EU, HUMANO
Já abordei este tema, aqui, no Recanto, mas retorno a ele, por uma necessidade política, histórica.
O Capitalismo é uma ideologia que sobrevive baseado na dicotomia explorador x explorado, patrão x operário, de onde, o único beneficiário é o capitalista que enriquece com o suor alheio, com o lucro produzido pela classe trabalhadora.
A estes, os trabalhadores, cabe uma parcela financeira denominada de salário-mínimo, que, dentre outras coisas, além de só garantir uma ração precária, não balanceada, ela é, controlada, bitolada pelo Sistema, a não ultrapassar o que determina os ditames da Economia capitalista, a dizer, vinculado o seu reajuste baseado no PIB-Produto Interno Bruto.
Este mecanismo, mantém a classe operária em rédea curta, submissa ao mando e desmandos do patrão, do capitalista.
Um outro mecanismo utilizado pelo Sistema, é o cabresto curto, que impõe à classe-que-vive-do-trabalho, uma limitação no campo educacional, impedindo-o de alcançar o ápice do Conhecimento, da Sabedoria, através da sua inclusão numa Universidade.
A maioria da juventude nascente da classe trabalhadora, tem dificuldade, extrema dificuldade em terminar o Ensino Médio. Faculdade? Um sonho longínquo a ser alcançado.
No meio do caminho, em meio a estas dificuldades, o Sistema capitalista põe iscas, tipo Programa do Menor-Aprendiz, Ensino Profissionalizante, que nada mais é, seduzir os filhos dos assalariados a tornarem-se assalariados também.
Perguntam-me: Programa do Menor-Aprendiz, Ensino Profissionalizante, são oferecidos aos filhos da burguesia que cursam Ensino Médio?
Respondo: Não!!!
Por quê? perguntam-me, novamente, e respondo:
- Porque no Sistema Capitalista existe um rebanho e o dono do rebanho.
O dono do rebanho, proprietário da Fazenda Capitalismo, jamais abriu, jamais abrirá mão do gado, do gado marcado, como disse Zé Ramalho.
Precisamos, para ontem, tirar o sino do nosso pescoço, tirar do nosso tornozelo a bola de ferro apelidada de salário-mínimo.
Precisamos acordar, como ser humano, buscar no âmago da alma, o que ainda nos resta de dignidade; a nossa dignidade de ser humano, de viver como um ser humano.