O PREÇO ALTO DE SER INTELIGENTE
Uma ofensa que nem meus adversários mais fervorosos tiveram a coragem de me acusar é de me chamar de burro. Mas se eu tivesse uma característica para ser melhorada não seria a inteligência, e, sim, a motivação, porque sou um tanto apático.
Se não fosse por isso, poderia ser um bom intelectual, viver dos meus escritos e ideias, etc. Mas, como diz o materialista do Recanto das Letras, Lisandro Hubris, os inteligentes sofrem um preço elevado por essa condição, assim como as mulheres muito bonitas.
E o principal desses ataques é a inveja, simbolizado pelos ataques que venho recebendo de pessoas incapazes de produzir bons artigos e por isso querem defenestrar os bons.
Mas o Recanto das Letras nada mais é que um microcosmo social que reflete toda a sociedade. E no macrosocial, a situação não é diferente, porque as pessoas, com moral de rebanho, como diz Nietzsche, se juntam para derrubar os mais fortes, porque eles são a maioria.
Eles se assemelham às moscas do mercado, nas palavras do filósofo alemão. E ter que lidar com as moscas é o preço a se pagar para os inteligentes, os criadores, os de espírito nobre.
As moscas querem se alimentar do nosso sangue. Mas não é nossa sina espantar moscas, por isso Zaratustra aconselha a solidão para as pessoas inteligentes!
"Foge para a tua solidão, meu amigo! Vejo-te atordoado pelo barulho dos grandes homens e picado pelos ferrões dos pequenos.
A floresta e o rochedo sabem calar-se dignamente contigo. Volta a semelhar-te à árvore que amas, a de amplos galhos: atenta e silenciosa pende ela sobre o mar.
Onde cessa a solidão, ali começa o mercado; e onde começa o mercado, ali também começa o barulho dos grandes atores e o zumbido das moscas venenosas" - DAS MOSCAS NO MERCADO - Assim Falou Zaratustra.