Ladrão de celular tem que ir preso?
Ladrão de celular tem que ir preso?
Se um ladrão subtrair o seu celular, pode ser que a sua vontade seja que esse sujeito seja preso. Porém, será que esse seria um julgamento justo?
A discussão sobre justiça aqui diz respeito sobre o equilíbrio entre o valor do bem subtraído e o valor a ser pago. O pagamento aqui exigido é que o ladrão seja preso, logo o preço a ser pago seria a subtração da liberdade do ladrão.
Porém, será que, realmente, enviar o ladrão para a cadeia seria uma boa forma de pagamento pelo objeto subtraído?
Existem uma série de detalhes que devem ser considerados para justificar a prisão de um sujeito. Não estamos falando somente de direitos humanos. É necessário ter uma visão para além dos direitos humanos. Vejamos. Os custos mensais, em média, para manter um preso, é de R$2.146. Se ponderarmos esse valor pelo tamanho das populações prisionais o custo médio é de R$ 1.803. Atualmente, a população carcerária é de 839,7 mil presos. Se considerarmos, grosso modo, o valor médio para manter cada preso seria é de R$ 1.513.979,1, ou por ano R$ 18.167.749,2.
Porém, precisamos ir mais além, e olhar os problemas que uma condenação e cumprimento de pena pode causar à sociedade e aos familiares do detento.
Perda de moradia – Muitas pessoas presas se tornam desabrigadas ao serem libertadas da custódia. Muitos reincidentes afirmam que a falta de moradia adequada é um dos principais fatores que contribuem para seu retorno à prisão, embora programas de moradia pública geralmente não tenham cotas para egressos.
Saúde – A incidência de mortes relacionadas a drogas e suicídio é desproporcionalmente alta para pessoas recém liberadas da prisão, principalmente mulheres. Os altos índices de doenças infectocontagiosas como HIV, hepatites e tuberculose também podem colocar em risco a vida das pessoas egressas e suas famílias.
Vivências de violência psicológica, física e sexual são ocorrências comuns nas prisões.
Impacto familiar – O afastamento familiar e comunitário causado pela prisão tem custos sociais e emocionais óbvios, incluindo riscos aumentados de separação da família e de desagregação para os filhos.
Aumento da probabilidade de cometer novos crimes como resultado da prisão – Por causa dos muitos efeitos prejudiciais da prisão.
Ao analisar essas informações, conclui-se que, prender alguém por um delito simples – digamos assim – não é a melhor maneira de se resolver o problema, pois sabemos que isso custo cara ao Estado e ainda não resolve o problema da criminalidade. No entanto, o criminoso precisa pagar pelo seu crime, contudo, cabe considerar outras formas punição, que sejam efetivas para o cidadão que sofreu o dano, que seja justa para o condenado e que não seja tão onerosa para o Estado.