CERIMÔNIAS DE CASAMENTOS
Foi o tempo em que festa de casamento representava a coroação de um enlace movido ao amor, família, respeito, graça, leveza, sonho e compromisso.
O que presenciamos de uns anos para cá, é a exibição e necessidade de mostrar que para muitas famílias, dinheiro não é problema. A partir desse pressuposto, digamos que
isso denota solução para muitos que gostam do desperdício, e fazem questão de demostrar desinteligências.
Não faz muitos anos em que festa de casamento era, de fato, um dos principais momentos do enlace, onde se reuniam não só familiares, mas também, amigos, colegas, vizinhos etc. Havia fartura, ainda mais se fosse realizada na roça, devido à cultura local e à possibilidade de consumos de bovinos, suínos, aves, doces e bolo gigante, com toda a gostosura!
Em uma área urbana, também poderia consumir tudo que seria, se fosse numa roça; teria a mesma graça?
O casamento, em si, pode ser realizado onde desejar os noivos, independente da crença. Inclusive, em uma chácara, sítio, fazenda, praça, estádios, templos religiosos etc. Claro, além do chamado enlace em cartório. Aos mais antigos, essa realização era a principal, onde surgia a denominada certidão no civil; era o único espaço para tal objetivo. Hoje, muitas ações estão modificadas.
Adianta, mesmo, casar e promover uma festa de arromba sem amor, apenas para fugir do rótulo solteirona (solteirão)? O mais importante não seria o compromisso entre as partes, cujo adjetivo principal deveria ser amar e ser amado? Promover enlace apenas para cumprir o "script", a regra? E os sentimentos, a cumplicidade, a dignidade etc?
Casar não está mais na moda. É notório o desinteresse pelo altar e pelas alianças: muitos moram juntos há anos e, na prática são casados. Outros, pretendem "juntar os panos" ou os "trapos", porque a sociedade ainda cobra satisfações. Alguns preferem dizer que trata-se de caretices, pois, se vivem felizes sem o papel, quando casam, tudo muda para pior: separação, divórcio, brigas, mortes.
Há casais que preferem o anonimato, o casamento sem badalação. Questão de economia, religião, falta de recursos.
Em diversos casos, a realização desse sonho faz mais sentido aos pais: falam em tradição, também para dizer às amigas que a própria família é perfeita, visto que os filhos estão otimamente casados.
Grande parte dos noivos, às vezes, segue o que os amigos ditam, segundo a moda dos chamamos mais novos. A começar pelas mães solteiras, cujos comportamentos variam: umas casam grávidas e exibem as barrigas; outra preferem escondê-las. Outra parte prefere esperar pelo nascimento do bebê, para a realização do matrimônio. Poucas preferem casar no início da gravidez. E muitos não se casam.
Enfim, para que casar, se está tão bom, sem subir ao altar? Para que realizar esse sonho, se para muitas famílias está tudo muito caro? Para que promover festa badalada, se a incerteza do amor de ambas as partes, impera?
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Nilceu Francisco é Professor, Educador, Escritor, Jornalista, Poeta, Articulista, Ambientalista,
Videorrepórter, Videojornalista etc.