MEISF???
Ah, vocês não conhecem esta sigla?
Pois bem. Mas, MEI, vocês conhecem, não é verdade? Micro Empreendedor Individual, é, pois é...
Um recuo no tempo...
Quando eu estava na ativa como profissional gráfico, o dono da empresa na qual nós trabalhávamos, nos dava duas pausas de 10 minutos a cada período: pela manhã e pela tarde.
Temas destes minutos de recreio? Chifre, era isso mesmo, e o nosso futuro, como trabalhador.
Bem, o que nós pensávamos sobre o futuro...
Não era muita coisa...
Uns, defendiam o seguinte: "Quando me aposentar, não darei um prego numa barra de sabão... Outros, influenciados pelo meio em que vivíamos e acossados pelas agruras da vida, falavam: _ Vou pegar o dinheiro da aposentadoria e montar um gráfica...
Paradoxal, não é mesmo?
Uns, querendo fugir da escravidão assalariada, pretendiam gozar o que restava da sua vida no aconchego de sua família, que lhe fora tirado pelo Sistema...
O outro, voluntário ou involuntariamente, digo, influenciado pelo meio em que vivíamos, iria se tornar patrão, sujeitar seus futuros trabalhadores, passarem pela mesma situação em que vivia, que ele próprio repudiava...
Esta é uma das principais influencias que brotam dentro do sistema capitalista: a individualidade.
"Cada um por si e Deus por todos", máxima esta, repudiada por Sócrates, partindo da hipótese de que o ser humano é um animal gregário.
Mas, o que é de fato, mesmo, um MEISF?
Traduzindo: Micro-Empreendedor-Individual-Sem-Futuro...
E, olha, esta proposta, vinda do Parlamento burguês caiu como uma luva no gosto popular.
Afinal, quem não queria ser patrão? Dono da própria venta? Não avaliaram o que estava embutido nesta Lei. Iriam se tornar patrões deles mesmos... Sem nenhum direito perante ao Estado, nem como patrão, nem como empregado.
E agora, o que vemos?
Dezenas, centenas, milhares de MEISFs caminhando, bicicletando, motocicletando, cantarolando o refrão do nosso inesquecível Caetano Veloso: "Caminhando contra o vento, sem lenço, sem documento..."
E, ainda, sem visibilidade...