PALAVRAS RACISTAS?
O governo petista por meio de seus ministros visa combater o racismo" utilizando-se de "correções linguísticas." Assim, por exemplo, expressões do tipo: "buraco negro, caixa preta, denegrir, esclarecer e outras mais, vem sendo corrigidas por integrantes do governo, jornalistas, militantes e simpatizantes.
Em muitos ambientes universitários, esportistas, artísticos e de trabalho, o uso delas tem sido veementemente evitado e, caso sejam expressados, alguém vem e corrige com um: "Olha, não use essa palavra porque tem conotação racista," dizem os novos "professores moralistas."
Bem, provavelmente seja verdade que tais palavras tenham sido no passado usadas para expressar racismo. Isso é possível porque à escravidão em nosso país acabou tem uns 140 anos mais ou menos e, se comparada a outros países, é de fato "pouco tempo." Além do mais, o Brasil foi um dos últimos a abolir à escravidão no mundo e, portanto, é perfeitamente plausível que tais palavras realmente tenham sido usadas com conotações racistas.
Posto isto, no entanto, o patrulhamento que essa galera da nova moral linguística vem fazendo em cima de quem as expressa parece também não fazer o menor sentido. É meio que paranóico. Primeiro porque quando são usadas nos dias atuais é quase certeza que ninguém tem o intuito de ser racista. "Denegrir," por exemplo, significa mais ou menos manchar a reputação de alguém independente da cor da pessoa. "Buraco negro" com ciência onde há no espaço um lugar sem um mínimo feixe de luz. "Caixa preta" com informações de um objeto importantíssimo do avião. E "esclarecer" em elucidar uma ideia. Portanto, há um anacronismo ai.
Segundo, que esse patrulhamento faz dos patrulheiros um tipo de gente chata, intolerante e moralista. Ficar corrigindo as pessoas é coisa de quem se sente a última bolacha do pacote existencial e que, portanto, está acima das demais. Mas como dizem: "Por trás de todo moralista há sempre um hipócrita as escondidas com vários telhados de vidro prestes a quebrar."
Terceiro e mais importante de tudo, é que para as pessoas negras que sofrem literalmente na pele o racismo com, por exemplo, salários mais baixos, menos oportunidades de trabalho, ofensas e desprezos em diversos ambientes sociais, etc, deixar de expressar essas e outras palavras, não vai alterar 1% da situação deles. Ou vocês acham que a pessoa negra e pobre da periferia está preocupada com essa palavras?
O que essas pessoas realmente precisam é de efetivação e conscientização concreta no combate ao racismo. É levar para às escolas, empresas, universidades, repartições públicas, etc, o tema, mas sem a "coleira" da doutrinação ideológica e o vitimismo tão comuns entre muitos grupos anti racistas. Só isso que a esmagadora maioria das pessoas negras querem. O resto é demagogia de narrativas.