AS GRANDES FACES DO ANO NOVO
Desde criança ouço "Feliz Ano Novo", daqui; "Bom Ano Novo", dali; confesso que em algumas ocasiões, sentia
que o desejo destinado a mim, era sincero; em outras, nem tanto. Desde cedo percebia que havia (e há) muita
inveja e falsidade espalhadas pelo mundo.
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Para muitos, infelizmente, final de ano significa festa, aventura, desconcentração, irresponsabilidade sadia.
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Desejar Boas Festas ou Feliz Ano Novo soa, às vezes, como cumprimento de protocolo, de dever, de seguir
uma regra. Não deveria ser dessa forma, se cada um enxergasse o verdadeiro significado dessa congratulação,
desejo, anseio para com o próximo. A própria sociedade corrompe as pessoas, vira a cabeça de muita gente,
através dos péssimos exemplos e da ausência de políticas públicas em prol dos cidadãos, de um modo geral.
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Quando criança, o coração é mais aberto, não enxergamos maldades nos outros, somos cuidados e cercados por
adultos, na maioria das vezes nossos pais biológicos ou adotivos, ou por alguns parentes, como os avós, tios,
padrinhos, irmãos mais velhos etc. Tudo depende da situação de cada família, e da vida de cada uma, do modelo
que elas representam.
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O que a família tem a ver com essa ocasião? Responderão os mais conscientes, de que a palavra família significa
muito mais que uma simples junção parentesca, e sim, a união dos entes, em prol da harmonia e da felicidade
entre si.
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Com o passar do tempo, cada um tende a construir a sua própria família, porque o mundo é rotativo, e
a vida é passageira; portanto, nada é para sempre. Todos seremos substituídos, querendo, ou não. Manter-se
coerente é o mais apropriado. Não reclamo da minha família; amo a todos, e grande parte dela, se pudesse,
estaria unida, fisicamente, sempre; não só nessa época. Não precisamos estar cara a cara para saber o quanto
somos queridos e o quanto gostamos deles.
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O que desagrada em todas as famílias acredito que seja o fingimento.
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Então, voltando ao Feliz Ano Novo: você sinceramente acredita que todos que te desejam isso, fazem, do fundo
do coração? Seus parentes falam, realmente a verdade? E como é durante o ano? Há realmente sinceridade, você
sente isso, enxerga?
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O correto é estender esse desejo por todo o ano, mas o orgulho, em muitas vezes supera a
vontade; e o que é banal, em várias ocasiões, sobressai, perante a necessidade de ser mais contundente, sociável,
receptivo, aprazível e realista.
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O coleguismo tem muito a ver com o parentesco, porque muitos colegas sabem mais de nós, do que os parentes mais
próximos, e do mesmo sangue. Os colegas tendem ser os mesmos, com ressalvas: até você não precisar tanto deles,
porque é muito fácil um oferecer-lhe pinga, do que refrigerante, visto que alguns julgam o "refri", bebida de
"frescos", enquanto a cachaça ou algum líquido com álcool, é de "homem". Há décadas é assim; e a canalhice impera,
a soberba corrompe, e a desatualização destrói.
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E os amigos existem. Mas, até que ponto são amigos de verdade? Você já deve ter passado alguma necessidade ou
presenciado alguém nesse estado! Chegou perceber se foram fiéis ou continuaram sendo próximos, como nos bons
tempos, ou não?
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Porque, segundo o ditado: "amigo é dinheiro no bolso", uma vez que você o tendo, muitos te
procuram, te bajulam, te carregam, te aplaudem. Você pode contar a piada mais tola, que todos vão rir. Mas quando
a sua saúde financeira começa roer, e com ela, diminuir as festas, eles se afastam, simplesmente por causa do
dinheiro ou da ausência de fartura. Isso justifica o ditado, então, de que o verdadeiro amigo, para muitos é o
dinheiro.
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Exemplos não nos faltam e você tem na sua família, na rua da sua casa, no trabalho, na sua escola, nas
redes sociais, que provam o que estou dizendo. O problema é que poucos reconhecem isso e fogem das constatações
mais óbvias, dos fatos, da realidade. Não querem "bater de frente", preferem o silêncio, o anonimato, o olhar
por cima, o desvio vertical etc.
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O Feliz Ano Novo da empresa, é mais que regra. Deveria ser desejo da alma, porque se os funcionários sentissem
que são benquistos, se desdobrariam no ano seguinte, teriam ótimos motivos para confiar nos seus encarregados,
por exemplo. A empresa age como se fosse uma obrigação, uma tradição torpe, uma regra programada.
Cá, entre nós, Feliz Ano Novo há alguns anos era mais saudável, a causa era da busca da felicidade e do desejo,
de que até as "moscas" se tornassem mais felizes, a partir do novo ano; e dava para sentir mais profundamente. Até
as propagandas e as lojas eram mais discretas e mais humanas.
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Tomemos cuidados com os dizeres alheios, olhemos mais para os nossos colegas; vamos conservar os verdadeiros
amigos, tendo boa saúde financeira, ou não; pois o que importa (ao menos deveria) é ter alguém em quem confiar e
para com ele, poder contar sempre.
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Eu desejo, de coração aberto, mais que um Feliz Ano Novo, quero que você perpetue na sua rotina de sempre querer o
melhor para si, e deixar transbordar o quão é feliz.
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Desejo com a mais pura emoção, que você esteja cercado de pessoas verdadeiras que não corram atrás de você apenas quando precisam, e sim, que caminhem juntos.
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QUANDO ALGUÉM DESEJA-NOS FELIZ ANO NOVO VERDADEIRO, SENTIMOS POR DENTRO A VERACIDADE DO QUE ELE QUIS TRANSMITIR. CONCORDA?
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SEJA FELIZ SEMPRE!
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Nilceu Francisco é Professor, Educador, Escritor, Jornalista, Poeta, Articulista, Ambientalista,
Videorrepórter, Videojornalista etc.