Socorro, pare o mundo que eu quero descer!
A sociedade moderna, em sua veloz e egoísta jornada, parece ter se esquecido da beleza interior. A monotonia impera, mascarada por uma falsa sensação de conexão nas redes sociais e no Whatsapp. A solidão e as emoções fragilizadas se escondem por trás de curtidas e mensagens instantâneas, criando um cenário caótico do ponto de vista humano e emocional.
A crueldade se instalou nos corações, outrora aquecidos pela caridade e pelo calor humano. A compaixão deu lugar ao egocentrismo, onde o interesse próprio se sobrepõe ao bem-estar do outro. O diálogo genuíno se perdeu, substituído por monólogos vazios de empatia. A pergunta "como você está?" se tornou rara, sufocada pelo narcisismo que domina as conversas.
Ivete Sangalo, em sua canção "Não Me Conte Seus Problemas", propõe um escape momentâneo das angústias do cotidiano. A letra convida à celebração da vida, mas ignora a necessidade de se debater sobre as dificuldades e problemas que assolam a sociedade. É preciso ir além do axé e do achismo, buscando soluções para os males que nos afligem.
A grosseria e a insensibilidade tomaram conta das relações interpessoais. A fragrância da amizade e da sinceridade se dissipou, dando lugar à indiferença e ao cinismo. As pessoas se tornaram rudes e impiedosas, incapazes de se colocar no lugar do outro.
As multidões se entregam à apatia, seguindo a corrente do "deixe a vida me levar". Ignoram-se os problemas pessoais e profissionais que corroem a alma, buscando refúgio na superficialidade.
Os políticos, vampiros sugadores da esperança, se preocupam apenas com seus próprios interesses. Entre si, se apoiam e fingem representar o povo, enquanto jogam para a torcida um espetáculo de hipocrisia e demagogia.
A classe média, esmagada entre a espada e a parede, sofre as consequências de um sistema desigual. Ricos e pobres, em polos opostos, afogam suas dores em vícios e ilusões, buscando escapar de uma realidade cruel e sufocante.
A malícia, o rancor, o medo e a desconfiança dominam as relações. A astúcia e a falsidade se tornaram ferramentas de proteção em um mundo onde a confiança se esvaiu. O amor verdadeiro se perdeu em meio ao individualismo, e as uniões se desfazem com a mesma rapidez com que se formam.
A família, outrora pilar da sociedade, perdeu sua coesão e hierarquia. O respeito e a união entre seus membros se fragilizaram, dando lugar a conflitos e desavenças. A crescente visibilidade do lesbianismo e do homossexualismo gera debates acalorados, principalmente no que diz respeito à educação das crianças.
Diante de um panorama tão desolador, resta-nos questionar: o que esperar de uma sociedade adoecida? A resposta, por enquanto, parece ser: nada.