O Mundo Mudou E a Ficha Ainda Está Caindo

(Chegamos na Era do Homo Imbecilis)

Desde que o mundo é mundo as mudanças acontecem de forma rotineira. Quando as mudanças são bruscas, as pessoas em geral demoram a percebè-la na sua totalidade e integridade.

Recorrendo aos velhos ditados, a pouco tempo o sujeito “matava a cobra e mostrava o pau” para comprovar a veracidade de sua façanha. Hoje em dia temos que mostrar, não mais o pau, mas a cobra morta, assim como fotos, vídeos e testemunhas de credibilidade que comprovem a autoria da ação. Mesmo assim, tudo pode ser questionado, já que fotos e vídeos podem receber tratamentos de Photoshop e IA e testemunha de credibilidade é um bicho em extinção Ainda correndo o risco de ser processado por crime ambiental inafiançável em delito perpetuo se o vídeo for para a internet.

“Contra fatos não havia argumentos”. Hoje qualquer fato pode ser contestado, interpretado, reinterpretado, sofrer versões e narrativas infinitas mesmo que, o que parece ser uma verdade inquestionável esteja diante de nossos olhos de forma presencial, ao vivo e a cores.

“Eu só acredito vendo” era uma senha em que a pessoa finalmente se convencia de algo que antes era negado com toda a veemência e convicção. Hoje, mesmo que a pessoa esteja presente no evento, vai chegar a duvidar do que viu e ouviu diante de tantas evidencias que chegarem até ela, no dia seguinte, a ponto de achar que ela sofreu uma alucinação por efeito de alguma droga colocada na sua garrafinha de agua mineral.

Não podemos mais ter certeza de nada. Esta balela de regulamentar a internet só atende a interesses políticos escusos já que as mentiras, desde todo o sempre correm a luz do sol e a céu aberto nas mídias tradicionais, e que antes eram tidas como verdades absolutas.

Antes "agua mole em pedra dura, tanto batia que até furava". Na era dos transtornos climaticos e das guerras insanas, a agua acaba primeiro e a pedra é implodida com banana de dinamite. Mesmo assim dá para constestar ambas as versões.

Caiu o monopólio das informações assim como foram desbancados de seus tronos os donos das verdades absolutas.

A frase “éramos felizes e não sabíamos” reflete bem a natureza infantilizada do cidadão adulto que prefere viver enganado em sua percepção de um mundo cândido e puro, onde autoridades físicas e jurídicas estão ali de plantão permanente, prontas para atendê-lo e protegê-lo das vicissitudes e agruras da vida.

Santa ignorância, ou satânica má-fé é sua sina e desdita, até que descobre às duras penas que, o que move o mundo em grande parte, é a seita do “bezerro de ouro”, e que de “boas intenções o inferno está cheio”.

Um sujeito ou sujeita sai de casa acreditando que está defendendo seus valores pátrios, sua condição de cidadão responsável, para descobrir, após penas de 14 ou 17 anos de que ele não passa de um terrorista, golpista.

Não ficou atento às narrativas dominantes, e não se deu conta de que, as regras que ele conhecia e se fiava quantos aos valores da democracia e do estado de direito haviam mudado da noite para o dia.

Antes do descortinar desta nova era, um fio de cabelo valia como contrato de honra. Hoje o que está escrito, (até mesmo na Carta Magna) não vale nada. O que vale de verdade é o que o agente ou funcionário público com atribuição de, apenas interpretar a constituição ache a respeito deste ou daquele artigo. Depois reclamam que os alunos dos cursos básicos, intermediários e superiores não sabem interpretar textos. Na verdade, nem seus professores o sabem.

“”E conhecereis a verdade...” qual verdade cara pálida?, já que toda verdade ficou relativa e uma mentira dita mil vezes se transforma, como em processo alquímico, em verdade das mais verdadeiras que o dinheiro pode comprar.

O mundo mudou e ele sempre muda, mas as fichas estão cada vez mais demorando para cair e a sociedade dos Homo sapiens emerge em nova ordem com pensamentos débeis e consciência fragilizada. Será que já podemos comemorar o advento da era do Homo Imbecilis?

João Drummond
Enviado por João Drummond em 25/05/2024
Reeditado em 25/05/2024
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