Dor sem cabeça.
Preocupa-me o advento da inteligência artificial e a sua utilização no preparo de textos acadêmicos e literários, pois o que está em risco é a própria alma da produção cultural, falemos do Brasil, nação mestiça e consequentemente vanguardista e tropicalmente tão aberta ao novo e ao tudo, só que este tudo atualmente tão incensado em nossa tradição cultural na maioria das vezes traduze-se em nada e o nada será o nosso fim, como em outras vezes seu impacto meteórico nos condenará a um desesperante apocalipse civilizatório, com cabeças não tão pensantes e incapazes da produção literária autêntica , fadados estamos ao fim da pátria que nasceu com Caminha e brilhou com Machado de Assis e Lima Barreto; uma nação acéfala se vislumbra, nossa última dor sem cabeça.