A DOR DA PERDA

Não existe uma definição precisa referente ao vocábulo perda. O conceito

dar-se-á de acordo com o contexto ao qual a palavra estiver inserida.

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A ausência de alguém que partiu para o plano celestial é uma das piores

sensações humanas, principalmente quando o afeto entre as partes era

verdadeiro, amoroso, respeitoso etc. A dor aumenta quando há um acúmulo de

perdas, ou seja, mais de uma pessoa deixa de existir na terra. Em algumas

situações, famílias inteiras vão embora aos poucos, ou de uma vez.

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Perder alguém para a morte é tão cruel, quanto perder para o mundo. Detalhe:

perder para a morte, é o adeus; perder para o mundo, é o "quem sabe".

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Os que desaparecem, deixam marcas profundas; os que se vão, devido à

morte, faz com que a alma sinta uma dor, que jamais passará. Será amenizada,

com o tempo, com o apoio de amigos, de colegas. Vai depender, também,

da situação de cada pessoa, do grau de sentimento que existia

entre eles, e da força interior.

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Perder um ente querido não promove o mesmo sentimento e consequências nas pessoas,

mesmo que o grau de parentesco seja próximo. Não faz muito tempo, moradores de algumas

cidades consideradas pequenas, usavam a expressão: "para fulano, foi

como se tivesse morrido um porco". Diziam isso, e acredito, que muitos

ainda dizem, porque alguns sepultavam o pai de manhã, e à noite iam dançar

em algum evento como baile, forró (bailão), roda de samba etc.

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Há várias denominações e interpretações utilizadas para quem sabe, justificar

uma ou mais perdas familiares, ou de amigos:

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1. "Morreu porque chegou a hora, e Deus chamou".

2. "Ela (e) cumpriu a missão na terra; agora, foi morar com Deus".

3. "Deus precisa de alguém como ele (a), ao lado".

4. "Hoje o céu está em festa: partiu para um mundo melhor, sem brigas, sem guerra".

5. "Deus sabe o que é melhor para nós".

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QUESTIONAMENTOS

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Mas, como fica a cabeça, o coração? E o vazio que insiste marcar presença

dentro de casa; e as lembranças?

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Todos os sentimentos, para muitos, e isso depende da religião e crença de cada

um, são naturais, visto que todos, um dia, iremos pelo mesmo caminho.

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E a saudade, a falta, o braço direito, o apoio que sempre existiu e findou-se, de

forma inesperada, de uma hora para outra? Será mesmo, justo, alguém partir e

provocar todas essas e outras reações afins?

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Respostas surgem, como: "Deus quis assim"; "Foi melhor para ela"; "Chegou a hora

dele (a)"; "Você tem que se conformar!".

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NÃO EXISTE MANUAL DE INSTRUÇÕES

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As questões são muitas, as constatações são diversas. Deveria existir uma manual

de instruções, para ajudar a confortar quem fica, e distribuir mais forças, para

que os deveres sejam cumpridos da melhor maneira. Porém, sabemos que não

existe. O tempo encarregará de cicatrizar todas as feridas abertas. Somente

esse tempo, para amenizar as dores, e fazer com que a vida terrena de todos os envolvidos,

caminhe.

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A dor da perda é gigante, é imensa; e pode resultar em transtornos como: depressão,

suicídio, loucura, abstinência etc. Em várias situações, torna-se necessário consultar um

psicólogo ou terapeuta, e talvez um psiquiatra.

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E aqueles que não estão em condições de

decidir, ainda devido à perda? E os que se enlouquecem assim que perdem alguém? E os

menores de idade? E os herdeiros que nem conheceram os seus genitores, e poderão

sentir essa perda, mais adiante?

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CONSTATAÇÃO

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Todos já perdemos alguém. Quase todos já choramos "rios de lágrimas",

mesmo sabendo que o destino final é igual!

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"O que leva à perda de uma pessoa, e de mais de um?" São outros questionamentos, e

às vezes surgem como respostas: doenças, acidentes aéreos, acidentes automobilísticos,

suicídio, homicídio, envenenamento, picadas de cobras, ataque de escorpião etc.

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São várias as causas, mas o certo é que houve perda. E como fica a situação na própria

residência onde a pessoa morava com a família? As paredes vão continuar na cor que ela

gostava? Vamos parar de ouvir as músicas preferidas dele (a)? E aquele guarda-roupa

repleto de peças belíssimas? E os calçados simplesinhos que ela adorava? Vão mudar

de residência? Devem desfazer a mesa de vidro que ela ganhou no último aniversário?

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Muitas perguntas e as respostas podem estar dentro de cada um, uma vez que as pessoas

pensam e sentem de maneiras ora parecidas, ora diferentes, ao mesmo tempo. Cabe

reunir a família, ali, da casa, e decidir coletivamente. Fato que deverá ocorrer

após alguns dias. Nada deve ser decidido no calor da dor. Afobações não ajudarão.

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SEM JULGAMENTO

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Não podemos julgar o comportamento das pessoas em se tratando, especificadamente,

sobre a perda. Existem, como sabemos, as diferentes formas de manifestações. Nem

mesmo as nossas reações, aparentemente exageradas podemos condená-las. Lidar com a

tristeza é tarefa difícil até mesmo para os melhores especialistas.

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AQUELA FORÇA AOS ENLUTADOS: Como consolar alguém que perdeu entes queridos?

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Ficar ao lado da pessoa pode ajudar muito, dar um abraço, colocar a mão no ombro

da pessoa também ajuda. Fazer algo que a pessoa não está em condições de fazer,

ajudar com os preparativos do funeral, cuidar das crianças, fazer as refeições,

lavar a louça. São atos que podem ajudar, e muito, as pessoas. É de grande valia

manter contato com a pessoa enlutada, porque no início do luto há muitos

conhecidos apoiando, e com o passar dos dias, das semanas, todos voltam à vida diária,

cuidando das suas respectivas casas.

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É preciso ter muita fé, e saber que ninguém está sozinho. Abrir o coração com alguém,

pode ajudar a diminuir o sofrimento. A morte faz com que todos tenham um pouco de medo,

porque não sabemos o que nos espera. Temos que aceitar a perda.

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É importante ter pensamentos positivos, reconhecer o círculo da vida.

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Pratique exercícios físicos, escreva, leia mais, ore (ou reze), curta a natureza, durma em

um local confortável, inspire pelo nariz, expire pela boca, reforce a sua autoestima,

tente enxergar a morte como parte necessária da vida, e que outra vida surgirá.

Se for o caso de a pessoa estar doente, enfatize o que sente por ela, converse com

algum parente da mesma, crie uma rede de solidariedade.

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Superar a dor da perda não é possível. Ela diminuirá, brandamente. Saiba que

os laços sentimentais não se desfazem com a morte. Afinal, ficam as lembranças.

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REFERÊNCIAS

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www.jw.org.pt

https://pt.wikihow.com

www2.diariodaregiao.com.br

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Nilceu Francisco é Professor, Educador, Escritor, Jornalista, Poeta, Articulista, Ambientalista, Videorrepórter, Videojornalista etc.

Nilceu Francisco
Enviado por Nilceu Francisco em 24/01/2024
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