Era autismo ou coragem??
Provavelmente os dois.
Coragem de dizer o que poucos querem ouvir ou se atrever a dizer em voz alta.
Autismo, porque não percebia a repercussão do que dizia ou fazia, ou acreditava que os outros entenderiam, que aceitariam, se se tratava de respeitar a liberdade da opinião alheia.
Ledo engano.
Eu me lembro, nos tempos de faculdade, em que preparei com o meu grupo uma apresentação sobre a imigração muçulmana na Europa enfatizando o seu aspecto negativo (positivo, praticamente não existe, sejamos francos aqui...), especialmente a ocorrência de estupro de mulheres brancas ou nativas por homens muçulmanos. Sim, fui eu que escolhi o tema... Me lembro de apresentar na frente da classe e sem perceber ou, muito pouco, que a maioria parecia desconfortável, incluindo o professor, sobre o tópico e ponto de vista apresentados. Eu demorei a perceber, pelo menos naquela época, que as pessoas tendem a pensar diferente. Inflamado pela necessidade moral de falar sobre algo que a mídia comprada e manipulada nunca abordou, não pensei no ambiente altamente doutrinário em que me encontrava...
Na época do Orkut, eu era um polemista nato, sempre debatendo e, sem máscara ou pseudônimos, sobre temas controversos, dando minhas opiniões igualmente consideradas controversas pela polícia do pensamento corrente, deste início de século XXI.
Quando me mudei para o Facebook, também lembro de uma vez em que publiquei um PDF da obra de Phillip Rushton, cientista canadense, já falecido, que teve a audácia de abordar seus trabalhos acadêmicos pelo tópico das diferenças raciais em inteligência e comportamento e sem prestar qualquer vassalagem à pseudociência igualitarista e/ou neolamarckista, dominante nas ciências humanas atualmente, que prega que o meio, e não a biologia, tem uma maior influência nessas diferenças. Independente do quão preciso ele estava, senti o mesmo impulso ou dever de encarar de frente o politicamente correto e tentar abrir os olhos de outras pessoas sobre as mentiras com as quais provavelmente estavam doutrinadas a tratar como verdades incontestáveis.
Em suma, eu não tinha uma dimensão adequada de que, o que comentava ou publicava em redes sociais não era apenas polêmico, mas que também poderia ser muito ofensivo, dependendo da pessoa que lesse minhas publicações.
Era coragem e continua sendo. Mas também era e é um impulso, uma necessidade de dizer a verdade, ainda mais se for uma verdade objetiva, indiferente aos nossos sentimentos e expectativas.
Mas também era autismo, porque não fazia a leitura da mente dos outros para ponderar se publicava aquilo, se comentava daquele jeito ou não. Hoje, eu penso mais antes de publicar qualquer coisa. Acho que também aprendi a moderar no tom, evitando generalizações, ainda mais se não forem factuais, que é o mais importante no que se refere a esse tipo de assunto 'polêmico".