriminação??
Idealmente falando, toda sociedade humana deveria se constituir por filtros justos ou racionais de seleção e, portanto, de discriminação, que incluem ou excluem com base em critérios moral e intelectualmente justificáveis, tal como o estabelecimento de quotas para deficientes (mas não para outros critérios, como o de raça ou sexo) e a seleção dos indivíduos mais objetivamente capazes para determinada função. Pois é conclusivo quanto à inevitabilidade dos filtros de discriminação, se toda seleção é uma discriminação, no sentido de exclusão implícita, e se sempre se baseia em critérios específicos, também a especificação como sinônimo de discriminação...
Pois é quase certo de se concluir que a maioria daqueles que advogam pelo fim de qualquer medida de discriminação e de segregação: não compreende com profundidade do que se tratam esses conceitos, e os praticam em suas esferas pessoais, como bons hipócritas, se todo ser humano tem os seus próprios critérios ou gostos pessoais.