Numa Democracia Relativa...Só O Absurdo É Absoluto
Muita gente ainda não se deu conta, mas o Brasil vive a plena democracia relativa.
Primeiro, o conceito geral de democracia pura e simples como foi proposta em sua origem, e para isto nos reportamos à experiência vivida na Grécia clássica. Atenas é considerada por muitos o berço da democracia. É a partir desse momento que passamos a entender a gestão dos negócios públicos como o resultado do desejo de uma maioria.
Ou seja: Democracia é um regime político em que os cidadãos, no aspecto dos direitos políticos participam igualmente — diretamente ou através de representantes eleitos — na proposta, no desenvolvimento e na criação de leis, exercendo o poder da governação através do sufrágio universal.
Esqueçam estes conceitos ultrapassados, arcaicos, vencidos no tempo e na forma por algo moderno, inusitado.
Na democracia relativa o povo também vota (ainda), mas seu voto também é relativo, já neste modelo “eleição não se ganha, se toma”. O povo como gado indo para o pasto, serve para dar um ar de normalidade democrática ao novo regime. Regime este empossado por um conjunto de atores obscuros que tomaram de assalto e manipulam a sua vontade e prazer as ferramentas que outrora serviram à democracia pura e antiquada.
No topo desta pirâmide de poder usurpador está o Supremo Tribunal Federal Relativo. Este tribunal tem poder quase absoluto, já que não precisa seguir em sua formatação original como guardião da velha e também ultrapassada constituição.
Vejam só a riqueza deste sistema já que cada ministro do supremo pode fazer uma interpretação exclusiva de carta magna, mudar esta interpretação, de acordo com seus interesses pessoais e ideológicos.
A decisão desta corte relativa é como uma loteria ou caixinha de surpresas, já que ninguém sabe o vai sair de lá.
Na democracia relativa não existe segurança jurídica, mas quem precisa disto, já que, com poder (quase) absoluto os senhores ministros relativos sabem sempre o que é o melhor para o povo, que só tem o trabalho de apertar o dedo na caixinha mágica, onde ele vota com segurança, mas nunca sabe para quem foi o seu voto.
Na democracia relativa os STFR e o TSER podem agir de forma parcial no processo eleitoral, e podem garantir com absoluta certeza, que não existem fraudes nas urnas.
O poder destes tribunais é tamanho que eles podem calar e prender quem ousar levantar qualquer dúvida sobre a lisura do pleito.
Na democracia relativa manifestantes contrários ao regime podem ser presos sem o devido processo legal, colocados em valas comuns com aqueles que, infiltrados ou não, se excedem e depredam patrimônio público, sem que as ações sejam individualizadas.
Na democracia relativa, vejam só, minha tia/avo de 88 anos pode ser presa com bíblia e terço na mão, de forma sumaria e condenada como golpista/terrorista, só por estar no teatro de operações. I
Isto com base em numa tese esdrúxula que só cabe nesta forma de governo, o chamado crime multitudinário, ou crime de multidão, segundo o qual, a pessoa pode ser condenada no caso de tumulto coletivo, só por estar ali.
Na democracia relativa o tribunal superior pode criar crimes que não existem no código de processo penal e dar um nome démodé, para inserir apenas pessoas de um determinando espectro político.
A velha mentira do dia a dia continua liberada à vontade para o outro espectro político.
É o caso de crime de Fake News e atos antidemocráticos onde o que impera é a interpretação do ministro relativo que pode resolver o que é verdade e o que mentira, e até mesmo prender uma pessoa e condenar outra nos mesmo atos se uma for “mané” e outra da patota.
Na democracia relativa políticos de partidos nanicos, ou seja, com poucos votos, podem recorrer aos ministros sem votos para derrubar decisões da maioria do congresso,
Na democracia relativa a grande imprensa pode ficar dia após dia chamando metade do seu público/eleitor de fascista e golpista e depois choramingar pela perda de público e patrocinadores.
A mesma imprensa que se habilita às polpudas verbas públicas, para dourar a pílula de um pais que caminha para o caos e a falência econômica e para fazer a cabeça de telespectadores incautos e omissos o suficiente para levar a sério suas pautas.
Numa democracia relativa tem uma turma aí que passa a vida vomitando palavras vazias, dizendo que defendem a democracia, o estado de direito e coisa e tal, mas são os mesmos que são parceiros e defendem as mais sanguinárias ditaduras e grupos terroristas do planeta.
Apoiadores e adoradores deste governo desonesto, incompetente e perdulário.
São os adoradores do bezerro de ouro desta nova era que desponta, para uma Pais que decai a cada dia em promessas de tempos sombrios. Talvez o fundo do poço seja o preço para o despertar de uma Nação.
João Drummond