Questão de valores
Esses dias aconteceu um fato que me fez pensar ainda mais em tudo que acredito e outros que não fazem parte do meu mundo, pois além de ter desprendimento tem meu repúdio e indignação. Falo sobre o apego exagerado ao que é material e superficial em detrimento do que realmente importa.
Estudiosos afirmam que hoje em dia, muitos tentam preencher o vazio e a solidão da vida que a cada se faz mais presente com a aquisição de coisas e na crescente ilusão de ter, e não é exagero perceber que gente assim se sente prestigiada, importante ou notada entre outras características superficiais. Entretanto está explícito diante desse lamentável materialismo que até as pessoas e animais estão virando coisas.
Mas ao contrário que dizem, quero sublinhar minha opinião relatando que esse tipo de atitude e pensamento é característico de vários indivíduos desde da hora que ganham um pouco mais de autonomia, pois tem em suas personalidades ganância, indiferença, mesquinhez e porque não dizer vulgaridade.
No livro Modernidade Líquida o autor Zygmunt Bauman, trata da fragilidade dos laços humanos e das consequências disso. O autor diz que vivemos tempos líquidos, onde nada é para durar muito, que estamos trocando pessoas por coisas e os sentimentos se evaporam. O fato é que o livro não é tão recente como alguns imaginam e Bauman nem está mais entre nós, mas para mim essa liquidez existe desde que se criou o mundo contudo o Homem ganhou essa "musculatura" a partir do momento que o capitalismo se impôs e dominou a sociedade.
Claro que a propaganda e o marketing está a cada minuto incentivando o consumo, mas até que ponto objetos valem mais que um ser humano?
Sem perceber ou até conscientemente há pessoas e não são estranhos, pelo contrário, gente próxima, quando não parentes, substituindo o amor, o carinho e outros sentimentos por coisas materiais, como se elas tivessem mais valor que um homem, uma mulher, independente de idade, ou até um animal de estimação, um ser vivo.
Ai faço alguns questionamentos:
Alguém ficará para eternidade?
Podemos levar alguma coisa pra onde supostamente cremos que iremos?
Algum objeto é capaz de te dar carinho, amor e atenção?
Há ainda outras perguntas que podemos fazer, mas se alguém responder de maneira afirmativa em qualquer dessas que fiz, então com toda certeza não tem a menor chance de nos relacionarmos, e vou além, no meu caso não há hipótese de convivência.
Pessoas assim são pra mim exatamente como a filosofia que as define; ou seja, somente uma coisa descartável, e por este motivo se tornam desprezíveis e abjetas.
A vocês que são verdadeiros seres humanos meus aplausos e reverência. Continuem valorizando gente porque mais à frente não precisarão ter como companhia um smartphone e nem a voz de uma Alexa...
Inté...