Quem vai tocar fogo em Roma?
Esquerda ou Direita – O Apoio Relativo
Quem vai tocar fogo em Roma?
Sobre Políticas e Comidas: ” É o que temos para o jantar”. Quando em criança ao me deparar com um cardápio posto à mesa que me desagradava minha mão me advertia:
─ É o que temos para o jantar.
Política não é religião, portanto não pode ser pautada pelos desígnios da fé. Se na religião buscando o consolo e respostas baseadas em dogmas e numa fé verdadeira ou conveniente, na política nossa posição deve ser baseada em escolhas pessoais sobre valores que reconhecemos como validos em contraponto a valores que rejeitamos.
Ou seja, se na religião nossas escolhas são parciais e restritivas imagine na política. Se adotamos uma posição de apoio a algum espectro político, não dá para apoiarmos todas as pautas daquele espectro.
É como se a gente fizesse uma pesquisa introspectiva pessoal e concluíssemos que estamos a favor de mais pautas de um lado que de outro,
Sabendo de minha posição política um parente me perguntou se eu também achava que a terra era plana. É claro que esta pergunta feita em tom de ironia ensejou outra no mesmo tom e no mesmo formato mordaz.
─ Você é favor das ditaduras de Maduro ou Ortega e também apoia os terroristas do Hamas?
O tal parente se incomodou com a pergunta e partiu para um discurso emocional e raivoso que mostrou bem o dilema que intimamente nos deparamos quando adotamos posturas extremas e incondicionais no campo da política.
Concluímos que na política como em tudo na vida: “Nem tanto ao céu, nem tanto à terra”.
Quem apoia qualquer político de maneira incondicional se vê na desconfortável situação de defender sem convicção e com o ímpeto necessário alguns absurdos ditos ou feitos pelo mesmo político.
E isto produz um efeito negativo da comunicação pessoal do indivíduo que se traduz em respostas sinestésicas quando o corpo nega a fala, gera gaguejos e falas desconexas, no uso indevido de citações de terceiros ou históricas e no caso da escrita na produção dos famosos textões que são um amontoado de asneiras sem sentido.
Podemos notar estes sintomas em falas de comentaristas famosos como Miriam Leitão, Daniela Lima e Ronaldo Azevedo, só como exemplos, que nestas horas se transformam em figuras caricatas já que, se as palavras mentem, as expressões e os movimentos físicos desmentem as falas.
Quando apoiamos qualquer político não o apoiamos intimamente de forma irrestrita, mas muitas vezes nos vemos, quando em debates públicos diante destes dilemas, como de alçar bandeiras de pautas que não acreditamos e até repudiamos.
Temas complexos como aborto, drogas, ideologias de gêneros, dentre outros só são fechados aos debates em mentes radicais que tendem a abraçar o pacote inteiro já que seu líder político as defende.
Muitas vezes no ambiente de polarização e tensão política e social não nos damos conta de que os políticos passam e quem está mandando hoje, amanhã pode estar submetido ao poder no outro lado.
A pacificação social tão almejada por muitos parece hoje uma utopia no Brasil, já que os líderes em proeminência estão situados em posições extremamente opostas. Metade do Brasil sonha com extinção sumaria do outro lado, como uma solução para o ambiente conflagrado em que vivemos. Sabemos que isto é impossível. Fico imaginando o que aconteceria se três figuras atuais do cenário políticos saíssem de cena, fossem pescar no pantanal, ou se mandassem para outros países, abandonado de vez o cenário político.
Alexandre de Morais, Lula e Bolsonaro. É logico que isto não vai acontecer mas imaginar e sonhar acaba sendo uma válvula de escape diante do ambiente sombrio e sem perspectivas que teima, como uma nuvem negra, a permanecer sobre o Brasil.
De um lado o líder a esquerda dá sinais de enfraquecimento cognitivo, e de outro o líder da direita tem sobre a cabeça a espada de Dâmocles, nesta sanha insana que o sistema tem de leva-lo a prisão.
Este desejo incontido que leva o mesmo sistema a romper de maneira descarada todas as leis e preceitos que regulam o Estado Democrático de Direito.
Neste quadro um homem perigoso, portador de sinais de psicopatia assumiu um poder quase absoluto. O mesmo poder que levou Nero a tocar fogo em Roma.
Alexandre de Morais, a cada dia que passa levanta mais uma fogueira num pais que já vive a beira de um colapso político, social e financeiro.