"FUTEBOL É UMA RELIGIÃO!"

Praticamente quase todas as religiões do mundo partem mais ou menos do mesmo princípio: crença em um (ou uns) ser superior, conjunto de doutrinas e regras comportamentais, ajuntamento e, infelizmente (obviamente não todas) de extremo fanatismo. Com o futebol não é muito diferente. Há uma crença quase que divinal na instituição, doutrinas do tipo: canções, juramentos e fidelidades, regras morais (ou comportamentais) por exemplo, jamais vestir a camisa de um rival e o ajuntamento em estádios com os iguais, ou seja, bem parecido com praticamente quase toda religião.

Dizem até que há três coisas que não se discute: "religião, futebol e política," no que não concordo. Dá para discutir sim qualquer tipo de assunto desde que seja com pessoas civilizadas e honestas. Mas a verdade é que futebol para muita gente é de fato uma religião. Por ele, tem gente que perde o emprego, casamento, amizade, etc, tudo em nome da devoção. Suspeito dizer até que muitos são capazes de mudar de sexo, cônjuge, profissão e até da sua religião, mas do time do coração não!

Recentemente o atacante Gabigol que é ídolo (ou ex ídolo agora, rs) da torcida do Flamengo apareceu em seu momento de folga e lazer vestindo a camisa do Corinthians que embora não seja um rival regional certamente é nacional. A grande maioria dos torcedores rubro negro ficaram e ainda estão indignados (para não dizer furiosos) com essa atitude já que segundo eles se assemelha a Judas, o Iscariotes. Vestir a camisa de um time rival? Inadmissível, diriam.

Bem, a meu ver, um jogador profissional de futebol tem total direito de "fazer o que bem entender" em seu momento de lazer. O cara está de folga e passa a ser um cidadão comum, certo? Infelizmente não! Há certos tipos de cargos, profissões ou representações sociais como é o caso de jogadores de futebol profissional que a sociedade não tolera vacilos, por exemplo, um juíz de direito pode dançar e postar em suas redes sociais a música: "na dancinha da garrafa?" Pode, pois não há lei que o proíba, mas a posição que representa na sociedade não "permite." As pessoas vão sempre vê nele um juíz aonde quer que esteja. O mesmo vale para um jogador.

Não dá, por exemplo, para o ex-jogador Marcelinho Carioca usar a camisa do Palmeiras e andar tranquilamente na avenida Paulista. O Rogério Ceni a do Santos no Shopping Anália Franco. O Edmundo a do Flamengo na praia de Copacabana, e assim por diante. Porque eles representam outros fiéis extremamente exigentes e devotos. Enfim, se é verdade ou não a foto do Gabigol com a camisa do Corinthians (há possibilidade de ser montagem) não sabemos ainda, mas que o futebol é uma religião que exige total devoção não resta dúvidas!